domingo, 20 de novembro de 2011

F1 2011 - GP DE ABU DHABI

O GP de Abu Dhabi não foi dos mais emocionantes, mas proporcionou
aos espectadores a oportunidade de ver algo pela primeira
vez
nesta temporada: Sebastian Vettel assistindo a uma corrida na TV.

Tsc... só este ano eu já vi DEZENOVE provas pela TV, e o Vettel só uma...
LOOOOOOOOOOOOOOOOSER!


E, com MUITO atraso (quase depois do GP do Brasil), aqui vai o post sobre o GP de Abu Dhabi, penúltima corrida da temporada.

Não sou fã do circuito – só da saída dos boxes, que parece o estacionamento de um shopping, e da transição entre dia e noite, algo sempre interessante. Mas o fato é que desta vez tivemos uma corrida um pouco melhor do que as últimas duas ou três.

A começar pela 14ª pole de Vettel, que com isso igualou o recorde de poles em uma temporada do grande Nigel Mansell. O Vettel tem mais uma prova aí pela frente. De repente temos um novo recordista em Interlagos.

Na largada, Vettel foi embora como de praxe.

E aí foi embora como NÃO de praxe, devido a um furo no seu pneu logo na segunda curva.

O alemão saiu rodando e até conseguiu chegar aos boxes para efetuar uma troca de pneus e tentar uma corrida de recuperação, mas a suspensão estava avariada e, pela primeira vez na temporada, Vettel abandonava um GP.

Com isso, as duas McLaren lideravam, com Hamilton e Button, mas o segundo colocado estava sem KERS e foi ultrapassado por Alonso.

Webber chegou a ultrapassar o inglês, mas na próxima reta perdeu a posição e esta briga viria a ocasionar ótimos pegas entre os dois ao longo da prova.

Atrás de Button e Webber, Massa acompanhava de perto, decidido a quebrar o tabu de não ter ido ao pódio uma única vez nesta temporada.

Mas logo Massa ficaria um pouco para trás e a briga da corrida se estabeleceria: Button e Webber. Enquanto a McLaren dava instruções para Button tentar fazer com que seu KERS voltasse a funcionar, o inglês brigava espetacularmente com Mark Webber.

Aí começaram as paradas para troca de pneu e todo mundo entrou, menos Webber. Com isso, o australiano assumiu a ponta da prova e parou duas voltas depois. E a Red Bull fez um serviço PORCO que jogou Webber para quinto, atrás de Massa.

A partir daí, os 3 - Button, Webber e Massa - andaram relativamente juntos, até que Massa conseguiu passar por Webber depois de uma bela briga.

Com isso, a ordem da corrida ficou: Hamilton, Alonso, Button, Massa e Webber.

Button conseguia abrir da dupla Massa-Webber, que brigava de forma divertida na pista até que, na volta 35, o australiano parou nos boxes e colocou pneus macios, indicando que ele teria uma nova parada pela frente. Os outros líderes parariam apenas duas vezes.

Foi uma aposta da Red Bull, que contava com uma velocidade maior dos pneus macios em comparação aos mais duros, mas o fato é que a equipe tinha perdido tempo precioso na primeira parada, complicando a vida do australiano.

Tanto que, a 12 voltas do final, ele conseguiu passar por Button e foi embora. Mas como ele teria que parar de novo, estava na cara que o australiano terminaria atrás de Massa.

Só que Massa ajudaria o piloto da Red Bull: ele rodou e perdeu valiosos segundos, permitindo que o australiano abrisse uma vantagem na pista que fosse suficiente para que terminasse à frente do brasileiro depois de sua troca obrigatória.

Ou seja, mais uma corrida sem pódio para Massa, contabilizando 18 nesta temporada (vale lembrar que tivemos 18 provas até agora).

Webber parou na penúltima volta e voltou à pista à frente de Massa.

Lá na frente, ostentando seu capacete dourado (virou moda isso, né?), Hamilton ganhou tranquilamente, Alonso chegou em segundo e um incrivelmente competente Jenson Button fechou o pódio.

Agora, vamos para o Brasil, corrida que fecha a temporada. Vai ser gostoso pisar de novo em Interlagos e sentir aquele delicioso aroma de gasolina...

BOLOS PARA TODAS AS OCASIÕES. TODAS MESMO.

Vejam que impressionantes este bolo em formato de
"Apresentador do Programa Ace of Cakes Segurando
um Bolo Verde". Parece até que é uma pessoa de verdade.



O mercado de bolos parece estar cada vez mais especializado.

Antigamente, tínhamos bolos específicos para casamentos e... ehm... era só.

Hoje em dia, com a popularização das padarias mais chiques e de programas de TV como o Ace of Cakes, qualquer ocasião acaba virando motivo para um bolo temático.

Festa de aniversário de uma menina doida pelo Justin Bieber? Alguém vai e confecciona um bolo com a cabeça do cantor.

Bar-Mitzvah de garoto que é apaixonado por Guerra nas Estrelas? Dá-lhe um bolão redondo em forma de Estrela da Morte.

Cachorrinho faz anos? Bolo em formato de osso para os convidados.

Tudo vira bolo. Casamento, aniversário, divórcio, promoção na empresa, gravidez, passar de ano na escola...

Aí outro dia dei uma passada na padaria perto da minha casa e dei de cara com um bolo tão NICHADO que acho difícil alguém chegar com algo mais específico do que isso.

A partir de agora, se por ventura você chegar na fazenda e descobrir que sua vaca e seus dois bezerros foram brutalmente DEGOLADOS e deixados sangrando nas plácidas e rasas águas do seu laguinho - e por algum motivo você decidir que isso merece uma comemoração - dê uma passada na Estrela da Sumaré porque eles têm EXATAMENTE O BOLO PRA ISSO:

A saber, perguntei pra moça da padaria e ela me disse que não eram vacas, mas sim um cachorrinho e seus dois filhotinhos. O tal "sangue" era para ser as ORELHAS dos bichos. Ah tá.

sábado, 19 de novembro de 2011

E A PONTE PRETA FOI PRO CAMPO PARA MOSTRAR O SEU VALOR



Depois de se manter na ponta em conjunto com a Portuguesa durante praticamente todo o campeonato da Série B do Brasileirão, a Ponte Preta cambaleou no final como de costume.

Dava-se a impressão de que o time conseguiria repetir os "êxitos" de 1977, 1979 e 2008, em que jogou grandes temporadas por água abaixo nos últimos jogos.

Felizmente, não foi isso que aconteceu este ano e a Macaca fez 3x1 em cima do ABC potiguar, garantindo matematicamente o acesso à Série A no ano que vem.

Ainda falta uma rodada, em que a Ponte enfrentará o Náutico - também já garantido na primeira divisão - num jogo que definirá o vice da já campeã Portuguesa.

Com ambos os times já garantidos no acesso, o nome do estádio do Náutico bem que podia mudar de Aflitos para Tranquilos...

De qualquer forma, é bom estar de volta.

sábado, 12 de novembro de 2011

F1 2011 - GP DA ÍNDIA

O primeiro GP da Índia começou em luto pelas trágicas mortes de
Dan Wheldon e Marco Simoncelli, ocorridas dias antes.
Como de praxe, houve o tradicional minuto de silêncio
antes do início da prova.



Desculpem pelo indesculpável atraso neste post, mas pelo menos ele veio antes do GP de Abu
Dhabi...

Tivemos momentos muito tristes antes deste primeiro GP da Índia.

Primeiro foi a Indy (com todas suas ramificações e vertentes, como a IRL, a CART e a IndyCar, entre outros), que teve sua primeira vítima fatal desde 2006, quando Paul Dana morreu em Homestead. O inglês Dan Wheldon se envolveu num pavoroso acidente múltiplo com mais 13 carros no oval de Las Vegas e encerrou, de forma precoce, uma carreira vitoriosa na categoria norte-americana.

Ele tinha 16 vitórias, sendo duas na emblemática pista de Indianapolis (uma delas talvez vocês se lembrem neste post aqui) e foi campeão em 2005. Um ano antes, ele havia empatado em pontos com o campeão Sam Hornish Jr, mas como o americano tinha 4 vitórias e o inglês apenas duas, ficou com o vice-campeonato.

Depois, no GP malaio da MotoGP, morreu o promissor piloto Marco Simoncelli, após um acidente triplo com Colin Edwards e Valentino Rossi. Ninguém teve culpa no acidente, mas o fato é que o jovem italiano se tornava a segunda vítima fatal do mundo das corridas em apenas uma semana.

Então nada mais natural do que ter um GP de Fórmula-1 triste e apreensivo, com muitas homenagens aos dois pilotos. Trulli, por exemplo, correu com um capacete com as cores de Simoncelli, como vocês podem ver na foto abaixo.


Hamilton também tinha cores diferentes no capacete e corria com uma ilustração de Bob Marley, com a legenda “One Love”. O capacete foi um desabafo em relação ao recém fim de namoro com a cantora Nicole Scherzinger, fato que abalou profundamente o piloto britânico.


Outro que quis fazer uma homenagem foi Rubens Barrichello, que aproveitou o fim de semana para usar no seu capacete as cores de... Renato Russo (?), a quem o brasileiro credita o título de “meu professor de kart”. Ó o capacete aqui em baixo.


Não sei qual o grau de adequação para alguém prestar uma homenagem a um amigo justamente num GP precedido por duas catástrofes automobilísticas, em que praticamente o grid todo correu com adesivos em homenagem a Wheldon e Simoncelli.

Mas pelo menos uma coisa eu tenho que tirar o chapéu: entre homenager pilotos como Wheldon ou Simnocelli, e cantores como Bob Marley, SÓ o Barrichello teve a manha de homenagear um PILOTO QUE TEM NOME DE CANTOR. Gênio, né?

Matou dois coelhos com um capacete só.

Enfim, quanto à corrida em si, tinha tudo para ser interessante. O circuito Buddh tem retas e curvas que prometiam apresentar grandes disputas ao longo de suas 60 voltas. E, dadas as características do circuito, é curioso que não tivemos isso.

O fato é que tivemos mais uma corrida burocrática, com o pole Vettel (surpresa) largando bem e indo embora (surpresa).

Barrichello e Maldonado (ambos da Williams) se tocaram na largada e um acidente múltiplo acabou acontecendo. Mas nada que ocasionasse um Safety Car, e a corrida continuou enquanto os afetados pelo toque iam para os boxes.

Nada de muito importante acontecia entre os líderes, então a transmissão da prova foi obrigada a mostrar os pilotos nas disputas intermediárias, mas nada de muito importante acontecia entre eles.

Até que Hamilton e Massa se encontraram na pista mais uma vez (foi a enésima vez nesta temporada) e todo mundo ficou apreensivo para ver se ia acontecer MAIS UM incidente entre os dois. E as expectativas não foram frustradas.

No final da reta, Hamilton vinha com mais de meio carro à frente de Massa, que estava por dentro e não freou. Resultado: toque entre os dois, com Hamilton tendo que trocar o bico de sua McLaren e Massa sendo penalizado com um drive-through porque foi considerado responsável pelo acidente.

O brasileiro, aliás, foi protagonista do único outro momento interessante da prova, ao quebrar sua suspensão numa das altas zebras do circuito. Ironicamente, ele havia tido o mesmo problema no treino.

Como resultado, ele igualou o recorde de Ivan Capelli em 1992, que chegou a duas provas do final sem um único pódio na temporada. O italiano foi mandado embora depois disso, então não completou a temporada, mas Massa terá ainda duas oportunidades de conseguir um pódio e, caso não consiga, terá repetido o feito de Didier Pironi em 1981, quando o francês não subiu ao pódio uma única vez durante toda a temporada. Situação tensa, hein?

De qualquer forma, na pista, Vettel se manteve à frente e chegou a sua 11ª vitória na temporada, a duas de igualar o recorde de Michael Shcumacher. Como ainda temos duas provas pela frente, não seria nada surpreendente se isso acontecesse.

Completando o pódio, Button e Alonso, que se manteve à frente de um combativo Mark Webber. Atrás deles, a dupla da Mercedes com um bom Schumacher à frente do sempre rápido Rosberg.

Button deu um passo importante para o vice-campeonato, mas até aí, o quão importante é um passo quando o destino é um vice-campeonato?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CAMISA DA ALEMANHA 2012 - CONFIRMADA

Em meio a uma semana repleta de lançamentos esportivos, foi finalmente confirmada pela Deutscher Fußball Bund (gostaram do Eszett (ß)?) a nova camisa da Seleção Alemã para a EuroCopa.

Claro que, para você que acompanha este blog há algum tempo, isso é SO OLD NEWS...

domingo, 23 de outubro de 2011

O PONTO DE VISTA DO PILOTO



Genial este vídeo desenvolvido pela Pirelli na pista de Barcelona com o piloto Lucas Di Grassi.

A ideia foi simplesmente colocar uma câmera dentro do capacete do piloto para que pudéssemos ter uma visão real do que o piloto vê dentro de um carro de Fórmula-1.

É muito diferente daquelas clássicas câmeras on-board que ficam acima da cabeça do piloto e a sensação é quase como se estivéssemos jogando um videogame "de verdade". Dá até para ver o que o cara vê nos retrovisores.

Muito bacana.

Deu vontade de ganhar na MegaSena e comprar um carro de F1 para dar umas voltas em Interlagos. Pensando bem, acho que é exatamente isso que vou fazer depois do almoço.

sábado, 22 de outubro de 2011

F1 2011 - GP DA COREIA DO SUL

No GP de número 700 da McLaren, a equipe conseguiu a primeira pole
da temporada. O piloto Lewis Hamilton largou bem e manteve a ponta,
dando a pinta que iria acabar com a hegemonia da Red Bull na temporada.
E não é que deu certo? Até a metade da primeira volta.



Post atrasado. Mas missão dada é missão cumprida, mesmo que com atraso. Então vamos ao GP da Coreia do Sul.

Publicitário tem a obrigação de se manter bem informado, então não tenho muita desculpa para ter ignorado o fato de que o horário de verão começaria à meia noite de sábado. Como consequência, acordei e encontrei a corrida já pela metade.

Assisti resmungando para mim mesmo e, no dia seguinte, baixei a corrida toda (na transmissão da BBC, que sempre dá um BANHO na Globo) e vi a metade que faltava.

Esperava-se muito da corrida, com Hamilton cravando a primeira pole não-Red-Bulleana da temporada e com os dois carros da McLaren mandando muito bem nos treinos. Nada mal para o 700º GP da equipe inglesa.

A sensação de que teríamos algo de interessante na prova só aumentou quando a largada foi dada e vimos pingos de água (não falo “pingos d’água” porque tenho ogeriza a apóstrofes) salpicando a pista coreana.

E quando Hamilton conseguiu se manter à frente de Vettel na primeira curva, ficou claro que esta seria uma corrida bacana de ver.

Claro que escrevo com a licença poética de alguém que estivesse vendo a corrida ao vivo, porque quando peguei a prova pela metade, nunca teria imaginado esta primeira volta interesante. Porque a prova estava um PORRE.

De fato, logo na primeira volta, o Vettel ultrapassou o Hamilton, a chuva foi embora para sempre e lá se ia o alemão bicampeão do mundo abrindo vantagem para o resto do pelotão. E fim de prova.

Para não dizer que não aconteceu nada, a corrida teve uma barbeiragem do Petrov, que errou a freada no cotovelo (por cotovelo, me refiro à pista, e não à parte do braço do russo) e enfiou sua Renault Lotus na Mercedes de Schumacher, que fazia uma prova razoável até então e não teve culpa nenhuma no toque.

Ambos tentaram continuar, mas, com o aerofólio traseiro a 45º de Schumacher e com o aerofólio dianteiro de Petrov preso EMBAIXO do carro dele, ambos os apêndices aerodinâmicos não conseguiam servir sua função de maneira ideal, e os dois pilotos acabaram optando por abandonar a prova.

Quem parecia poder brigar pelo pódio era Felipe Massa, que havia se classificado à frente de seu arqui-companheiro Alonso. Tanto que até a metade da prova ele estava à frente do espanhol.

Só que o asturiano tinha uma estratégia de paradas diferente do brasileiro e - pasmem - passou com facilidade na segunda metade da prova.

Com Vettel inexistente na prova de tão à frente que estava, restava acompanhar a briga pelo segundo lugar. E foi aí que vimos Hamilton renascendo das cinzas e defendendo sua posição com um carro visivelmente mais lento do que os outros... ehm... MUITOS que vinham atrás.

Webber tentou de TUDO para passar pelo inglês. Tentou até entrar nos boxes no exato momento em que Hamilton parava, na expectativa de que a McLaren escorregasse e permitisse que ele saísse à frente, mas não deu certo.

E só para deixar claro, não estamos falando de uma pista como a Hungria ou Mônaco, circuitos em que o de trás só passa se o da frente permitir. A pista coreana oferecia bons pontos de ultrapassagem, mas Webber simplesmente não conseguia passar, o que apenas corroborou o excelente trabalho do piloto inglês ao longo da prova.

Mas, tendo que se defender de Webber, Hamilton não conseguia ser veloz e, como consequência, os carros de trás foram chegando. E as voltas finais tinham Vettel lá na frente, seguido de longe por um bloco de carros que tinha Hamilton, Webber, Button e Alonso.

Fiquei muito chateado quando isso aconteceu porque na hora pensei que estávamos presenciando um retrato visual do que foi o campeonato ao longo do ano, com o Vettel disparado na liderança e os quatro brigando entre si pela segunda posição.

O motivo pelo qual fiquei chateado foi que, neste exato momento, ouvi o Galvão dizendo que estávamos presenciando um retrato visual do que foi o campeonato ao longo do ano, com o Vettel disparado na liderança e os quatro brigando entre si pela segunda posição.

É muito triste pensar que você pensa – mesmo que em momentos esporádicos – igual ao Galvão Bueno.

De qualquer forma, por mais que tivesse pintado a promessa de brigas, com quatro pilotos competitivos se encontrando na pista, infelizmente nada aconteceu.

Vettel ganhou, Hamilton foi segundo, Webber terceiro.

Aos estatísticos: com esta corrida tivemos a 20ª vitória de Vettel na carreira, a 10ª na temporada, o 2º título da Red Bull e o 10º título de um motor Renault.

Fora isso, corrida chatinha. Esperemos a Índia.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

F1 2011 - GP DO JAPÃO

E a Fórmula-1 tem seu novo bicampeão mundial: Sebastian Vettel.


O resultado desta temporada não foi nada surpreendente para quem assistiu a qualquer uma das 15 provas até aqui, mas o fato é que, aos 24 anos e 3 meses, temos o mais jovem bicampeão da história.

Curiosamente, é o mesmo piloto que foi o mais novo campeão da história, e o mais novo vencedor da história, e o mais novo pole da história, e o mais novo piloto a marcar pontos na história... o que parece pavimentar o caminho para que ele seja o mais novo piloto a superar os até então INSUPERÁVEIS recordes de Michael Schumacher.

Enfim, para isso, precisaríamos esperar por no mínimo mais 6 anos, então é prudente pensar nesta hipótese um pouco mais para frente. Mas é indiscutível que o Vettel destruiu a concorrência com uma supremacia raras vezes vista na categoria.

Para se ter uma ideia, só Jim Clark liderou mais do que Vettel em uma temporada – em 1962, ele liderou 506 das 708 voltas na temporada (71,49%) enqanto o alemão liderou 598 das 892 voltas até agora (67,05%) e, quem sabe, não acaba a temporada com o recorde absoluto. Será?

Aliás, por falar em recordes, este ano coroa o Japão como país palco do maior número de definições de campeonatos mundiais (até então, estava empatado com a Itália por 11x11).

Sempre achei que isso costumava acontecer com o Japão justamente por este ser um dos últimos GPs da temporada, mas, em 2011, ainda faltam QUATRO corridas, o que deixa a sensação de que a prova é meio predestinada a ser decisiva.

Aí vocês me perguntam: por que é que eu não falo da corrida logo de cara em vez de ficar tagarelando sobre estatísticas? Simplesmente porque a corrida foi UM PORRE.

Pouca coisa relevante aconteceu ao longo das 53 voltas do circuito de Suzuka.

A destacar:

A frieza do Button
Ele soube usar a estratégia dos boxes para passar o líder Vettel e manteve a corrida tranquilamente sob controle. Vettel não tinha nada a ganhar com uma briga, e então não ameaçou o inglês, abrindo mão ainda de uma disputa pelo segundo lugar com Alonso, que havia conquistado a posição nos boxes durante a terceira rodada de pit-stops.

O retorno de Schumacher
Ele liderou sua primeira prova em 5 anos. Optando por retardar sua parada para trocar pneus enquanto o resto da patota parava para fazer sua terceira troca, o alemão se manteve algumas voltas como o “el numero uno” da prova até míseras 12 voltas do final, quando finalmente teve que entrar nos boxes. Mesmo assim, terminou em sexto, à frente da Ferrari de Felipe Massa.

A temporada “histórica” de Felipe Massa
O piloto da Ferrari ainda não conseguiu um único pódio na temporada. Vale lembrar que o brasileiro está pilotando um carro com que seu companheiro já conquistou OITO pódios, tendo ganho duas vezes. Ou seja, o carro não é exatamente uma porcaria...

A última vez que um piloto fez uma temporada completa pela Ferrari sem subir ao pódio foi em 1992, quando Ivan Capelli pilotava aquela PORCARIA que provavelmente foi um dos piores modelos da Casa Automobilistica di Maranello de todos os tempos. Convém lembrar que o Capelli acabou sendo mandado embora antes do fim da temporada, mas só a duas corridas do término. Ou seja, o Massa ainda tem duas para conseguir seu podiozinho...

Enfim. Campeonato decidido com 4 corridas pela frente. O que resta é a briga pelo vice. Deveria dar Button pelo que o inglês tem feito nesta temporada. Pode vir a dar Alonso pela evidente genialidade do asturiano. Poderia dar Webber pela força da Red Bull. E poderia até dar Hamilton se ele parasse de fazer bobagem nas pistas e deixasse que seu indiscutível talento se evidenciasse de novo.

Mas, no fundo, vamos combinar que... tanto faz?

Nas estatísticas, quem é que lembra daquelas duas vezes em que o Schumacher foi vice? O que vale são os 7 que ele ganhou, certo? E então já encerramos nossas atividades para este ano.


P.S. Obrigado ao meu pai "Dirk", que arduamente digitou todas minhas anotações que eu tão porcamente esqueci na casa dele e mandou por e-mail na sequência. Estou em débito...

domingo, 2 de outubro de 2011

O DIA QUE TENTEI VENDER MEU CARRO

Todo mundo me cobra de uma história que ocorreu há alguns anos, no fatídico dia em que decidi vender meu carro, que a partir daquele dia começou a ser "carinhosamente" chamado de Christine pelos meus amigos.

Nunca havia postado aqui porque imaginei que a história era longa demais para um post, e é o tipo de relato que, pela riqueza de detalhes, não permite síntese. Mas a cobrança é tanta que decidi que iria postar assim mesmo, até porque faz muito tempo que não aparece nada na sempre popular seção de AUTOBIZARROGRAFIA. Enfim, desculpem o texto quilométrico, mas o fato é que...

... um dia, decidi que iria vender meu carro.

Comentei isso para minha esposa enquanto estávamos dentro do carro, a caminho de algum lugar. E aqui vai uma lição: carros são criaturas muito sensíveis, temperamentais e vingativas. Se você está pensando em se livrar do seu, não comente – mande um bilhete. De preferência em um envelope. Se possível, lacrado.

O chamado Efeito Borboleta diz que o bater de asas de uma pequena borboleta pode influenciar o curso natural das coisas a ponto de causar um tufão do outro lado do mundo. Se isso sempre me soou meio extremo, eu nunca havia pensado no potencial de destruição que se esconde dentro que uma insignificante lâmpadinha, daquelas que iluminam o interior do seu carro quando você abre a porta. Quer dizer, nunca havia pensado nisso até esquecer essa luz ligada quando estacionei na garagem do meu prédio naquela gélida noite de quarta-feira.

No dia seguinte, quinta-feira, desci até a garagem e, claro, a bateria do carro estava arriada. Após um breve porém pitoresco acesso de cólera, chamei o zelador e o porteiro do prédio para que me ajudassem a manobrar o carro até a rua (uma descida íngreme), o que me permitiria fazer com que ele pegasse “no tranco”.

Aí, eu poderia aproveitar o fato de ter uma loja especializada em baterias automotivas bem no final da minha rua para ter um diagnóstico profissional quanto aos danos. Afinal, um pouco de prudência nunca fez mal a ninguém e eu não queria descobrir que a bateria não estava funcionando bem na hora de voltar para casa..

O zelador e porteiro me ajudaram a empurrar o carro para fora da garagem – que felizmente não era subterrânea – e deram-lhe o impulso necessário para que a gravidade fizesse com que o veículo acelerasse silenciosamente rua abaixo.

Engatei a marcha e, quando o carro havia desenvolvido uma velocidade suficiente para a manobra, girei a chave tirei o pé da embreagem. O motor ligou, soltei um breve grito de felicidade e acelerei meu veículo até a loja de baterias. Após alguns testes com equipamentos que pareciam ter saído de um episódio de E.R., o atendente da loja me informou que a bateria não tinha carga alguma e que o percurso até meu trabalho poderia insuficiente para fazer com que ela recuperasse condições ideais de uso. Mas, ao mesmo tempo, ele disse que não achava que fosse o caso de comprar uma bateria nova, porque a minha ainda estava com relativamente pouco uso, e dependia apenas de uma recarga para funcionar normalmente. A bateria teria que ficar na loja durante quatro ou cinco horas para a recarga e o atendente cordialmente me ofereceu uma bateria da loja para que eu usasse durante o período em que a minha estivesse com eles. Rapidamente, ele instalou a reposição, eu agradeci e fui trabalhar.

Quando voltei para casa, a loja já estava fechada e no dia seguinte, tive que ir para a agência antes que ela abrisse, o que impediu que eu fizesse a troca das baterias. Liguei durante o dia avisando que eu achava que não conseguiria chegar à loja antes do horário de fechamento e eles me disseram que isso não era problema e que a loja abriria sábado a partir das 8 horas da manhã. Achei isso perfeito, porque meus planos para o sábado eram deixar o carro na concessionária para vender logo na parte da manhã, e fazer a troca da bateria logo cedo não atrapalharia em nada meu programa para o dia.

Chegando em casa naquela sexta, tirei todos meus pertences do carro e me certifiquei de que não havia esquecido de nada. Horas depois, enquanto eu dormia tranqüilamente, meu fiel automóvel maquinava sua vingança em silêncio.

Acordei cedo no sábado. O sol brilhava e nem parecia que estávamos em pleno inverno. Como eu sabia que voltaria logo, coloquei apenas uma camiseta e dispensei blusas, casacos e afins. Avisei minha esposa que estaria de volta logo, que hoje o dia estava propício para almoçarmos em tal restaurante e que ela me aguardasse. Desci até a garagem e saí com meu carro pelo portão pelo que eu acreditava seria a última vez.

Cheguei 9h15 na loja de baterias e fui prontamente atendido. Tiraram a bateria emprestada do meu carro, localizaram a minha (devidamente etiquetada) em uma estante e fizeram a instalação em poucos minutos. Agradeci, paguei o valor cobrado pela recarga e liguei o carro, que pegou sem problemas. Radiante, saí com meu carro pela cidade e decidi que seria uma boa idéia lavá-lo antes de tentar vendê-lo.

Eu não deixava meu carro em um lava-rápido há algumas semanas, o que para algumas pessoas é algo inadmissível. Mas, enquanto eu me orgulho de minha atitude de desprendimento em relação ao que a sociedade impõe no quesito “meu carro, minha vida”, para a maioria dos meus amigos, isso simplesmente significa que eu sou um porco.

O fato é que, apesar disso, eu tinha um mínimo de consciência de que um carro imundo (como o meu estava) poderia facilmente abater algumas centenas – ou milhares – de reais do preço que a concessionária iria me oferecer. Então decidi unir o útil ao agradável. No caminho para a concessionária, eu passaria na frente de um shopping center que possui um sistema de lava-rápido. Enquanto a eficiente equipe de lavadores se empenhava em resgatar a cor e brilho do automóvel que estavam enclausurados por um sarcófago de poeira e dejetos de aves, eu aproveitaria para passear no shopping, comprar algumas revistas e tomar um café. Em duas horinhas, eu estaria saindo pelo estacionamento rumo à concessionária.

Deixei o carro com o atendente do lava-rápido, peguei a ficha e vagei pelo shopping morosamente. Comprei algumas revistas, li uma delas calmamente enquanto tomava alguns cafés e, na hora combinada, desci para retirar o carro. Encontrei o mesmo sarcófago de poeira e dejetos de aves que eu havia deixado no local há duas horas. Do lado dele, estava um atendente de semblante muito preocupado,e fui tomar satisfações com ele.

“Ei! Vocês não lavaram meu carro? O que aconteceu?”

O atendente nervosamente me informou que, no momento em que foram ligar o carro, ouviram um som nada saudável vindo de dentro do capô. Ele piscava compuslivamente, algumas vezes por segundo, o que provavelmente era um tique que tinha em momentos de tensão, o que tornava a conversa ainda mais tensa e desconfortável.

“Então... na hora que eu liguei o carro, a mangueira do radiador estourou toda. A gente nunca tinha visto isso acontecer. Foi só virar a chave e veio uma fumaceira saindo de baixo do capô. Acredita numa coisa dessas?”, perguntou em meio a uma avalanche de piscadas nervosas.

Ele me mostrou o que restava de uma mangueira de borracha preta, de uns 10cm de comprimento, completamente arrebentada. Era como se tivessem pego a mangueira do carro e a enchido de bombinhas de festa junina. Sem entender como uma mangueira simplesmente explode só de ligar o carro, segurei o retalho de borracha na mão, talvez esperando que ele mesmo se manifestasse sobre seu rápido, porém apoteótico, falecimento. Mas quem falou foi o atendente.

“Mas ó... falei aqui com o Paulo e ele disse que se o senhor trouxer uma mangueira nova, a gente instala rapidinho, viu?”, disse ele de forma conciliatória.

Segurando a mangueira dilacerada na mão, eu já estava mais indignado do que surpreso.

“Como assim se EU trouxer uma mangueira nova? Eu nem sei o que é isso! Nunca vi uma mangueira de radiador na minha vida. Quando foi que aconteceu isso?”

“Ah, foi cinco minutos depois que o senhor saiu... a gente até pensou em ligar pra avisar, mas o senhor esqueceu de deixar seu número de celular com a gente... então...”, respondeu ele quase deixando implícito que a maior parcela de culpa era minha e não dele.

“Mas isso faz duas horas! Por que vocês não mandaram comprar outra mangueira dessas no momento em que aconteceu? Eu pagava. “

“É que a gente não sabia se o senhor ia querer que a gente comprasse.”, explicou entre piscadas. “De repente a gente compra e o senhor não queria que comprasse... aí como é que fica?”

“Quanto custa essa bosta? Você sabe?”

“Olha... o Paulo disse que não passa de R$20,00.”

Era quase meio dia. Isso tudo já havia estragado meus planos de chegar em casa a tempo do almoço. Então decidi armazenar a raiva em um lugar de mais difícil acesso do meu cérebro para poder lidar com a situação da maneira mais lúcida e eficiente possível.

“Olha. Se vocês sabem como trocar isso, eu compro a porra da mangueira agora. Onde eu encontro uma?”, perguntei, minha paciência se esvaindo a cada segundo.

“Então... do outro lado da avenida do shopping tem uma loja de auto-peças que com certeza tem isso. Se o senhor quiser dar uma corridinha até lá...”, sugeriu ele.

Dei a tal “corridinha” pela passarela que cruza a avenida e encontrei a loja de auto-peças na mesma quadra. Felizmente, eles tinham uma mangueira de radiador, exatamente do tipo que eu precisava (se é que existe mais que um tipo de mangueira para radiador, sei lá...). Voltei para o shopping com minha mangueira nova e entreguei-a para o atendente, que tentava me tranquilizar dizendo que seria muito rápido, que eu não tinha que me preocupar, que era só ele instalar a mangueira e ele lavaria o carro na seqüência. Tomei o cuidado de deixar o número do meu celular com ele, para o improvável caso de alguma coisa acontecer, e decidi aproveitar que estava ilhado no shopping, para almoçar enquanto esperava.

Escolhi um restaurante agradável, sentei em um lugar sossegado e me refugiei nas revistas que havia comprado enquanto bebericava um dry martini ou um chopp e comia sem pressa, saboreando cada garfada. Os minutos passavam e meu celular permanecia em silêncio. Tomei um café, paguei a conta e, como quase duas horas haviam se passado, decidi que seria prudente fazer uma visita ao lava-rápido. Afinal, se não haviam me ligado ainda, certamente não demorariam e, caso estivessem no estágio final da lavagem, minha presença incômoda provavelmente aceleraria a equipe a terminar o serviço o quanto antes.

Cheguei ao lava-rápido e fui recepcionado pelo meu bom e velho automóvel, impecavelmente imundo. Sei que talvez a raiva tenha distorcido um pouco a imagem que tenho na minha memória sobre este episódio, mas nada me tira da cabeça a sensação de ver meu carro esboçar um quase imperceptível sorriso com seu capô no momento em que me viu chegando, e ainda hoje ouço o som da sua “voz” zombeteira murmurando para um dos funcionários do lava-rápido:

“Hehehehe... olha a cara dele!”

O atendente veio correndo em minha direção para se justificar. De novo. Nova sucessão de piscadas em alta velocidade.

“O senhor não vai acreditar! (pisca pisca pisca) Aconteceu um problema aqui, (pisca pisca) mas a gente já tá resolvendo! (pisca pisca pisca)”, disse ele gaguejando.

“Problema? Que problema? Por que meu carro tá sujo ainda?”

“Então... sabe o que é? A gente... tipo... perdeu a chave do carro... e não temos como empurrar ele até a área da lavagem... então...”

Durante um breve momento, ficamos um olhando para a cara do outro em completo silêncio e eu só ouvia (ou pelo menos acho que ouvia) o quase imperceptível, porém incrivelmente desconcertante, som das pálpebras do atendente se abrindo e fechando num ritmo estonteante.

Eu ia quebrar o silêncio com um sonoro palavrão, mas, antes que eu pudesse, ele se adiantou:

“Mas o senhor não se preocupe! Já chamei o chaveiro daqui do shopping e ele disse que isso é jogo rápido! Ele já desmontou a fechadura da sua porta e disse que faz uma cópia rapidinho.”

“Não acredito nisso... Por que você não me ligou?”

(pisca pisca pisca pisca pisca pisca pisca pisca)

O atendente parecia não ter entendido minha pergunta. Após refletir sobre isso um tempo, respondeu com um tímido:

“Olha... o senhor não se preocupe! Já chamei o chaveiro daqui do shopping e ele disse que isso é jogo rápido! Ele já desmontou a fechadura da sua porta e disse que faz uma cópia rapidinho.”

Fiquei por lá mesmo, para ter ao menos a sensação de que agora as coisas fluiriam de maneira eficiente. Nem isso consegui ter. Primeiro o chaveiro voltou com a fechadura da porta do motorista, alegando que não estava conseguindo tirar o molde porque a fechadura estava gasta, mas que provavelmente a da porta do passageiro estaria em melhores condições.

Ele desmontou a fechadura, saiu correndo e voltou 45 minutos depois, com a descoberta que era impossível fazer um molde adequado com a segunda fechadura também. Aí recorreu à da ignição, também sem sucesso. Como derradeira e desesperada tentativa, retirou a tranca do porta-malas e, para alívio de todos que só queriam que eu fosse embora daí, voltou uma horinha depois com uma nova e reluzente chave.

O atendente me perguntou (mais por educação mesmo) se eu ainda queria que lavassem o carro, mas eu realmente não aguentava passar mais um único minuto naquele lugar. Então decidi que levaria o carro sujo mesmo até a concessionária, mesmo tendo consciência de que isso poderia ser prejudicial na hora da avaliação. O cansaço tem uma capacidade peculiar de aumentar seu grau de conformismo e costuma facilitar a escolha da opção mais “fácil”, mesmo quando ela é também a mais burra. Então eu, porco e burro, me sentei pelo que eu imaginava seria a última vez no banco do motorista do meu carro e inseri minha praticamente virgem chave na ignição do meu carro.

Se minha vida fosse um filme do Quentin Tarantino ou do Guy Ritchie, no momento em que eu girasse a chave, a cena pararia bruscamente e o telespectador, seria levado a um flash-back, onde seria revelando o que de fato havia acontecido antes da minha chegada ao shopping. Claro que, como minha vida não é um filme, só fui descobrir o que tinha ocorrido dias depois.

O fato foi que, quando eu parei com meu carro na loja de baterias pela primeira vez, detectaram que a minha bateria precisava de uma recarga e gentilmente me cederam outra para que eu pudesse circular enquanto eles se encarregassem de recuperar a minha.

Gostei da atitude. Teria gostado ainda mais se eles não tivessem simplesmente colocado minha bateria em uma estante e se esquecido de recarregá-la. Quando cheguei pela manhâ do sábado, eles efetuaram a troca e, como eu tinha andado um pouco com o carro até chegar à loja, a bateria tinha um mínimo de carga para dar a partida.

Com isso, cheguei ao shopping sem problemas. Mas quando o chaveiro do shopping foi obrigado a desmontar as fechaduras das portas ou da ignição para tirar o molde, a porta do meu carro se manteve aberta, o que automaticamente ligou a luz interna do veículo, o que automaticamente drenou toda a já pouca carga que a bateria ainda tinha. É por isso que, quando girei a chave no contato para sair do estacionamento, aconteceu o óbvio.

Nada aconteceu. Tentei de novo e, assim como havia acontecido há dois dias, era como se a bateria estivesse arriada de novo. O que era impossível, pois ela havia sido recarregada há poucas (à essa altura muitas) horas. Após bater no volante com um misto de frustração e desespero, saí do carro e me deparei com o atendente, que também parecia não acreditar no que estava acontecendo. Ao menos as piscada nervosas haviam diminuido seu ritmo frenético, já que desta vez pelo meno ele não tinha culpa.

“Acho que sua bateria morreu.”, disse ele demonstrando uma capacidade de dedução ímpar.

“Não pode ser...”, falei, inconformado. “Troquei hoje de manhã. É impossível!”

“Olha. Meu carro tá logo ali... o senhor não quer que eu traga ele pra cá e a gente tenta fazer uma chupeta pra ver se pega?”

O que eu mais queria era sair daí e levar meu carro à concessionária. Já era começo de noite e eu nem sabia se a encontraria aberta ainda, mas estava tão determinado em resolver este assunto naquele dia, que nem me dei conta de que carros imundos que não conseguem ligar sem ajuda externa não são exatamente objetos de desejo de um comprador de veículos.

Mas, naquela hora, o que eu queria era me livrar do problema. Então utilizamos os cabos que o atendente tinha no carro dele para conectar a bateria dele à minha. Deixamos os carros ligados durante alguns minutos, o suficiente para dar um mínimo de carga na minha bateria, agradeci e finalmente acelerei pela rampa do estacionamento do shopping, pronto para a última etapa do meu calvário: a concessionária.

Ao sair do shopping percebi que talvez a ida para a concessionária não seria tão simples assim. Logo na cancela do estacionamento, o carro começou a falhar, obrigando-me a acelerar violentamente para evitar que o carro morresse.

Na hora, imaginei que isso fosse um problema com a bateria. De repente eu não tinha deixado carregando o suficiente, de repente a bateria estava com defeito, de repente os cabos estavam soltos... e, de repente, eu me encontrei dirigindo por uma avenida lotada, quase 20h00 de um sábado, com um carro que engasgava a cada nova bombada no acelerador. Ou seja, para manter o veículo em movimento, eu teria que permanecer em movimento o tempo todo, porque se eu parasse, o carro poderia morrer a qualquer minuto, e eu sabia que minha bateria não teria carga suficiente para ligá-lo de novo.

Quando se dirige nessas condições, em que não pode parar de acelerar em hipótese nenhuma, você sempre acaba tendo que parar. E sempre é atrás de um carro que pára quando percebe que o semáforo acaba de ficar amarelo. Em outras palavras, não teria custado nada ao cidadão acelerar um pouco e permitido a sua passagem. Provavelmente, é o que ele faz todo dia. Mas hoje, ele decide que vai parar.

Evidentemente, foi o que aconteceu neste dia.

Por mais que eu tentasse manter os giros do motor o mais alto possíveis, o carro simplesmente jogou a toalha e morreu quando chegamos a um farol e o carro da frente – que já vinha lento – decidiu parar na luz amarela. O carro engasgou e morreu. Girei a chave algumas vezes e a bateria não respondeu.

Pela terceira vez em três dias, meu carro não ligava.

O semáforo ficou verde. Apertei automaticamente o botão que liga o pisca-alerta e pulei para fora do carro para pegar o triângulo do meu porta-malas, tendo meu corpo “agasalhado” por uma fina camiseta de algodão confrontado com o congelante frio de uma noite paulistana no inverno de agosto. Não é muito agradável. Mas o desespero de saber que seu veículo está estacionado bem no meio de uma via pública, à noite, em uma curva cega, em um local que não era exatamente um dos lugares mais bem-freqüentados da cidade.

Carros desviavam de mim e evitavam meu veículo enquanto eu fazia as vezes de uma chicane humana, percebi que ali não era um lugar muito inteligente para estacionar. Felizmente, apareceu um grupo de garotos de rua, que vieram me perguntar se eu não queria empurrar o carro para cima da ilha central da avenida. Eles me ajudaram e, em poucos segundos, meu carro estava fora da avenida. Quase não deu tempo de agradecê-los e eles se foram.

Peguei meu celular e liguei para a seguradora do carro. Após identificação, a atendente me perguntou qual era o problema.

“Meu carro parou aqui, de repente, na Vital Brasil, próximo à Ponte Eusébio Matoso.”, informei.

“Seu carro está com combustível?”, perguntou ela de forma automática.

“Sim. Ele começou a engasgar violentamente aqui na ponte, e eu ficava mantendo o motor no giro mais alto possível para evitar que morresse, porque minha bateria tá com problema também, sabe?”

“E o carro não liga mais?”, indagou sem esboçar um mínimo de interesse real pelo meu problema.

“Não, nada.”, respondi desolado.

Ela então me pediu que informasse exatamente onde eu me encontrava, para que ela pudesse mandar um mecânico ao meu socorro. Ela me garantiu que o mecânico chegaria em no máximo 20 minutos e, quando desliguei o celular, me dei conta do frio que fazia naquela noite. Entrei no carro, mas, como havia baixado o vidro elétrico para liberar a chancela do estacionamento do shopping e agora me encontrava sem carga na bateria, eu não tinha como subí-lo. Olhando ao redor, vi um boteco do outro lado da avenida e decidi me refugiar lá enquanto a cavalaria não chegava. Até porque ninguém teria como roubar o carro, a não ser que usasse um guincho. E se existisse algum ladrão que se desse ao trabalho de passear pela cidade de noite com um guincho, procurando por carros para roubar, é impossível que ele fosse suficientemente burro para roubar logo o meu.

Atravessei a avenida sendo açoitado violentamente pelo vento congelante, que uivava de maneira espectral e sinistra, me lembrando do quanto eu havia sido imprudente em não trazer uma blusa: “buuuuuuuuuuuuurrooooooooooo... buuuuuurroooooo....”

Cheguei no boteco, provavelmente o local mais deprimente, sujo, delapidado e desagradável dentre todos os estabelecimentos voltados à venda de alimentos e bebidas, e pedi uma cerveja para o caixa. Algumas poucas e alcoolizadas pessoas se sentavam deprimidas no balcão, olhando para mim com um conflitante misto de curiosidade e indiferença enquanto tomavam seus conhaques ou rabos-de-galo. Mais para o fundo do bar, dois travestis que pareciam o Didi imitando a Maria Bethânia naquele episódio dos Trapalhões conversavam sobre a vida, enquanto um homem cochichava insistentemente no ouvido de uma mulher de meia idade que evidentemente estava perdendo a paciência. Para acrescentar ao clima, o volume do “som ambiente” no local – um misto de forró com brega cantado de forma anasalada e acompanhado por um teclado de churrascaria – havia sido cuidadosamente programado para estar só um pouco alto demais, causando um certo desconforto aos clientes (imagino), mas não o suficente para justificar o trabalho de ter que pedir ao caixa que ele abaixasse o som. Pela foto, vocês percebem que, durante o dia o lugar já não é lá grande coisa... imaginem de noite.

O cenário era tão desalentador que nem tinha terminado de tomar minha cerveja quando pedi outra e decidi enfrentar o frio, esperando pelo mecânico dentro do meu carro de vidro aberto. Pelo que pareceu uma eternidade, esperei, e quando já perdia o que ainda me restava de esperança, uma moto estacionou do meu lado e vi pelo logotipo no baú que era o mecânico da minha seguradora.

Simpático, ele logo quis saber qual era o problema e imediatamente abri o capô. De cara ele já me alertou que minha bateria estava completamente sem carga, mas ele tinha uma na moto dele que permitira que a minha recarregasse o suficiente para chegar até minha casa. Aí, na segunda, eu iria até a loja de baterias na qual eu havia deixado meu carro para ter mais informações sobre o porquê desse problema todo. Ele conectou a bateria dele na minha e pediu para que eu desse partida no carro. Pegou. Abri um sorriso de orelha a orelha, por saber que dentro de alguns minutos eu estaria em casa, mas este sorriso logo veio por água abaixo quando o carro começou a dar sinais de que estava falhando de novo. Até que morreu de vez. O mecânico olhou para o motor, levantou uma de suas sobrancelhas e se manifestou:

“É... seu problema não é só bateria não. Faz tempo que ele tá engasgando desse jeito?”, perguntou.

“Não... só hoje. Começou quando eu estava saindo do shopping. Era só eu aliviar do acelerador que ele engasgava. Até que parei num farol e ferrou de vez.”

Ele pegou uma lanterna para que pudesse enxergar melhor o antro do mal que se escondia por debaixo do meu capô. Mexia aqui, mexia ali, pedia para que eu segurasse a lanterna para ele, grunhia tentando alcançar alguma coisa nas entranhas do motor, sumia por debaixo do carro e pedia para que eu iluminasse isso ou aquilo... foi assim durante o que me pareceu cinco ou seis horas, mas que de fato deve ter durado usn quinze minutos.

“Olha. Tô achando que é vela”, disse ele com um ar grave.

Fiquei olhando para ele, pensando em que loja de auto-peças encontraria aberta às 22h30 de um sábado imaginando como ele conseguirira rebocar meu carro até minha casa de moto. Felizmente, ele continuou e eu nem tive tempo de perguntar.

“Se for isso mesmo, eu tenho algumas aqui na moto. Mas se isso não resolver, aí vamos ter que chamar um guincho.”

Só a idéia de ter que ficar esperando por um guincho fez com que meu estômago contemplasse a possibilidade de se rebelar e fugir pela minha boca, mas felizmente ele pagou pra ver e aguardou dentro de mim até que o mecânico tivesse efetuado a troca da peça.

Ele penou para conseguir, mas finalmente instalou a peça nova e me pediu para que eu tentasse ligar o carro. Girei a chave esperando pelo pior, claro, mas ouvi o ronco do motor, forte, imponente e acolhedor. Ele sugeriu que observássemos o funcionamento do motor durante uns 15 minutos, só para ter certeza de que o problema não se manifestaria novamente.

Concordei, mas fui correndo para o boteco que havia me acolhido de forma tão peculiar há algum tempo e pedi mais duas latinhas de cerveja. Voltei ao mecânico e ofereci uma para ele.

“Sei que não é da sua conta isso, mas só a idéia de que eu vou conseguir chegar em casa hoje já é suficiente para um brinde.”

Ele olhou para a lata, sorriu e disse:

“Bom... eu não devia, né? Mas quer saber? É sábado, tô encerrando minhas atividades por hoje e pelo visto o senhor merece tomar uma pelo dia de cão que teve, né? Te acompanho sim!”

Tomamos as latinhas enquanto falávamos de amenidade e aguardávamos o motor se rebelar. Mas ele não se rebelou e, depois de um tempo, o mecânico falou que achava que se fosse acontecer alguma coisa, já teria acontecido. Ele deixou seu número de celular comigo, para o caso de algum outro desastre durante o caminho até minha casa, mas felizmente isso não se fez necessário.

Paguei pela peça, entrei no carro e fui tranqüilamente para casa, de onde, percebo hoje, nunca devia ter saído naquele dia.

Não usei o carro no domingo, mas segunda fui tirar satisfações na loja de baterias e foi só aí que descobri o que eles haviam se esquecido de fazer a carga.

Eu devia ter aprendido com os eventos deste trágico dia de agosto. Mas na quarta-feira daquela semana, decidi que eu não era do tipo que desiste de suas convicções e resolvi sair da agência na hora do almoço para deixar meu carro na bendita concessionária. Meio dia em ponto eu estava no meu carro, recém-lavado, saindo do estacionamento do prédio. Um outro carro estava na minha frente, esperando o momento certo para entrar na avenida que, a essa hora, estava com trânsito relativamente intenso. Fiquei olhando pelo retrovisor para a fila de carros que seguia impedindo nossa saída. Até que detectei um espaço e acelerei. O carro da frente não. O baque seco da batida foi seguido pelo som do vidro da minha lanterna se espatifando pelo chão. Saí do meu carro e a moça do carro da frente saiu do dela. Constatamos que no carro dela não havia acontecido nada e que no meu, além do farol dianteiro direito, o capô precisaria de funilaria. Nem trocamos telefones, visto que a culpa era toda minha e que o carro dela não havia sofrido um único arranhão.

Ela se foi rumo a onde quer que estivesse indo. Eu dei meia-volta e retornei ao estacionamento da agência, do qual havia saído nem cinco minutos atrás, e liguei para o pessoal da agência para descobrir em que restaurante eles tinham ido almoçar.

Carro 2 x 0 eu.

domingo, 25 de setembro de 2011

F1 2011 - GP DA CINGAPURA

O líder do campeonato nos lembra de quantos pontos ele precisa
fazer nas últimas CINCO corridas para se consolidar como o
mais jovem bicampeão de toda a história da Fórmula-1.


E lá vamos nós para a única corrida noturna que acontece às 9h00 da manhã.

O líder (aliás, LÍDER em maiúsculas) do campeonato, Sebastian Vettel, tinha tanta vantagem que o campeonato parece ser apenas uma questão de tempo. Eu digo "parece ser" porque, de verdade, nunca se sabe o que pode acontecer num campeonato de Fórmula-1.

Por exemplo: em 1997, o campeão Jacques Villeneuve terminou o ano com 82 pontos. Michael Schumacher fez 78 e o Heinz-Harald Frentzen terminou o ano com 42 pontos, bem aquém dos outros dois (vale lembrar que, naquela BOA E VELHA época, a vitória valia o que deveria valer até hoje: 10 pontos).

Então o Villeneuve foi campeão e o Schumi foi vice, certo?

Errado. Por causa de uma Dick-Vigaristice do alemão, que tentou tirar o Villeneuve da última prova e se sagrar campeão, o Schumacher foi punido de forma inédita na Fórmula-1: excluiram ele do ranking do campeonato.

Desta forma, o campeonato de 1997 ficou:

Villeneuve: 81
Frentzen: 42
Coulthard: 36

O vice "de verdade" não existiu para efeitos de campeonato, apesar de seus pontos e estatísticas (número de poles, voltas mais rápidas e afins) continuarem contando.

Este interlúdio é só para dizer que, antes que a gente coroe o Vettel como campeão indiscutível, convém pensar que de repente a FIA pode dar mais uma de suas surreais surtadas, e quem sabe o que pode acontecer.

Dito isso, delírios de blogueiro à parte, o título é do Vettel.

Já era antes da largada, e com ele largando bem e indo embora enquanto abria 1 segundo por volta, a vitória dele parecia bem provável.

Ela ficou ainda mais provável quando percebemos que, mesmo andando muito mais rápido que o resto do pelotão, o Vettel foi um dos últimos a parar para fazer sua primeira troca (parou na mesma volta que o Jenson Button, o que costuma indicar um ótimo controle dos pneus).

O fato é que, fora isso e as últimas voltas, não vimos o Vettel na transmissão, porque ele estava tão à frente que nem valia a pena mostrar.

Então o que destacar nesta corrida?

Um dos destaques foi mais um toque do Hamilton - este com Felipe Massa - que acabou rendendo um drive-through ao piloto inglês.

O Hamilton anda exagerando mesmo, e olha que isso seria perceptível mesmo que não existisse Galvão Bueno. O piloto já acumula CINCO punições este ano, incluindo 3 drive-throughs e 2 punições pós-corrida. Que feio, hein?

Mas, por mais que tenha sido justificado o drive-through de Hamilton, ele de nenhuma maneira justifica a péssima temporada que Massa tem tido em 2011. O piloto não ganha desde 2008 e, vamos combinar, em se tratando de uma Ferrari em que seu companheiro Alonso já ganhou SEIS, a batata do brasileiro deve estar assando...

Quem se acidentou também foi o Schumacher, ao chegar muito rápido no Perez e tocar a roda traseira do mexicano na sua roda dianteira e sair voando pela pista até parar na eficiente barreira de segurança da pista cingapuriana. A porrada rendeu um Safety Car que em nada alterou o panorama da corrida.

Jenson Button, mais uma vez, deu um show de controle e frieza, levando sua McLaren à segunda posição e mostrando que é um grande mestre quando o assunto é estratégia e poupança de pneus.

Tivemos também nesta prova uma grande atuação da Force India, com a dupla Paul di Resta e Adrian Sutil em 6º e 8º e, com isso, a equipe indiana vai subindo na classificação desde sua estreia em 2009 – foi 8ª, subiu para 7ª e agora está em 6ª. É uma equipe que leva o negócio a sério.

E foi isso. Vettel ganhou fácil, Button chegou em segundo e Webber em terceiro.

O alemão agora precisa de UM ponto para sagrar-se bicampeão do mundo (isso se o Button ganhar a prova).

Pensando que temos 5 provas pela frente e que dificilmente o Button vai GANHAR TODAS e o Vettel ABANDONAR TODAS, acho que é muito seguro dizer que temos um novo bicampeão na Fórmula-1.

Mas, aos que torcem contra, lembrem de 1997... afinal, nunca se sabe...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

QUANDO OS MONSTROS DA NOSSA INFÂNCIA GANHAM VIDA



O artista Dave DeVries teve uma ideia que eu queria muito ter tido: o projeto "The Monster Engine".

Basicamente, o que ele faz é pegar desnehos feitos por crianças e dar a eles tratamento de hiper-realismo, resultando em imagens interessantes que mesclam a inocência do traço infantil com toda a qualidade gráfica do artista.

Não sou um ilustrador, mas, para não dizer que nunca pensei em algo assim, usei os desenhos dos meus filhos como base para as capas de uma coleção de joguinhos de Playstation que demos para eles no Natal do ano retrasado. A quem está cadastrado no site deles e quiser relembrar, tá aqui o link. E a quem não está, me peçam por e-mail que eu mando o convite.

Enfim, o projeto do DeVries é muito bacana, mas um tanto, como direi, perturbador. Saquem só mais alguns exemplos:












quarta-feira, 21 de setembro de 2011

AS TRÊS FACES DO ANTICRISTO



Outro dia estava pensando sobre a espetacular trilogia de terror “A Profecia” e sobre os atores que haviam interpretado o carismático personagem Damien Thorn nas telas.

Para quem não sabe, a série trata da vinda do anticristo à terra, episódio profetizado na Bíblia. São três filmes no total (como costuma ser o caso em se tratando de trilogias), cada um sobre uma fase da vida do simpático Damien.

Como os três filmes foram feitos entre 1976 e 1981 e englobam um período de 33 anos, atores diferentes tiveram que ser utilizados para caracterizar o personagem ao longo do tempo.

Sempre achei muito feliz a escolha dos atores que protagonizaram o Damien, porque eles de fato pareciam ser a mesma pessoa. Mas fiquei pensando sobre o quanto isso era de fato preciso e decidi pesquisar para ver como estavam hoje os atores que fizeram o papel dos Damiens mirins.

Queria ver se eles de fato se pareciam com quem acabou personificando o personagem quando adulto - o ator de “Parque dos Dinossauros” Sam Neill:
E aqui vão os resultados. O sinistro Damien molequinho – aquele que causa a queda quase-mortal da mãe com seu triciclo – foi o ator Harvey Stephens. Como crinça-demo, ele era assim:

E agora vejam uma foto do cara hoje em dia:

Aí, no segundo filme, Damien é interpretado por Johnathan Scott-Taylor, um ator que, apesar de ser inglês, nasceu em SÃO PAULO. Para quem não lembra, este é Damien Thorn com 12 anos de idade:

E este é o Scott-Taylor hoje:
Fiquei com a interessante impressão de que, se tivéssemos usado um só ator para fazer os 3 papéis, o resultado não teria sido tão crível quanto a solução escolhida pelos produtores da série - de usar 3 atores diferentes para interpretar a mesma pessoa.

Ou seja: o Sam Neill parece muito mais com o Harvey Stephens e o John Scott-Taylor adultos do que eles mesmos. Bizarro isso...

P.S. Alguém aí vai dizer que existe também o filme “Profecia IV”, mas isso não existe. Aquilo lá é tão ruim que os produtores mereciam ter sido processados.