segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

NOEL x NEWTON ou O ACOLHEDOR MITO DO PAPAI NOEL VISTO SOB A FRIA E PRECISA LUZ DA CIÊNCIA

Cientistas alegam que este pedaço de carvão seria de fato
Rudolf, a famosa rena do nariz vermelho.


Há muito tempo, li uma reportagem muito interessante sobre o Papai Noel e sempre lembro dela na época em que o Bom Velhinho volta a bombar na mídia (tipo no Natal, por exemplo).

O texto explicava o fenômeno Papai Noel pela ótica da física. Muita gente já deve ter lido, mas vou postar aqui só porque sempre que quero reler, preciso ficar googlando pela net atrás da reportagem original, então prefiro ter aqui no aconchego do meu blog para consultar sempre que necessário. O texto foi publicado pela primeira vez na revista Spy, em 1990. Para os que ainda não leram, o texto relatava os seguintes fatos:

1. Não há registro nos anais da ciência de qualquer tipo de rena voadora. Porém, existem cerca de 300.000 espécies de organismos vivos que ainda precisam ser classificados biologicamente e, enquanto a grande maioria destes são insetos e germes, isso não anula completamente a hipótese das renas voadoras que, diga-se de passagem, só o Papai Noel já viu.

2. Há 2 bilhões de crianças (pessoas com menos de 18 anos) no mundo, mas, como o Natal é uma data cristã, isso automaticamente excluiria crianças de outras religiões (muçulmanas, judias, budistas, etc.), que não se "qualificariam" para receber presentes de Natal. Isso cortaria o total para apenas 15% das crianças, ou seja 378.000.000 crianças. O censo indica uma média de 3,5 crianças por casa, o que reduz o número de casas a serem visitadas pelo Bom Velhinho para “apenas” 91,8 milhões.

3. Graças à rotação da terra e diferenças de fuso horário, Papai Noel teria 31 horas de Natal para fazer sua distribuição de presentes (desde que, claro, ele viajasse do leste para o oeste, o que parece lógico). Isso significa que ele teria que visitar 822,6 casas a cada segundo. Em termos práticos, ele teria 1/1000 de segundo para estacionar o trenó, pular para dentro da chaminé, colocar o presente na meia, comer o lanchinho deixado para ele (podem reparar que ele SEMPRE come tudo), subir pela chaminé de novo e sair acelerando seu trenó rumo à próxima casa.
Partindo do pressuposto que cada uma dessas 91,8 milhões de casas fosse distribuída de forma homogênea pelo planeta (o que, como todo mundo sabe, não é verdade, mas vamos aceitar isso como verdadeiro apenas para efeitos de cálculo), então estamos falando de aproximadamente 1,25km de uma casa para outra, o que resultaria em uma viagem total de 121 milhões de km (sem contar as paradas para fazer o que a maioria de nós faz no mínimo uma vez a cada 31 horas, a não ser que se use uma fralda geriátrica).
Isso significa que o trenó do Papai Noel estaria se movendo a 1.046km por segundo, 3.000 vezes mais rápido que a velocidade do som. Para comparar, o veículo mais veloz na terra – a sonda espacial Ulysses – se locomove a míseros 44km/s. E uma rena comum atinge uma velocidade de NO MÁXIMO 24km/h.

4. Aí temos outro fator importante nesta equação toda: o peso do trenó. Vamos imaginar que cada criança receba nada além de uma caixinha básica de Lego, pesando 1kg (o que, como pai, posso atestar ser FALSO, já que meus filhos ganharam um Playstation e um ROBÔ GIGANTE E INCRIVELMENTE BARULHENTO do Papai Noel este ano). O trenó teria então uma carga de 320.300 toneladas – isso sem contar o próprio Papai Noel, invariavelmente descrito como OBESO.
Aqui na terra, uma rena comum não consegue puxar mais do que 136kg, mas, mesmo que aceitássemos que uma “rena voadora” (ver item 1) conseguisse puxar 10 VEZES este peso, precisaríamos de muito mais do que as 8 ou 9 renas que vemos nos desenhos natalinos para puxar o trenó. Na verdade, precisaríamos de 214.200 e isso aumentaria o peso total (sem contar o trenó em si) para 353.430 toneladas. Para comparar mais uma vez, estamos falando de 4 vezes o peso do cargueiro Queen Elizabeth.

5. Para complicar, ter 353.000 toneladas viajando a 1.000km/s causaria uma enorme resistência do ar, o que aqueceria as renas da mesma forma que uma espaçonave durante a reentrada atmosférica. O primeiro par de renas absorveria 14,3 QUINTILHÕES de joules de energia por segundo incinerando-as quase que instantaneamente e expondo o par de renas seguinte, causando uma sequência de BOOMS SÔNICOS ENSURDECEDORES.
Todas as renas seriam vaporizadas em meros 4,66 milésimos de segundo, enquanto o Papai Noel estaria sendo sujeito a uma força centrífuga 17.500,06 vezes maior que a gravidade. Se ele pesasse uns 110kg (o que parece ser magro demais, levando-se em conta as representações artísticas do Bom Velhinho) o homem estaria colado na parte de trás do seu trenó por uma força de 1.957.257,88kg.

Resumindo. Se Papai Noel algum dia distribuiu presentes durante o Natal... digamos que não foi uma experiência que ele teria muita vontade de repetir no ano seguinte. O que, cá entre nós, é bom pra ele porque eu estou DOIDO DE VONTADE DE PROCESSÁ-LO PELO ROBÔ GIGANTE E INCRIVELMENTE BARULHENTO QUE ELE DEU PRO MEU FILHO.

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