domingo, 11 de setembro de 2011

F1 2011 - GP DA ITÁLIA

Em homenagem à brilhante atuação de Bruno Senna, que largou em 10º
e terminou em um espetacular 9º lugar, Galvão Bueno teria preparado
uma cerimônia de gala na qual teria presenteado o piloto com um troféu
para celebrar o que foi, inquestionavelmente, a melhor nona colocação
já conquistada no Grande Prêmio da Itália de F-1 em 2011. Merecido.


Após um sábado que foi corrido durante o dia e que contou com um show duplo à noite – Whitesnake e Judas Priest – acordar para assistir à corrida no domingo foi um pouco angustiante, mas lá estava eu às 8h45, preparando o café para encarar mais um GP de Monza.

Havia se criado a expectativa de que as Red Bull não andariam bem na Itália – uma pista teoricamente muito mais adequada à McLaren – mas isso tudo foi por água abaixo quando Vettel cravou a pole com quase meio segundo de vantagem para Hamilton. E aí a expectativa ficou sendo de que a corrida seria um passeio e que nada de mais interessante aconteceria ao longo do rápido GP Italiano.

Mas a largada acabou surpreendendo. Primeiro foi Alonso, que pulou de quarto para primeiro antes da primeira chicane, deixando Vettel e a dupla a McLaren para trás.

Quem também fez ótima largada foi Schumacher, que havia largado em oitavo, à frente do companheiro Rosberg, e de repente se via em quarto lugar. Button, que havia feito má largada, foi ultrapassado também por Massa, deixando a ordem assim:

Alonso, Vettel, Hamilton, Schumacher, Massa, Button e Webber.

Mas, antes da gente se dar conta do que estava acontecendo nas primeiras posições, um afoito Vitantonio Luizzi vinha lá de trás colocando sua roda na grama e perdendo o controle de sua Hispania, o que ocasionou um choque DE LADO nos carros de Rosberg e Petrov e provocou a entrada do Safety Car.

Curiosamente, tanto Luizzi quanto Petrov corriam com pinturas especiais no capacete. Liuzzi ostentava este design comemorativo aos 150 anos da unificação da Itália:


Petrov usava um capacete todo preto em homenagem às vitmas do acidente aéreo que ocorreu na Rússia na última quarta-feira e matou 43 pessoas, incluindo o time de hóquei no gelo Lokomotiv.

O Safety Car rodou algumas poucas voltas e deu-se a relargada, com Schumacher surpreendendo Hamilton e abocanhando a terceira posição. Mais à frente, Vettel conseguia uma bela ultrapassagem em Alonso, reassumindo seu lugar de praxe na corrida.

Webber e Massa se tocaram na chicane e a batida fez com que o brasileiro rodasse e o australiano perdesse o aerofólio dianteiro, abandonando logo a seguir.

Mais à frente, Hamilton tentava de todos os jeitos passar pelo alemão da Mercedes. E foi SÓ isso que a gente viu daquele instante até a volta 27: Hamilton atacando Schumacher.

Volta após volta, o alemão trazia Hamilton a reboque, com o inglês tentando pegar o vácuo, usando o KERS, usando a Asa Móvel... tudo sem conseguir passar. Na verdade, ele até conseguiu passar, na volta 13, mas logo na sequência foi ultrapassado de novo, o que deve ter mexido muito com o orgulho do... ehm... orgulhoso inglês.

O quinto colocado Button foi chegando e ficou observando a briga bem de perto até que, na volta 17, Hamilton errou e colocou uma roda na grama.

O erro de Hamilton foi mínimo, mas proporcionou a Button uma oportunidade, que ele tomou sem nenhuma cerimônia, ultrapassando o companheiro no ato.

Aí, antes que a gente pudesse se preparar para a briga Schumacher-Button, o inglês passou com facilidade pela Mercedes e o alemão aproveitou para entrar nos boxes e inaugurar as trocas de pneus entre os líderes.

Na volta seguinte, entrou Button e, uma volta depois, foi a vez de Hamilton, que saiu dos boxes e se encontrou onde ele provavelmente mais queria estar em todo o mundo: exatamente atrás de Schumacher, DE NOVO.

Muito se falou sobre o quanto havia sido injusto o fato de talentos como Schumacher e Hamilton nunca terem tido a oportunidade de brigar de igual para igual nas pistas, porque o inglês estreou na F1 quando o alemão já havia se "aposentado".

Pois finalmente as circunstâncias da prova proporcionaram a oportunidade que tanto queríamos: um duelo entre Michael Schumacher e Lewis Hamilton. A gente só não esperava que este duelo fosse durar praticamente TODA a primeira metade da corrida.

Mas ela durou e, aí, na volta 27, a TV italiana cansou de mostrar o desespero pouco conclusivo de Hamilton e decidiu seguir o segundo colocado Alonso, que agora sofria pressão de Button.

Mas foi só fazer isso que pronto: no único instante das 27 voltas em que a TV não mostrou a disputa Schumacher-Hamilton, o inglês conseguiu a ultrapassagem e assumiu a terceira colocação. Timing perfeito da direção da prova.

Na 34ª volta, Button entrou para fazer sua segunda troca, e foi seguido por Alonso, Hamilton e Vettel nas duas voltas seguintes.

Mais veloz que Alonso, Button ultrapassou o espanhol e se consolidou em segundo, mas muito atrás de Vettel, que já administrava a prova.

Hamilton chegava perigosamente em Alonso, mas não deu tempo de tentar uma ultrapassagem e o inglês foi obrigado a se contentar com a quarta posição, chegando a menos de 1 segundo do piloto da Ferrari.

E Vettel ganhou de novo na pista que deu a ele a primeira vitória, praticamente carimbando o troféu de campeão do mundo deste ano.

De verdade, não aconteceu mais nada na prova, mas, para o Galvão Bueno, o momento mais apoteótico da prova pareceu ser a disputa entre Sébastien Buemi e Bruno Senna pela... ehm... nona posição.

Faltou ao locutor chorar de emoção quando o sobrinho de Ayrton conseguiu passar pela Toro Rosso do suíço, e a gente ficou na expectativa de que ele fosse soltar urros incontroláveis de “É NONO!!! É NONO!!!”, bem ao estilo daquela insuportável gritaria que se sucedeu no tetracampeonato do Brasil.

Felizmente, os gritos não vieram, mas era como se estivéssemos presenciando uma das maiores atuações de um piloto na história da F1. Menos, né?

Legal também foi o fato de Galvão considerar que esta é apenas a segunda corrida do brasileiro, apesar dele já contar com 20 GPs na carreira. De acordo com o locutor, as corridas que ele fez pela Hispania no ano passado “não contam” porque aquilo não era um Fórmula-1 de verdade.

OK... mas então que tal anularmos as corridas que o tio Ayrton fez na Toleman? Porque a equipe era bem fraquinha em 1984, não era? Aliás, fazendo isso, a gente finalmente colocaria um ponto final naquele eterno debate sobre quem teria de fato ganho aquele chuvoso GP de Mônaco que o Jacky Ickx encerrou prematuramente, né?

2 comentários:

Mark disse...

Concordo que a corrida do Bruno não foi maravilhosa, mas foi um bom resultado, e ele correu bem!
VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS: shookwal

Vladimir "Charles" Brown disse...

Paga-pau de Senna