segunda-feira, 6 de setembro de 2010

QUANDO AS CELEBRIDADES PAGAM MICO

Max de Castro: cantor, compositor, multiinstrumentista, produtor,
arranjador e, nas horas vagas, EXÍMIO EMPURRADOR DE CARRO.


Numa cidade como São Paulo, a chance de encontrar uma celebridade num restaurante ou barzinho não chega a ser algo tão improvável assim.

O que acho interessante é como as pessoas se vangloriam de ter “interagido” com elas, como se isso de alguma forma fosse relevante para a celebridade em questão.

Realmente duvido que uma Marisa Monte se lembre do fã que a puxou para um papo-relâmpago no meio do aeroporto enquanto ela esperava pelo vôo, mas as pessoas insistem em ter seus instantes de co-fama ao se deparar com alguém que esteja na mídia.

Acho que, se for pra interagir com a celebridade, pelo menos o faça de maneira que fique eternamente marcada na sua memória.

A única pessoa que eu acho que conseguiu fazer isso foi meu amigo Malcolm, provavelmente um dos gringos mais gringos que conheço. Certa vez, ele esbarrou num famoso cantor brasileiro no aeroporto de Heathrow, em Londres.

Ao reconhecer o cantor, o Malcolm foi todo orgulhoso puxar assunto e disse:

“Sabe que eu gosto muito das suas músicas, Sr. Ney Matogrosso!”

Nada demais se o cantor em questão não fosse o GILBERTO GIL, que com certeza lembra até hoje do dia – provavelmente o único em toda a sua vida – em que foi confundido com o performático líder dos Secos & Molhados. O mais legal é que o Malcolm não fez isso para zoar o Gil, mas ele SINCERAMENTE confundiu os dois (o que, até hoje, não vejo como seria possível).

Mas, assim como o Malcolm, também tenho um episódio inusitado envolvendo um artista. Alguns anos atrás, minha esposa levava os molex ao parquinho perto da MTV e acabou conhecendo a esposa do cantor Max de Castro.

Acabamos nos encontrando por lá algumas vezes e, gente boa que é, ele sempre vinha bater um papo com a gente.

Aí, um dia, voltando para casa de noite, meu carro parou a 3 quadras de casa. Não lembro exatamente o que o carro tinha, mas me recordo ele pegava no tranco. Nem a Carla e nem a irmã dela, que estava no carro com a gente, sabiam como fazer o carro pegar assim (muito menos os molex, àquela altura com uns 3 anos de idade).

Então a saída – deselegante, é verdade – foi elas saírem e empurrarem o carro até a próxima esquina para que eu pudesse descer a ladeira e forçar o carro a pegar.

Só que, no momento em que as duas começaram a empurrar o carro, ouvimos alguém nos chamando e vimos que era o Max, que caminhava em direção à sua casa e havia reconhecido a Carla.

Ele na hora pediu que a Carla e sua irmã voltassem para dentro do carro e disse que empurraria para a gente. As duas até tentaram insistir, mas ele fez questão de empurrar sozinho.

Então lá estávamos todos dentro do carro, sendo empurrados por um dos novos talentos da MPB moderna... sem NINGUÉM PARA REGISTRAR O MOMENTO.

Até pensei em pedir para a Carla se virar no banco do carro e fotografar pela janela de trás, mas imaginei que isto seria meio PATÉTICO.

De qualquer forma, autógrafo é algo que muita gente tem por aí. Cantor famoso empurrando seu carro é PRA POUCOS.

E, só pra terminar, mais uma vez o nosso MUITO OBRIGADO a este gente boníssima que é o Max de Castro.

3 comentários:

Mark disse...

Então... Esse post me fez lembrar das algas no fundo das piscinas naturais em Porto de Galinhas. Acho que foi tão estafante a leitura que busquei prazer em meu próprio cérebro (aquele danificado por um acidente de equitação).

Malcolm disse...

Foi numa livraria no Covent Garden o resto......sad but true:-)

Vladimir "Charles" Brown disse...

You're my hero, Malcolm!