segunda-feira, 1 de agosto de 2011

F1 2011 - GP DA HUNGRIA

A Renault Lotus de Nick Heidfeld pegou fogo durante a corrida e
o piloto saiu correndo do carro com volante e tudo. Ao perceber
que a equipe poderia ser multada por Heidfeld não ter recolocado
o volante dentro do carro, o dono da Renault teria gentilmente
pedido ao piloto alemão que enfrentasse as labaredas
para colocar
o equipamento de volta, dizendo que "dor passa logo, e
se você não
quer que seu emprego passe logo também, enfia logo essa
sua busanfa barbuda aí dentro e recoloca essa porcaria de direção!"
A Renault Lotus nega.



Debilitado e tossindo graças a uma pneumonia (pois é... tentei tanto pegar uma, como vocês podem ver aqui, e ela acabou chegando... tudo bem que com SETE ANOS de atraso, mas, chegou), me arrastei até a TV para assistir à corrida.

Esta temporada está sendo tão interessante que a gente nem percebe que o resultado do campeonato já está virtualmente definido, com Sebastian Vettel bicampeão a não ser que aconteça algum evento cataclísmico ao longo das 8 corridas que restam.

Aliás, a temporada anda tão diferente que até o geralmente insosso Grande Prêmio da Hungria conseguiu ser uma das – várias – boas provas do ano.

Habitualmente, o circuito travado e lento resulta em uma corrida que mais se assemelha a uma procissão de carros, volta após volta, passando pela reta principal em fila indiana. Tudo sem ultrapassagens, sem disputas e sem trocas de posições, dando ao espectador a impressão de que ele assistiu a uma longa e desnecessária sucessão de 70 voltas de apresentação.

Justiça seja feita, Budapeste já foi palco de dois momentos memoráveis na F-1. O primeiro, em 1986, teve o que para mim foi a melhor ultrapassagem da história, com Nelson Piquet ultrapassando Ayrton Senna por fora, no final da reta. O outro foi a suprema maldade que ocorreu com Damon Hill em 1997 e que já abordei aqui. Mas, fora um ou outro lampejo e emoção, a corrida e invariavelmente morna. Felizmente, não foi o caso em 2011.

Vettel largava na sua posição natural – pole – seguido por Hamilton, Button e Massa, que se classificou à frente do companheiro Alonso, equilibrando de vez a disputa interna entre os dois: agora Massa tem UMA GLORIOSA posição de largada à frente do companheiro, contra as míseras dez de Alonso. AGORA VAI!

A corrida começou chuviscando, com todo mundo de pneus intermediários. As Ferrari largaram mal e foram ultrapassadas pela dupla Rosberg e Schumacher. Mais à frente Vettel e Hamilton chegaram a disputar parte da primeira volta lado-a-lado, até que o alemão conseguiu se consolidar na liderança. Quer dizer, “consolidar” entre aspas, porque Vettel sofria muita pressão de Hamilton, que parecia estar muito mais veloz que ele. Tanto que, na quinta volta, Hamilton passou e foi embora, abrindo um segundo por volta.

Aliás, as primeiras voltas foram um verdadeiro festival de trocas de posições, com a pista muito escorregadia e gente saindo pra tudo quanto é lado. Numa dessas escapadas, Massa rodou e caiu de sexto para nono, voltando atrás de um combativo Paul di Resta e perdendo ainda mais contato com os líderes.

Mas a pista ia secando e, na volta 11, Webber – que então estava em 6º – foi o primeiro a arriscar pneus para pista seca, optando pelo composto supermacio (os que têm a faixa vermelha). Massa bancou a aposta do australiano e também entrou para fazer a troca e, logo todos perceberam que a pista já não era compatível com os pneus intermediários para chuva, principalmente pelo fato de... ehm... não estar mais chovendo.

O último dos líderes a parar foi Schumacher, o que proporcionou uma oportunidade nostálgica – se bem que breve – de vermos o nome do alemão acompanhado pelo número 1 de líder da prova. Claro que nem deu para sentir muita coisa porque o piloto da Mercedes também entrou para fazer sua troca e restabelecia-se a ordem da corrida: Hamilton, Vettel, Button, Webber, Alonso e Rosberg.

Button vinha muito rápido e, na volta 14, passou por Vettel com facilidade, formando uma dobradinha McLarenista (existe este termo?) na frente.

Com a pista secando, a perspectiva era de que a corrida já tinha dado o que tinha que dar e que a clássica procissão de carros iria finalmente ter seu início. E, de fato, durante algumas voltas, nada aconteceu. Massa pressionava Schumacher, mas não conseguia passar, Webber era seguido de perto por Alonso, Button trazia Vettel a uma distância segura, e Hamilton mantinha seus 8 segundos para o resto do pelotão.

Felizmente, o piloto da Renault Lotus Nick Heidfeld decidiu esquentar um pouco o clima da corrida. Ao sair dos boxes, a Renault começou a soltar muita fumaça, não do motor, mas da entrada de ar do lado esquerdo do piloto. A fumaça rapidamente se transformou em chamas e Heidfeld rapidamente estacionou na saída do pitlane, jogou o volante para o lado e pulou para fora do carro que àquela altura já ardia em chamas.

A corrida prosseguiu, com todo mundo entrando nos boxes para fazer nova troca – talvez pela expectativa de um Safety Car, que não se concretizou. Em uma dessas paradas, Vettel quase atropelou o chamuscado carro da Renault Lotus ao sair dos boxes porque os comissários de pista decidiram empurrá-lo de volta aos boxes, na contramão. Por sorte nada de grave aconteceu.

De qualquer maneira, depois da 2ª rodada de paradas, a ordem ficou assim: Hamilton, Button, Vettel, Webber e Alonso.

10 voltas depois, Alonso entrou nos boxes para trocar seus pneus supermacios por... outros supermacios, voltando muito mais rápido que os demais corredores, que já haviam tirado dos seus o que eles tinham a oferecer.

Webber entrou duas voltas depois – a de número 40 – e optou pelos macios (os da faixa amarela) em vez dos supermacios, dando pinta de que tentaria ir até o final. Nas voltas seguintes, Hamilton e Massa optaram pelos supermacios enquanto Webber, Vettel e Button preferiram os mais lentos – porém mais duráveis – macios.

O fato é que a escolhe pelos supermacios se mostrou errada, uma vez que eles se desgastavam muito rápido e, em 5 voltas, Vettel já tinha ultrapassado Alonso e assumido a terceira posição atrás da dupla Hamilton-Button. Aí, na volta 47...

Hamilton rodou sozinho e ficou atravessado. Em vez de deixar todo mundo passar para voltar em segurança, como manda o guia de bom comportamento da FIA, ele acelerou e fez um “zero” no meio da pista para colocar sua McLaren no sentido certo, sem sequer olhar para ver se vinha alguém pelo caminho. Se a manobra causou um certo nível de pânico em quem assistia pela TV, imagino que deve ter feito algum estrago nas cuecas de quem estava nos carros que tentavam passar pelo piloto inglês, como Paul di Resta, que teve que jogar sua Force India no acostamento para não bater na imprevisível McLaren de Hamilton.

O inglês acabaria sendo punido com um drive-through pelo incidente, mas não antes de proporcionar uma bela briga com Button pela liderança da prova, que àquela altura já voltava a ser uma corrida com chuva. Talvez numa tentativa de dar um pulo do gato, como seu companheiro Button sempre dá, Hamilton viu a chuva como uma oportunidade de surpreender e entrou nos boxes para trocar seus pneus por intermediários, apostando que a chuva apertaria.

Mas a chuva não apertou. E o inglês foi obrigado a voltar para os boxes para efetuar uma nova troca para pneus macios. E depois voltar mais uma vez para cumprir seu drive-through. E lá ia-se qualquer chance de ganhar ou chegar ao pódio nesta corrida que ele praticamente dominou até as últimas 20 voltas.

Com isso, bastou ao competente Jenson Button guiar tranquilamente e sem cometer erros para igualar-se às duas vitórias de Hamilton na temporada. O segundo colocado, como não poderia deixar de ser, foi Vettel, que deve ter ficado feliz ao ver sua liderança sobre o vice subindo de 77 para 85 pontos.

Agora teremos uma pausa de quase um mês até o épico GP da Bélgica e a promessa de surpresas da McLaren, Ferrari e Mercedes para tentar evitar o bicamepeonato do jovem alemão. Mas aí a gente lembra que só a Red Bull conseguiu terminar com seus dois carros nos pontos em todas as etapas até aqui, e que a PIOR colocação que a equipe conseguiu foi um QUINTO lugar, e que isso só aconteceu uma única vez, e que o Vettel só não foi ao pódio um vez na temporada, e que nessa ocasião ele foi QUARTO, e aí fica difícil achar que não veremos o Vettel levando o caneco pra casa.

Enfim, independente da gente saber como vai terminar, está sendo surpreendentemente divertido chegar até o último capítulo. Aguardemos.

2 comentários:

Mark disse...

Legal foi a Globo dizendo que o brasileiro faz pouco de seus ídolos. Que com esta vitória o Button igualou o número de vitórias do Barichello e do Massa... Só esqueceram de dizer que o Button tem um título mundial (baile dado em cima do magnífico (?) Barichello), enquanto os outros, nada...
VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS: noryo

Anônimo disse...

Pra Postar tá bem, né?