domingo, 31 de maio de 2009

MEA CULPA

Do alto de minha prepotência, me considerava alguém que conhecia as bandas mais importantes do metal. No fundo eu sabia que estava deixando de lado alguma banda muito boa, por pura preguiça de ouvir ou ignorância. Hoje tive a comprovação disso.

Estava ouvindo a Kiss FM e de repente começou a tocar uma música que me chamou a atenção pelo peso, riffs incrivelmente bem trabalhados e interessantes, refrão grudento... era uma música com evidente teor comercial, mas com uma técnica na “cozinha” que evidenciava que aquilo era uma banda muito acima da média. O solo era simples, econômico, mas perfeito.

E eu não conseguia identificar a banda.

Lembrando do refrão e uma ou outra parte da múscia, cheguei em casa e pesquisei no Google pra ver o que era. E aí vem o mea culpa.

O som que eu tinha ouvido era a música “Only” do Anthrax, uma das bandas que eu tinha lido muito a respeito em milhares de revistas de guitarra, mas nunca tido interesse em parar pra ouvir.

Eu tinha visto um ou outro videoclipe da banda sem prestar muita atenção, mas a única coisa que eu sabia de fato é que a banda tinha um guitarrista careca, meio doido, chamado Scott Ian. Só isso.

Que pecado. O som é de primeiríssima qualidade, sem excessos, sem firulas e PESADO PRA CACETE.

Claro que conhecedores do Anthrax devem estar torcendo o nariz porque eu provavelmente escolhi a música mais comercial da banda pra falar algo sobre ela. Talvez seja a mesma coisa que alguém julgar a carreira do Louis Armstrong pela melosa “What A Wonderful World”, mas é o que eu consegui ouvir até agora e estou indo atrás da discografia completa dos caras.

Enfim, talvez eu descubra que a “Only” tenha este nome por ser a única música que presta da banda. Mas algo me diz que não.

Ouve aê e tire suas próprias conclusões:



P.S. Tô me sentindo muito IGNORANTE nesse post. A música é de 1992. É como alguém descobrir hoje que o Senna tem lá seu potencial. Looooooooooooooser...

AS VALIOSAS LIÇÕES QUE PODEMOS APRENDER COM UM PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, UM NAZISTA ZUMBI E UM MUSICAL DOS ANOS 70


Após uma semana pra lá de tumultuada, consegui achar um tempo (a.k.a. fim de semana) pra postar algo.

Aliás, aproveitei também para assistir algo, um filme alemão que queria ver desde seu lançamento há algumas semanas – Die Welle (ou A Onda).

Numa casca de noz, o filme é um remake alemão de um outro filme norte-americano chamado The Wave, no qual um professor demonstra a anatomia de um estado autocrático de forma prática, sem que os alunos se deem conta do que está acontecendo.

Em outras palavras, por meio de uma espécie de jogo, ele utiliza os métodos empregados por sistemas fascistas como a Alemanha nazista para trasnformar meros alunos em um grupo quase paramilitar, com a disciplina e “orgulho” pelo grupo como fatores motivacionais.

O filme original (e, consequentemente a refilmagem) é baseado numa história real. Algo parecido aconteceu em Palo Alto, na Califórnia em 1967 e, antes de cansar os que só estão lendo para saber se o filme vale ou não a pena assistir, quem quiser saber mais sobre essa interessante – e trágica – história, encontra um resumo aqui.

Mas quanto ao filme, assistam sim. Vale a pena.

Claro que rolam os habituais clichés, mas acho que o filme vale porque mostra como esse tipo de coisa pode acontecer de novo, só que mostra de forma dissociada àquela boa e velha explicação que a gente aprendeu na escola sobre as “causas que levaram à acensão de Hitler”.

A noção de que Hitler só tomou o poder por uma “série de condições específicas que permitiram isso” é real até a segunda página. A situação precária do povo alemão, a sensação de humilhação pós-Versalhes e a hiperinflação foram, sim, o pano de fundo. Mas o que possibilitou, de verdade, a vitória de Hitler foi a natureza humana. Num cenário hostil, todo mundo quer estar amparado por companheiros que pensam de forma parecida, defendem os mesmos ideais, lutam contra os mesmos adversários... a união faz a força.

O filme mostra, de forma simples e eficiente, como é relativamente “fácil” fazer o que o estadista austríaco fez e como seria simples fazer de novo. Nessas horas sempre vem à tona a boa e velha frase do George Santayana: "aqueles que se esquecem do passado estão condenados a repetí-lo". Parece que a gente cisma em esquecer isso.

Assistir ao Die Welle me lembrou um livro que li há uns bons 20 anos chamado Blood Tide, de um tal Saul Werneck (pesquisando no Google, achei a capinha original! Deve ter sido a única edição do livro...) No livro, um oficial nazista é morto enquanto participa de uma missão secreta na costa dos EUA, no começo dos anos 40. Décadas depois, um policial americano encontra o bracelete que havia sido do nazista e é “possuido” por ele. A ideia do livro é uma grande bobagem, mas a gente acompanha o dia-a-dia do cara à medida que ele transforma a sua tropa numa espécie de Sturmabeilung e vai tomando a cidade.

Enfim, é meio trash, mas, se tiverem tempo, tentem achar o livro e leiam sem esperar muita coisa. De positivo, ele tem o valor de fazer a gente entender que esse tipo de coisa pode acontecer de novo em qualquer época, em qualquer lugar.

Mas, se estiver faltando tempo para ler o livro todo, tentem arranjar duas horinhas para assistir ao Die Welle, lembrando de que ele é baseado numa história real, que aconteceu justamente no país que foi o grande GANHADOR da Primeira Guerra Mundial: os U.S. of A (se é que pode-se dizer que uma guerra tem ganhadores...)

Agora, se você não tem nem 5 minutinhos para perder, postei um clipezinho do monumental filme Cabaret, de 1972, que se passa justamente na Alemanha durante a acensão do nazismo. É uma cena belíssima, e altamente perturbadora quando nos damos conta de que ela não tem absolutamente nada de belíssima.

Assiste aê e lembre-se sempre de Santayana.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

F1 2009 - GP DE MÔNACO

Um dos grandes charmes de Mônaco é justamente o fato da gente nunca saber ao certo o que esperar do GP. Tanto que, em 56 Grandes Prêmios, 9 vezes o circuito monegasco foi palco da primeira vitória de um piloto. Fangio, Trintignant, Brabham, Hulme, Beltoise, Depailler, Patrese, Panis e Trulli ganharam pela primeira vez na F1 neste circuito, que QUASE foi o palco da primeira vitória do Senna (ou quem sabe do Stefan Bellof) naquele tumultuado GP de 1984.

Coisas surpreendentes costumam acontecer nas ruas do Principado.

Por exemplo, se alguém tivesse sido abduzido por alienígenas no fim do ano passado e devolvido à terra no domingo, provavelmente acharia que a grande surpresa do GP foi a dobradinha dos carros da “Button GP”, com a Ferrari do Raikkonen chegando apenas em 3º. Mas o fato é que a grande surpresa do GP foi justamente o fato da Ferrari ter CONSEGUIDO chegar em 3º.

A equipe de Maranello mostrou uma claríssima evolução, desbancando grandes forças da atual temporada, como a Red Bull e a Toyota (se bem que a Toyota contribuiu pra isso desbancando a si mesma com uma participação pra lá de lamentável durante o fim de semana inteiro). Vai ser interessante ver como a Scuderia se porta na próxima corrida. O Raikkonen correu direitinho, o Massa me pareceu um pouco afoito demais por se encontrar atrás do companheiro de equipe, mas também não comprometeu. Enfim, saldo positivo.

Que mais?

Meu Amigo Zoca* erroneamente informa no seu blog (não vejo necessidade de colocar o endereço aqui, uma vez que a informação está errada) que o Rosberg não fez porra nenhuma durante a corrida, numa clara tentativa de parafrasear minhas habituais considerações sobre o piloto alemão, que é sempre a sensação das sextas (e, neste caso, das quintas também) mas desaparece durante a corrida em si. Só que desta vez a informação do Meu Amigo Zoca* não condiz com a realidade. Se ele tivesse se dado ao trabalho de ASSISTIR à prova, teria notado que o Rosberg foi um dos poucos pilotos a realizar uma ousada ultrapassagem durante a corrida, com uma manobra esperta e oportunista pra cima do Felipe Massa. O Massa brigava com o Vettel e chegou a ultrapassar o alemão, só que cortando a chicane. Ciente da punição que receberia caso não devolvesse a posição, o Massa abriu para permitir a ultrapassagem do Vettel, só que o Rosberg veio no embalo e, corajosamente, se espremeu entre o brasileiro e o guard-rail pra ultrapassá-lo. Boa manobra, que acabou custando ao Massa a chance de brigar com o Raikkonen mais pra frente (algo que, aparentemente, Meu Amigo Zoca* considera irrelevante).

Achei interessante também o comentário do Nelsinho Piquet após ter sido violentamente abalroado pelo Sébastien Buemi. Puto com o incidente (e com razão), o brasileiro desabafou que era isso que dava deixarem pilotos jovens e inexperientes pilotarem na F1. Vindo de um cara que tem míseros 24 anos e está em sua segunda temporada na categoria, o comentário me soou como se fosse o Zeca Pagodinho reclamar de alguém que bebe demais.

Por falar no Buemi, o que ocorre com a Toro Rosso que eles só contratam SEBASTIANS ou SEBASTIENS? Ano passado eram os Vettel e Bourdais e, este ano, temos os Bourdais e o Buemi. Quem não conhece deve ficar com a impressão de que SEBASTIAN na Europa é como ZÉ aqui no Brasil – todo mundo tem uns dois ou três SEBASTIANS na família. Aliás, lembro de ter ouvido que Meu Amigo Zoca* só escapou de se chamar SABASTIAN por não ser europeu, mas AFRICANO. Que sorte, hein?

Por falar em sorte, que azar nosso que o Galvão Bueno ainda não se aposentou, né não? TODA corrida ele solta uma sucessão de pérolas que causam tanta indignação que acabam tirando o foco da corrida. Na de Mônaco, foram duas.

1 – Ele reclamou, esbravejou, chorou e se lamentou que o Vettel (que estava defendendo sua posição) não permitiu a ultrapassagem do Massa, que estava claramente mais rápido. Aí, algumas poucas voltas depois, quando um veloz Raikkonen colou num Barrichello pesado e lento – recém-saído dos boxes – o Bueno não soltou um piu.

2 – Foi só o Button voltar do pit-stop logo à frente do Massa (que tinha que ser veloz pra acompanhar o Raikkonen) que o Galvão ficou inconformado pela perspectiva de perda de tempo que o brasileiro teria ao ser obrigado a acompanhar o ritmo do inglês. O fato é que o Button, mesmo com o carro cheio de combustível, se manteve veloz. Tanto, que o Galvão conseguiu a proeza de reclamar e fazer um mea culpa na sequência, o que tornou seu comentário completamente sem sentido: “O Massa tinha é que ter ficado na frente do Button! Agora ele ficou limitado pela velocidade do inglês... que é alta!” SE É ALTA, QUAL O PROBLEMA?

Após a corrida, que assisti na casa dos meus pais, comentava com meu pai que inexplicavelmente o Barrichello não havia dado nenhuma desculpa esfarrapada para o fato de ter tomado mais um banho do Button. Aliás, ia até escrever que isso demonstrava uma surpreendente maturidade no Barrica, mas recebi um telefonema do meu pai logo pela manhã me informando que, claro, não era este o caso. A justificativa da vez foi que o cinto de segurança do Barrica estava frouxo, o que tirou a concentração do piloto e foi o que o impediu de ser tão veloz quanto o britânico. Ah tá...

Enfim, não foi exatamente uma corrida memorável. Meu filho Tony fez um comentário que eu acho que resume bem o que foi o GP: “Isso não acaba nunca?”

Confesso que em determinado momento, a sensação que tive foi de que o Tony estava certo, mas felizmente a corrida chegou ao final e agora é esperar pela Turquia. Acho que só faltou aqui falar sobre a atuação da McLaren e da BMW na prova, então vou fazer uma breve análise técnica, só pra não deixar passar batido: MA QUE BOSTA, HEIN?

* Para preservar o indivíduo em questão de prováveis danos à sua reputação em virtude de suas quase sempre questionáveis atitudes éticas e morais, o nome de Mark Damian Ament será substituído neste blog pelo pseudônimo “MEU AMIGO ZOCA”.


“MAS QUE BUNDÃO!” teria sido a reação de Jenson Button
quanto ao cinto frouxo de Rubens Barrichello.
A diretoria da equipe Brawn nega o comentário.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

… E A VOZ DO POVO ACABOU CALANDO O VERDADEIRO AMERICAN IDOL


Acompanho o American Idol deste ano desde a segunda fase, e logo de cara já havia elegido o vencedor da competição, como vocês podem ver neste post anterior.

Pra mim o Adam Lambert foi de longe o maior participante de toda a história do programa e, em todos os episódios, deu um banho nos outros participantes.

A crítica especializada concorda comigo, os jurados do programa concordam comigo e qualquer pessoa que entende de música concorda comigo.

Anteontem foi a apresentação dos dois finalistas no American Idol lá no “estrangeiro” (por aqui só passa hoje à noite) e ontem foram os resultados da votação.

Eu deixei baixando em casa e tentei me manter alienado para ter a sensação de assistir aos resultados “ao vivo”, mas infelizmente acabei esbarrando sem querer com o resultado no blog de um amigo.

Resumo da ópera: não deu Lambert. Minha esposa Carla, também torcedora do espetacular cantor da Califórnia, havia cantado a bola há semanas que isso poderia ocorrer. Deu o alerta de novo ontem, quando consegui ver a apresentação final dos dois. Torci pra que ela estivesse errada, e confesso que achei que estivesse mesmo.

Mas quem ganhou foi o Kris Allen, um garoto com cada de bom-moço, voz competente, uma espécie de Jack Johnson que sabe cantar, tipo de cara que todo mundo gostaria de ter como genro.

Passada a surpresa com o resultado e a raiva inicial pela sensação de ter lido a última página da história antes de ter começado o último capítulo, comecei a me perguntar o que teria acontecido.

Em seu blog, meu caro Tony Goes argumenta que o fator principal na derrota do Lambert foi o fato dele ser homossexual e, em se tratando de um pais conservador e homofóbico como os EUA, a hipótese até faz sentido que muita gente tenha votado no Kris por preconceito ao Lambert (apesar de eu acreditar que muitos dos que fizeram isso também se emocionam até hoje sempre que ouvem “Night And Day” do Cole Porter tocando no rádio, mas enfim...)

Só que eu não tenho certeza de que foi só isso. Semana passada, quando eram três os concorrentes, o Kris foi disparado o que mais angariou fãs quando os três foram liberados a passar um dia em suas cidades-natais. Isso chama a atenção por dois motivos.

Um é que na apresentação da semana anterior, ele havia sido um dos piores a subir ao palco, mas se safou pela injusta eliminação da talentosa Alison Iraheta.

Outra coisa é o fato dele ter levado 20.000 pessoas para recepcioná-lo na inexpressiva cidade de Conway, no inexpressivo estado do Arkansas, que tem uma inexpressiva população total de 53.000. Pra quem não quer fazer cálculo, estamos falando de um número EXPRESSIVO: 43% da sua cidade-natal nas ruas pra recepcioná-lo.

Tá. Mas e aí? Aí que eu acho que o que mais pesou a favor do Kris Allen neste American Idol foi o simples fato de que O POVO É BURRO e não sabe entender do que se trata a competição.

Muita gente deve ter votado nele porque ele é “bonitinho”, tem cara de bonzinho, canta umas musiquinhas mais “rasas” e próximas do gosto popular (que é BURRO e não sabe o que é boa musica), é humildezinho, vem de uma cidade no meio do nada e, poxa, merece um lugar ao sol! E, olha que bonitinho, o pai dele chora de emoção sempre que o filho canta. Ahhhhhhhhhhhhhh... TEM QUE GANHAR, NÉ NÃO?

É como quando lançam um grupo de jovens carentes que superaram os obstáculos, aprendem a tocar instrumentos e lançam um single no Faustão, no Raul Gil ou sei lá onde. E o single é RUIM PACARAY. No entanto, pode ver: o povo todo (que é BURRO) se emociona, acha a coisa mais linda do mundo, canta junto...

E quando você pergunta o que eles gostaram na música que você achou uma porcaria, a resposta é que aqueles jovens tiveram que lutar muito pra chegar aonde chegaram, pastaram, superaram as dificuldades, são DO POVO (que é BURRO).

Com o perdão da insensibilidade, who gives a fuck?

Uma coisa não tem nada a ver com a outra. As pessoas precisam aprender que o histórico e características das pessoas são uma coisa e talento musical é outra, completamente diferente.

Acho que o que aconteceu neste American Idol foi exatamente isso. O POVO (que é BURRO) votou no Kris Allen “pessoa”, e não no Kris Allen “cantor”.

E o Kris Allen “pessoa” é aquele que veio do Arkansas e não da Califórnia, que é um bom garoto e não excêntrico e excessivo como o Lambert e que é – e como eu odeio essa palavra – HUMILDE e inseguro enquanto seu concorrente demonstra ter plena consciência de seu inegável talento e não esconde o fato.

Se foi um resultado “politicamente correto” para os padrões quadrados e cristãos norte-americanos, foi também uma decisão artisticamente equivocada e um desastre para todos que, como eu, acreditam que, quando um competidor é melhor que o outro, que vença o melhor.


P.S. Pra vocês que não conhecem o Lambert, aqui vai uma das apresentações do cara, cantando "Play That Funky Music, White Boy".

Assiste aê:

quarta-feira, 20 de maio de 2009

UMA QUESTÃO DE ESTILO

É interessante como descobrimos muito sobre nós mesmos lendo o que os outros escrevem. Fuçando por vários blogs, encontrei muita coisa legal e acabei virando seguidor de alguns deles, mas ao mesmo tempo acabei descobrindo uma coisa que me irrita profundamente e eu nunca tinha me dado conta.

Descobri que acho profundamente angustiante e perturbador quando me deparo com um texto que não se completa, não tem um começo, meio e fim.

Passei por vários posts muito bem escritos e interessantes, mas que não concluíam seus raciocínios, dando até a impressão que o autor tivesse se cansado de escrever e simplesmente desistido no meio do caminho.

É altamente desconcertante.

Por exemplo, outro dia estava lendo um blog sobre um assunto que muito me interessava e o texto fluía de forma agradável e envolvente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

TUDO QUE VOCÊ PROVAVELMENTE NÃO QUERIA SABER SOBRE "BLACK CLOUDS & SILVER LININGS" DO DREAM THEATER, MAS QUE EU VOU CONTAR MESMO ASSIM

Viram só como lá fora funciona? Vagabundo que excede o limite
de 120 notas
musicais por segundo vai PRO XILINDRÓ MESMO!

Tive a oportunidade de ouvir na íntegra o novo Dream Theater – “Black Clouds & Silver Linings” e, como prometi no post do dia 21 de março, aqui vai um resumo das primeiras impressões do disco. Só um aviso antes: se você não gosta de Dream Theater, acho que vai gostar ainda menos deste post. Depois não diga que eu não avisei.

Aos que permanecem, vamos ao disco: de modo geral, curti bastante. São ao todo apenas seis músicas, o que, pra quem conhece bem o estilo do Dream Theater, significa músicas ultrapassando a marca dos 10 minutos.

Pra quem gosta, é um prato cheio. E, como eu sou um dos que gosta, quase tive uma indigestão pela forma como devorei o disco.

A banda como um todo toca de forma coesa e pesada, mesclando várias texturas sonoras com riffs violentos, mudanças de ritmo e harmonias interessantes. Não vou fazer uma análise aprofundada de cada música porque sei como é CHATO BAGARAY ler análises aprofundadas de músicas que a gente nunca ouviu. Mas vamos ao que me chamou atenção em cada uma delas:

1. A Nightmare To Remember: a música que abre o álbum já vem com um riff forte e uma bateria violenta em que o Mike Portnoy não economiza nos bumbos duplos. Apesar do peso, a música começa sem grandes novidades ou esquisistices, mas a parte central possui uma belíssima seção acústica que emenda num emotivo interlúdio, num trecho que me lembrou a fase do “A Change Of Seasons”. Além disso, temos os já costumeiros trade-off solos entre o Petrucci e o tecladista Jordan Rudess, que, por algum motivo parece não ter enfiado nenhuma de suas habituais “gracinhas musicais” que só ele acha engraçadas no meio das músicas. Temos ainda alguns trechos “cantados” pelo Pornoy, numa levada quase nu-metal, com urrinho guturral e tudo mais, e isso proporciona aquela boa e velha sensação de vergonha alheia, mas que não chega a comprometer a música como um todo. Legal também o riffzinho que o Petrucci emenda depois do urrinho do Portnoy, com direito a sweep e tudo. Bacana.

2. A Rite Of Passage: a primeira coisa que passou pela minha cabeça quando ouvi esta música foi o disco novo do Metallica – “Death Magnetic” – e em especial a música “Cyanide”, com sua levada meio oriental e riff forte e marcante. A guitarra aqui é muito grande e competente, dando um peso bem – éhm – pesado à música. Boas harmonias de guitarra no refrão dão um toque inesperado, mas que combinam bem com a música. Depois, segue uma parte instrumental que parece ter vindo daquela “The Root Of All Evil”, só que com um pouco menos de PUNCH.

3. Wither: momento BALADEENHA do disco. Nada contra baladas, ainda mais as do Dream Theater, já que a banda sabe fazer baladas belíssimas. Ou pelo menos sabia. A “The Silent Man” e “Hollow Years” não me deixam mentir, mas o resultado nessa “Wither” me pareceu meio pop-rock-emo demais. O refrão, cantado em dueto, é constrangedor. O Petrucci até tenta salvar o dia com um solo emotivo, mas digamos que a tentativa dele não dá em nada. Numa casca de noz, poderíamos dizer que esta seria a música que o Frezno escolheria se algum dia tivesse que fazer um cover do Dream Theater (mas, FELIZMENTE, eu sinceramente não vejo como isso poderia vir a acontecer).

4. The Shattered Fortress: mais uma das músicas que integram a chamada “12-Step Suite” (ou “AA Suite”), que o Mike Portnoy escreveu auto-biograficamente sobre o Programa de 12 Passos utilizado pela instituição Alcóolotras Anônimos para ajudá-lo a se livrar do vício do alcoolismo. Pra quem não sabe, ao longo dos últimos quatro discos do Dream Theater, sempre havia uma música que fazia parte dessa suíte. A primeira foi a “The Glass Prison”, do disco “Six Degrees Of Inner Turbulence” e a última é esta que saiu agora, no “Black Clouds & Silver Linings”, sendo também a última música da saga. O interessante é que todas as músicas “conversam” entre si, mantendo elementos em comum, e quando você ouve as 5 na sequência, a sensação é que está ouvindo uma única “musicona” de 57:16 minutos. O legal é que essa “musicona” foi gravada ao longo de 7 anos e em 5 discos diferentes. E esta que é a última parte da suíte faz uma grande salada das partes anteriores, fechando a obra de forma interessante e impactante. O Dream Theater diz que vai lançar um disco ao vivo em que a suíte será tocada em sua íntegra, na sequência. Aguardo ansiosamente.

5. The Best Of Times: mais um momento mais light do disco. Gostei muito mais do que a BALADEENHA “Wither”. Ela conta com uma introdução instrumental singela, com o tema do refrão tocado num violino chorado que não ficaria muito deslocado se estivesse na trilha sonora do “A Lista de Schindler”. Após a introdução, temos a impressão que o Alex Liefson do Rush entrou no estúdio e decidiu tocar um pouco. Depois a balada segue com uma levada daquelas músicas mais lentas do Dream Theater no começo da carreira, o que não é uma coisa negativa. Aí seguem-se texturas diferentes, mas todas altamente tocáveis na rádio. É o momento “Octavarium” do disco, com um refrão de melodia simples, bonita e envolvente, refrão este que é depois replicado pela guitarra do Petrucci e pela “orquestra” do teclado do Jordan Rudess, o que transforma a música em uma espécie de hino, como eles fizeram com o final do Octavarium (que, por sinal, Mamãe acha linda). Música interessante.

6. The Count Of Tuscany: quase 20 minutos de música. Muita coisa acontece ao longo desta, incluindo muitos trademarks do Dream Theater: solos tocados em unissono pelo Petrucci, Rudess e o Myung, frases “faladas” na mesma levada do “Octavarium”, aquele tecladinho sincopado que o Rudess fez ao longo do “Scenes From A Memory”, riffs pesados e complexos, solinho etéreo de notas choradas à la Yes no meio da música, dueto de voz e violão acústico e até um “wo wo wooo woo ooooh” que deve ter sido colocado na música pra incentivar a participação da platéia nos shows. Não que eu não tenha gostado da música, mas acho que preciso ouvir mais vezes até ter opinião formada sobre ela, como aconteceu com o “Octavarium”. Em todo caso, nota-se logo de cara que ela possui trechos que consigo me ver assobiando sozinho no trânsito sem perceber (ou, pior pra quem trabalha comigo, na agência sem perceber).

Enfim, assim encerra-se o décimo álbum de estúdio desta banda que é idolatrada por alguns, odiada por muitos e respeitada por qualquer músico.

Primeira impressão mais do que positiva, muita coisa bacana acontecendo, muitos momentos que integrarão a galeria de “classic moments” do Dream Theater e prova de que os caras ainda têm lenha pra queimar.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A ROUPA FAZ O HOMEM ARANHA

Dizem que goleiro não costuma bater muito bem da cabeça e tive a confirmação definitiva disso ao ler sobre o Jérémie Janot, goleiro do Saint-Étienne da França.

Confesso que não tenho assistido a muitos jogos do Saint-Étienne este ano (aliás, confesso nunca ter assistido a um único jogo dos caras em toda a minha vida), mas pelo visto vale a pena ao menos dar uma zapeada n SporTV durante a próxima partida dos caras, só pra dar uma conferida no Janot.

No que diz respeito às suas qualidades como goleiro, ele tem um currículo até que invejável. Detém o recorde de tempo sem levar gols em casa, com 1.534 minutos, e está cotado para ser o próximo goleiro da seleção francesa. Mas não é exatamente pela sua habilidade debaixo das traves que ele merece um post aqui, mas pelo seu, digamos, “estilo peculiar”.

Ele se utiliza da liberdade que tem como goleiro para abusar do figurino e se vestir da forma mais pitoresca e esdrúxula possível. Por exemplo:


Para vocês terem uma ideia, ele já teve que jogar com um uniforme simulando um kilt escocês (aquele saiote escocês), porque a arbitragem não permitiu que ele jogasse COM UM KILT DE VERDADE MESMO.

Além disso, o Janot ODEIA tanto o time arqui-rival do Saint-Étienne – o Lyon – que, quando soube da eliminação deste pelo Milan na Liga dos Campeões, tentou jogar com a camisa do Milan, só pra alfinetar os torcedores do Lyon.

Porém, nos últimos jogos do Saint-Étienne, ele aparenta ter optado por umas combinações mais discretas, mas vamos torcer para que esta seja apenas uma fase passageira e que ele volte a nos brindar com sua habitual classe, elegância e bom gosto, como nos exemplos abaixo.

Afinal, como diz aquela máxima do futebol: goleiros ridículos RULE!

domingo, 17 de maio de 2009

AO QUE TUDO INDICA, ESTAMOS PERDIDOS


Este fim de semana eu assisti ao último capítulo da 5a temporada de Lost.

Sou fã da série e, pra mim, a melhor coisa que podia ter acontecido foi a FOX ter avisado que tudo vai se resolver e se explicar na 6a e última temporada. A história estava ficando com perguntas demais e respostas de menos, e o medo de que de repente a emissora iria “matar” a série antes de respondê-las me deixava um tanto quanto incomodado.

Mas não. Ano que vem acaba. O que significa que faltam apenas mais 17 episódios pra que a gente entenda, finalmente, ALGUMA COISA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO na série.

Assistindo ao último episódio (na verdade os últimos dois combinados num “season finale”), eu esperava que os roteiristas encerrassem o episódio de maneira que me deixasse doente, fazendo com que eu começasse, no ato, a contar os dias pro começo da derradeira temporada.

Pois é. Foi assim. Final avassalador, de tirar o fôlego, mas...

COM UMA INFINIDADE DE NOVAS PERGUNTAS, SEM TER RESPONDIDO AS ANTERIORES!

Agora os caras têm mais 17 episódios, o que se equivale a umas 12 horas e meia, para explicar TUDO e terminar a história de maneira que não ocasione uma invasão bárbara pra quebrar tudo na FOX.

Não sei como vão fazer isso. Tem muita coisa ainda em aberto, muitas explicações a serem dadas, muitas “ahhhhhhhh... era isso!!” que ainda não aconteceram.

São só 17 episódios, temos uma história a desenrolar com os personagens e, além disso, precisam achar alguma forma de explicar cada uma das coisas que eles usaram, sem pudor, pra fazer com que a gente se fissurasse na série esse tempo todo.

Não sei se dá. Tenho medo que eles optem por saídas como a que o George Lucas usou no Episódio III de sua saga STAR WARS.

Todo mundo sabe que os três “primeiros” filmes da série foram filmados décadas depois dos filmes que os antecederam cronologicamente. Ou seja, aquele "Guerra Nas Estrelas" que foi lançado em 1977 foi de fato a QUARTA parte da série. Só que a PRIMAIRA só foi ser filmada 22 anos depois.

Claro que, ao longo da parte II e III, tudo se arruma para preparar o cenário para o episódio IV (o Star Wars original).

Só que o Lucas tinha um problema. O C3PO (aquele andróide dourado neurótico) era um dos personagens favoritos da série. E seria um crime deixá-lo de fora nos filmes que ele queria fazer para anteceder a trilogia original.

Então o androide serviu ao Anakin Skywalker quando ele era um garoto (aquele, que depois acabou virando o Darth Vader) e passou por boas e pirotécnicas aventuras ao lado de seu mestre.

No entanto, quando a gente assiste ao episódio IV (o original), o C3PO parece não ter ideia dessa história tão rica e emocionante.

A "solução" do Lucas pra resolver o problema?

No finalzinho do episódio III, mandam - sem qualquer justificativa - que seja apagada a memória do androide. Se por um lado isso "justifica" o C3PO não lembrar de porra nenhuma no próximo episódio, por outro é uma PUSTA DUMA SOLUÇÃO PREGUIÇOSA BAGARAY, né não?

Meu medo é que façam algo parecido com Lost. Sinceramente, não vejo tempo hábil para que todas as inúmeras perguntas da série sejam respondidas de forma satisfatória, e isso me perturba. Nem tanto por mim, mas porque achava MUITO cool a ideia de ter em casa um filmaço de 90 horas com começo, meio e fim pra assistir de novo com meus filhos.

O começo, meio e até mesmo grande parte do final a gente já tem. Só resta torcer pra que não ferrem tudo justamente no fim...

UM FIM DE SEMANA DOS INFERNOS... E DOS CÉUS

Diz a lenda que Tony Iommi teria vendido sua alma ao Demômio
em troca dos riffs mais BAD-ASS-MOTHERFUCKER de toda a história.
Mas quando o Demônio ouviu os riffs, teria ficado tão impressionado
pelo BAD-ASS-MOTHERFUCKERNESS do som que teria ficado com medo
de alguém assim no inferno, devolvendo a alma ao guitarrista e sugerido
que ele pagasse a dívida de outra maneira: com a capa de disco mais babaca,
tosca e sem sentido da história. Teólogos e diretores de arte de todo o mundo
concordam: se a lenda for verdadeira mesmo, o Iommi está livre.


Graças ao meu irmão Uncle Bugz e ao Renato da Localweb, tive a grata oportunidade de assistir ao show do Heaven & Hell no Credicard Hall, este sábado.

Pra quem não sabe, o Heaven & Hell é o Black Sabbath da fase 1979-1983, com o Ronnie James Dio nos vocais, Tony Iommi nas guitarras, Geezer Butler no baixo e Vinnie Appice na bateria. Só não chama Black Sabbath porque o Ozzy detém os direitos pro nome e não cede.

Pra dizer de outra maneira, o que eu fui ver no Credicard Hall foi uma das bandas que moldou minha adolescência e que, de verdade, eu nunca imaginei que podeira ver ao vivo. Só que eu vi.

Sempre fui fã incondicional dessa fase do Black Sabbath, achando inclusive que é uma banda completamente diferente da que tinha o Ozzy como vocalista. Ambas as formações foram inacreditáveis, idolatráveis, mas isso não muda o fato de que eram duas bandas distintas.

Aliás, ô banda pra mudar de vocalista, hein? Alguns dos melhores cantores de toda a história do hard rock / heavy metal já passaram pela banda: Ozzy, Dio, Ian Gillan, Glenn Hughes e até o Rob Halford, metal god do Judas Priest. São cantores com características únicas e, como era de se esperar, cada um trouxe um estilo diferente pra banda. Mas, graças ao Iommi e o Butler, o resultado era sempre o mesmo: Classic Black Sabbath.

E foi isso que a gente ouviu no sábado: Classic Black Sabbath, sob o pseudônimo de Heaven and Hell.

O show foi mais uma experiência transcedental do que um show propriamente dito. A iluminação do palco foi um espetáculo á parte, criando climas, texturas e impacto como poucas vezes tive a chance de ver numa casa de shows.

O Dio canta hoje em dia como sempre cantou. Apesar de seu semblante meio esquisito, parecendo uma espécie de Golum cabeludo do mal, a potência vocal dele não se alterou em nada ao longo dos anos. Lembro de ter lido uma vez, quando tinhas uns 15 anos, que o Dio (já naquela época) era como vinho: melhor com a idade. Isso faz 20 anos e nada parece ter mudado. Foi espetacular ouví-lo cantar alguns dos maiores clássicos do Sabbath, como “Heaven and Hell”, “Children of the Sea” e “Neon Knights”.

E foi uma honra, no sentido mais literal da palavra, estar no mesmo ambiente que o Tony Iommi.

Esperei até domingo de noite para postar isso, porque tinha certeza que se tivesse cedido à vontade de ter escrever ontem após o show, o resultado seria pura tietagem. Pois é. Acho que deu na mesma.

Porque poucas coisas são tão impressionantes quanto ouvir o que esse cara faz com a Gibson SG preta dele ao vivo. O som que emana dos amplificadores é de uma força que mesmeriza a plateia. É quase impossível o cérebro da gente entender que é só um guitarrista tocando.

Eu tinha comentado com o Uncle Bugz que estávamos prestes a testemunhar algo único, mas foi só nos primeiros acordes que a ficha caiu de fato: eu estava aí, a metros da pessoa que tinha INVENTADO aquele riff da música “Iron Man”, algo tão poderoso e marcante que mesmo hoje, 36 anos depois de ter sido escrito, ainda conquista fãs como meus filhos de 5 anos, que são tão fissurados pela música que sabem cantarolar até o solo de guitarra.

Esse cara criou o heavy metal e faz até hoje os melhores riffs de toda a história. E eu o vi e ouvi tocando. É o tipo de coisa que tem o poder de reverter uma situação de ateísmo. Porque é impossível alguém tocar assim sem intervenção divina. Ou, quem sabe, lá de baixo...

De qualquer forma, tentei de todas as formas jogar aqui um soundclip de uma das músicas do disco novo “The Devil You Know”, que ainda não saiu aqui no Brasil, mas o houndbite, pra variar, está com problemas, e eu não consegui fazer o upload. Por isso, perdoem a “solução caseira” de colocar um clipe do youtube com a música. O som (sorry pela qualidade) chama “Follow The Tears” e mostra bem o que eu quero dizer quando digo que o Iommi é uma fábrica de riffs memoráveis.

Baba aê:

quinta-feira, 14 de maio de 2009

OBRIGADO, PAPAI DO CÉU, POR MAIS ESTE FILME DE TUBARÃO GIGANTE LUTANDO CONTRA POLVO ENORME PERTO DA COSTA DA CALIFÓRNIA


Tubarão gigantesco pula pra fora do oceano e consegue pegar um avião em pleno ar, polvo de proporções titânicas dá um peteleco com seu tentáculo e detona um caça aéreo...

Isso sim é cinema-arte.

Lágrimas de emoção nos meus olhos ao escrever.

Lança dia 26 de maio em DVD, mas tem que ver onde vai passar nos cinemas. Porque, vamos combinar, NÃO DÁ PRA NÃO VER, NÉ NÃO?

Vê aê:

terça-feira, 12 de maio de 2009

ACIDENTA RUBINHO!!!

Post rápido, tema repetido, mas não resisti quando descobri esta informação.

Pouca gente se deu conta, mas a última corrida foi emblemática também por ter possibilitado a quebra de mais um recorde: o de abandonos durante a primeira volta da corrida (não me perguntem quem realmente perde tempo calculando esse tipo de coisa).

Até o domingo passado, haviam 3 pilotos empatados em 1o lugar, cada um com DOZE abandonos na primeira volta.

Só pra ter certeza que todo mundo entendeu, estamos falando de pilotos que alinharam no grid e não conseguiram sequer dar uma única volta da corrida. E fizeram isso DOZE VEZES.

Pra vocês terem uma idéia do que isso significa, na história da Fórmula-1, nada menos do que 720 pilotos já alinharam no grid para correr. Deste total, 458 (QUATROCENTOS E CINQUENTA E OITO) só conseguiram correr em 11 corridas ou menos. Isso quer dizer que 63,6% de todos os pilotos de toda a história da Fórmula-1 correram menos vezes do que estes 3 já abandonaram. Triste, né?

Mas então. Vamos aos 3 que conseguiram tal proeza:

· Andrea de Cesaris
· Jarno Trulli
· Rubens Barrichello (hehehehehehehe)

O Andrea de Cesaris não chega a surpreender. Afinal, por 148 vezes, o italiano não chegou ao fim de uma corrida, o que o torna o maior recordista em abandonos de toda a história. Só que ele não corre mais.

Então só duas pessoas tinham a chance de quebrar este recorde e alcançar a liderança absoluta neste constrangedor quesito: o Trulli e o Barrichello.

Pensando nisso, os dois se prepararam para a largada do GP. O Barrica largava em 3o, o Trulli em 7o.

Sabendo que o Trulli tinha maior possibilidade de se acidentar e assumir a liderança nas estatísticas, o Barrica entendeu que sua única chance estava em atacar o Button logo na primeira curva, torcendo por um enrosco entre os dois.

E foi o que ele fez, mas o inglês permitiu a ultrapassagem e o Barrica entrou na primeira curva em primeiro, liderando a prova!

Logo na sequência, enquanto o brasileiro pensava em como abandonar de forma convincente, vemos o Trulli entrando de lado no meio da pista.

Sobem pedaços de carro por toda a parte e, como uma bola de boliche, o Trulli encerra sua participação no GP da Espanha. E mostra quem manda.

Como diria o Galvão Bueno, “ACABOOOOOOOU!”

Jarno Trulli agora detém o maior número de abandonos na primeira volta de toda a história de mais de 58 anos da Fórmula-1!

Ele é O cara. Reconhecido pela FIA. Ninguém, em TODO O MUNDO, conseguiu fazer o que ele fez.

E, em segundo lugar, pra variar...



"Podia ser pior... pelo menos ainda estou liderando no número de abandonos
durante a primeira
volta", havia dito um quase-que-conformado Barrichello
ao subir
no pódio. Mas foi só ele olhar para baixo e ver o Trulli comemorando
que o brasileiro não resistiu e brindou o público catalão com seu habitual
chororô feio bagaray!

domingo, 10 de maio de 2009

F1 2009 - GP DA ESPANHA

Mais uma corrida, mais um show da Button GP, mais um post.

O Button fez mais uma corrida impecável e, ganhou pela 4a vez em 5 corridas na temporada, sendo que foi pódio na que não venceu.

Nada mal. Está tendo um começo de temporada à la Schumacher, se firmando logo de cara como o homem a ser batido.

Mas, enfim, fora o que todo mundo já sabe sobre a corrida – que, em linhas gerais, foi um grande sonífero – vamos ao que EU achei interessante:
  • Foi justamnte num GP da Espanha que a Lella Lombardi quase deu às mulheres seu único ponto na categoria. Quase mesmo. Ela terminou em 6o na prova em 1975, mas a corrida foi interrompida antes dos malditos 75% e a coitada acabou levando apenas metade dos pontos. Na época, o 6o levava 1 ponto, o que significa que seu justíssimo e merecido ponto acabou valendo 0,5. Em linhas gerais, o que isso significa é que o Zsolt Baumgartner, com seu único ponto conquistado na Fórmula 1, tem o DOBRO do que todas as mulheres que já correram na categoria em toda a história. Na boa... será que só eu acho essa coisa de "pontuação pela metade" uma grande imbecilidade?
  • Quanto à corrida, mais uma atuação trademark do Rosberg: o mais rápido na sexta, invisível no domingo. Queria descobrir como ele faz isso.
  • Quem mandou muito bem nesta corrida foi o Webber. Soube se aproveitar da briga entre seu companheiro de equipe Vettel e o Massa para, de repente, se encontrar num surpreendente 3o lugar, chegando até a ameaçar a posição-padrão do Barrichello: o 2o lugar. Parte desse desempenho todo se deve à grande dose de agressividade que ele usou pra ultrapassar o Alonso logo no começo da corrida. Foi um dos poucos momentos interessantes da corrida.
  • E, por falar em Barrichello... desta vez a reclamação foi o fato de terem mudado a estratégia do Button (2 paradas na prova), mas não a dele (3 paradas). Reclamou e falou que ia averiguar. Agora, duas coisas podem acontecer. A primeira é ele vir a público pra dizer que foi o engenheiro do inglês que sugeriu a alteração na estratégia meio que no susto, numa aposta pra ver o que iria acontecer. A outra é ele não dizer NADA e esperar pelo GP de Mônaco. Isso acontecendo, acho que fica claro que ele que pisou na bola e simplesmente não teve capacidade técnica pra acompanhar o Button. Cá entre nós, acho que a segunda opção é muito mais pertinente...
  • E, além de um recorde que é batido a cada corrida (com o Barrica ampliando seu número de participações), mais um recorde foi batido nesta corrida: o Heidfeld se tornou o piloto a mais terminar corridas consecutivas em toda a história do Campeonato. Agora são 25 seguidas em que ele larga e termina a prova. Até esta corrida, ele estava empatado com um tal de Michael Schumacher, mas agora reina sozinho.
  • Sou obrigado a dar um ponto pela recuperação da Ferrari, que está com um carro visivelmente mais veloz do que há algumas semanas. Claro que, se dou um ponto por isso, tenho que tirar 476 por negligência, falta de planejamento, desorganização, trapalhadas e bolas fora. Os italianos erraram FEIO com o Raikkonen na classificação e erraram FEIO com o Massa no segundo pit-stop, tirando do brasileiro um merecido 4o lugar. Como é que uma equipe do porte da Ferrari ERRA o cálculo de combustível de maneira tão primária? Na época em que o Prost e o Mansell tinham esses problemas, tendo que sair pra empurrar seus carros sem combustível nos últimos metros da última volta da corrida, não havia toda essa telemetria e monitoramento em real-time como hoje. Mas algo assim acontecer com tanta tecnologia amparando a equipe é, no mínimo, how can I say “FUCKING CAGADA” in Italian?
  • Por outro lado, dito isso, lanço uma pergunta. A gente sabia pela transmissão que o Massa estava com problemas de combustível a umas 10 ou 12 voltas do final, certo? Todo mundo ouviu. Naquele momento, ele segurava o Vettel graças ao KERS que ele utilizava na reta, dando à Ferrari um “plus a mais” que impedia o ataque do alemão. Tava tudo muito bonito, volta após volta, até o rádio da Ferrari avisar que era pro Massa aliviar o pé MESMO, uma vez que ele não teria combustível até o final. Com isso, ele teve que permitir a ultrapassagem não só do Vettel como a do Alonso também. E por pouco não veio o Heidfeld no embalo. Agora a pergunta: se o Massa tivesse deixado o Vettel passar logo quando percebeu que estava com o tanque esvasiando rapidamente, será que não teria dado pra ele ter um ritmo de corrida mais relax, economizando no KERS e garantindo ao menos um 5o lugar em vez do 6o? O Raikkonen (que tem os mesmos 3 pontos do Massa) deve ter suspirado aliviado.
  • Ao final da corrida, estava eu pensando na possibilidade (cada vez mais real) do Button ser campeão neste ano e me dei conta de uma coisa. Em 1996, estipulou-se na Fórmula-1 um sistema de numeração para os carros dos pilotos baseado na pontuação de sua equipe no ano anterior. Ou seja, o campeão do ano anterior era automaticamente o número 1 naquele ano, e seu companheiro de equipe o número 2. Os carros seguintes eram numerados levando-se em conta sua posição no campeonato anterior. A segunda melhor equipe corria com o 3 e 4, a terceira com 5 e 6, e por aí vai. É por isso que os tradicionais números 27 e 28 da Ferrari deixaram de existir e se tornaram 5 e 6 em 1996. Em tese, o que isso significa é o seguinte: os carros melhores terão sempre os números mais baixos e os sem futuro estarão sempre ostentando os números mais altos. Claro, né? Carro bom ganha título. Force India faz número. Só que, vejam que curioso, um título do Button significará que um carro de número 22 terá sido o campeão. Sabem qual o número do último campeão mundial, em 2008? O 22 do Hamilton, porque a McLaren tinha sido desclassificada do campeonato anterior por maracutaia. Ou seja, num sistema desenvolvido para privilegiar as melhores equipes com números mais “imponentes”, teremos dois anos seguidos com o campeão vindo lá do que seria o fundo do pelotão. O que isso significa? Sei lá! Mas que é curioso, é...


"Podia ser pior... pelo menos meu time é campeão invicto",
havia dito um quase-que-conformado Barrichello ao
encontrar seu companheiro Button no alto do pódio. Mas foi
só o inglês responder, meio sem jeito, que o Inter havia derrotado
o Corinthians por 1x0, que o brasileiro não resistiu e
brindou o público catalão com seu habitual chororô feio bagaray!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

IKE ARRIVING TOO LATE TO SAVE A DROWNING FAN

O Frank Zappa era de longe o mais divertido dos músicos de toda a história.

É muito difícil descrever o que é o som do Zappa pra quem não conhece porque não existe nada no mundo que se aproxime do que ele fazia. Abaixo, posto um soundclip só pra exemplificar uma das muitas facetas musicais do cara, mas mesmo que você ainda não tenha ouvido uma única nota, há de concordar que é impossível não admirar um cara que (apenas alguns poucos exemplos):
  • Escreve uma música com o nome de “My Guitar Wants To Kill Your Mama”
  • Faz uma versão de “Stairway To Heaven” em que o solo do Jimmy Page é tocado nota-por-nota por um conjunto de sopro
  • Lança um disco instrumental chamado “Shut Up 'n Play Yer Guitar”
  • Lança outro disco instrumental e decide chamar de “Shut Up 'n Play Yer Guitar Some More”
  • Lança um terceiro disco instrumental e chama de “Return of the Son of Shut Up 'n Play Yer Guitar”
  • Chama um dos filhos de DWEEZIL e uma das filhas de MOON UNIT.
  • Foi convidado pelo presidnete Vaclav Havel para ser Embaixador Para Assuntos de Cultura da Tchecoslováquia.
  • Descobriu o Steve Vai e ainda fez uma música em “homenagem” a ele, em que o guitarrista é surrado e molestado com uma banana por uma garota de programa (“Stevie’s Spanking”, do disco Them Or Us)
Enfim, o Zappa morreu em 1993, mas a obra dele é tão extensa que todo dia a gente acaba descobrindo uma pérola nova. Durante a carreira, ele contou com um músico/vocalista genial chamado Ike Willis, que tinha uma voz muito potente e imediatamente reconhecível.

Descobri hoje que o cara vem pro Brasil se apresentar com uma banda/tributo ao Zappa brasileira, chamada The Central Scrutinizer Band. Vai ser agora dia 9, sábado, num ingrato horário: 1h00 da manhã.

Eles devem tocar vários “clássicos” que ficaram imortalizados na voz do negão e, não fosse pelo horário, eu COM CERTEZA estaria na primeira fila. Imperdível.

Confiram o flyer do show abaixo e depois ouçam o soundclip da música “Stick It Out”, do disco Joe’s Garage (1979).

Pra que vocês entendam mais ou menos o que tá rolando na música, é o seguinte: o Joe, personagem-título do disco, descobre que é um tarado enrustido por eletrodomésticos. Então, ele decide ir a um bar chamado The Closet para “paquerar” alguns deles. Ele até aprende a falar alemão porque, afinal, existem muitos eletrodomésticos interessantes na Alemanha. Aí, no bar, ele vê um “nuclear powered pan-sexual roto-plooker” (não me atrevo a traduzir isso) que parece com um microfone Telefunken U-47, e decide seduzí-lo.

Sim. É esquisito, eu sei.

Mas FALA SÉRIO QUE VOCÊ NÃO ACHA ISSO COOL PACARAY!

O pecado é que o show é à 1h00 da manhã numa véspera de Dia das Mães... Too late, Ike... too late...



Ouve aê e vê se isso te anima pra ir no show sábado:

terça-feira, 5 de maio de 2009

AS COISAS PELAS QUAIS PASSEI NESSA MINHA VIDINHA...

No mesmo ano em que eu nasci, em 1972, o astronauta Landon do filme Planeta dos Macacos (de 1968) estava se formando na faculdade.

Aí entrei na escola em 1976, mesmo ano em que Rocky Balboa perdia a luta por pontos contra o campeão dos pesos pesados Apollo Creed.

No ano em que saí da escola – 1989 – a ilha de Manhattan estava se tornando uma prisão de segurança máxima, ilha esta que teria de ser invadida pelo mercenário Snake Plissken alguns anos depois para resgatar o presidente americano (Fuga de Nova Iorque, de 1981).

Passei pela Young & Rubicam, QG, MPA e ID/Y&R, até que decidi arriscar tudo (sem muito sucesso, diga-se de passagem) numa empreitada solo e criar minha própria agência. Isso foi em 1998, justamente o ano em que nasceu o filho do Marty McFly, no filme De Volta Para O Futuro III (1990).

Me casei em dezembro de 2000, ano em que o agente 005 (que anos depois se revelaria um traidor) começou a cuidar pessoalmente da segurança da líder da MI6 – M – no filme Quantum of Solace (de 2007).

Três anos depois, em 2003, nasceram meus dois filhos – Nicholas e Anthony – justamente no ano que começou a Terceira Guerra Mundial que devastou grande parte do planeta (pelo menos de acordo com o filme Mad Max III, de 1985).

Em 2007, enquanto eles começavam a ir pra escola, o Homer Simpson jogava um silo cheio de estrume de porco no Lago de Springfield, ocasionando um grande desastre ecológico, como vocês devem ter visto no filme Os Simpsons, do mesmo ano.

E hoje estou aqui, teclando alegremente neste computador, sabendo que nada de muito emocionante irá acontecer neste ano, mas ansioso por 2010.

No ano que vem, teremos uma viagem a Júpiter feita pelo cientista Heywood Floyd (numa tentativa de reativar o computador HAL-9000), o Jason Vorhees (aquele mesmo do facão e da máscara de hóquei) será congelado após uma tentativa frustrada de execução e os humanos começarão a desenvolver andróides para realizar trabalhos na construção civil.

Pelo menos é isso que os filmes 2010 (de 1984), Jason X (de 2001) e Matrix Revolutions (de 2003) prevêem para o período. E você achando que o ponto alto de 2010 seria a Copa do Mundo, hein?

Descobri isso tudo num maravilhoso site chamado The Movie Timeline. Nele, você consegue ver a história do mundo baseada somente nos eventos que aparecem nos filmes (tanto os de ficção quanto nos bibliográficos).

É divertido tentar se lembrar, por exemplo, de onde você estava em 1997, enquanto os robôs do Exterminador do Futuro começaram a se rebelar e varrer a humanidade do planeta, ou do que você estava fazendo em 2004, enquanto o mundo entrava numa segunda era do gelo, de acordo com o filme O Dia Depois de Amanhã.

Dêem uma olhada e divirtam-se. Só não demorem muito pra ver porque, de acordo com o filme Æon Flux (de 2005), 99% da população da terra estará extinta em 2012. Francamente, achar que justamente você fará parte do 1% restante é um tanto otimista demais, né não?


Comentário de Charles ao perceber que o "Impacto Profundo"
causado por um asteróide de proporções gigantescas
se chocando contra a terra e devastando grande parte da humanidade
estava também causando interferência na transmissão
do jogo da Alemanha na Copa de 1998.

domingo, 3 de maio de 2009

A IMBECILIDADE DO REGULAMENTO DO CAMPEONATO PAULISTA

Finalmente a prova de que Cristian, num momento
"Mãe Dinah", estava simplesmente prevendo o placar
do jogo da final contra o Santos. Só isso. Todo mundo
sacou na hora, mas, claro, os são paulinos sempre
acabam levando tudo por trás...



Então. Na condição de um dos torcedores de São Paulo que tiveram a possibilidade de soltar o grito de campeão este fim de semana (a Ponte Preta foi campeã do interior), queria fazer um post rápido sobre o que, pra mim, é uma grande imbecilidade: o formato do Campeonato Paulista (e de todos os outros campeonatos estaduais pelo Brasil).

Fundamentalmente, a ideia de todo e qualquer campeonato é simples: premiar o melhor time da temporada. Pra fazer isso, não existe forma mais conceitualmente correta do que fazer um campeonato de pontos corridos, privilegiando o time que se mostrou mais consistente e coeso ao longo da temporada. Não é simples?

Claro que é. E este é o motivo pelo qual é assim no Brasileirão, na Premiere League inglesa, na Bundesliga alemã, na Espanha, na Itália e em todos os outros campeonatos nacionais pelo mundo afora. É a forma mais CORRETA e inteligente de se definir qual o melhor time de uma temporada.

Numa Copa do Mundo, claro, não dá pra fazer uma liga em que todos os países se enfrentem. Mas mesmo assim, eles fazem grupos em que 4 times jogam entre si até que os melhores 2 de cada grupo avançam. Aí sim entra o mata-mata, mas é porque não dá tempo de fazer de outra forma.

Num Campeonato Paulista, dá.

Tanto dá, que foi o que aconteceu. Todo mundo jogou contra todo mundo (duas vezes) e, no final da história, o Palmeiras estava com 44 pontos, QUATRO a mais que o segundo colocado – o São Paulo. Ou seja: o melhor time da temporada foi o PALMEIRAS.

Mas não.

Decidiram pegar os 4 melhores times pra fazer uma semi-final e definir os finalistas do torneio. Pra quê? Só pra ter "uma final” no campeonato? Fala sério. Que coisinha mais terceiro-mundista...

Enfim, como disse, é um post rápido e este foi só um desabafo. O Corinthians não tem nada com isso e fez o que tinha que fazer pra levar o caneco pra casa.

Mas, cá entre nós... ê campeonatozinho bunda, né não?