quarta-feira, 20 de abril de 2011

O PRINCÍPIO DE PETER NO MUNDO CORPORATIVO


Estávamos conversando outro dia sobre a supervalorização do quesito “promoção” e eu argumentei que achava muito errado o processo corporativo que entende que a única maneira de recompensar a excelência profissional é empurrando a pessoa um degrau acima na escada corporativa.

Sempre considerei isso um pouco esquisito, porque se o profissional está se destacando na função que ele foi contratado para fazer, deveria ser incentivado a melhorar ainda mais nesta função. A ascensão profissional deveria ser algo pedido quando a pessoa não tem mais interesse em se manter nesta função, e não algo obrigatoriamente oferecido como recompensa por um bom trabalho.

É por isso que aplica-se no mercado o chamado Peter Principle, ou Princípio de Peter, que dita que o máximo que qualquer funcionário pode almejar profissionalmente numa hierarquia é ser promovido a um nível de incompetência.

O conceito é de um livro escrito em 1969 pelo Dr. Laurence J. Peter e Raymond Hull e, apesar de inicialmente formulado como um livro de humor, o conteúdo da publicação é incrivelmente atual e preciso.

Na nossa vida profissional, vemos exemplos disso aos montes. O funcionário exerce sua função de forma muito boa e é premiado por isso com uma promoção para um cargo acima na hierarquia da empresa. Esta nova função exige que ele tenha novas obrigações, nova dinâmica de trabalho, novas responsabilidades e, muitas vezes, até mesmo que ele tenha que parar de fazer a função que o fez ganhar destaque em primeiro lugar.

Por este sistema deficiente, em vez de você ter as melhores pessoas nas melhores posições, fazendo o que sabem fazer de melhor, a máquina obriga a pessoa a subir até atingir um nível de mediocridade que impeça de ir mais alto. Só que aí já é tarde e a pessoa está atuando aquém de suas capacidades profissionais e, consequentemente, sendo menos produtivo para sua empresa.

Na boa... será que as empresas não enxergam isso?

domingo, 17 de abril de 2011

F1 2011 - GP DA CHINA

Logo no primeiro pit-stop da prova o pneu de Jaime Alguersuari
se soltou e saiu pulando descontroladamente pela pista,
por pouco
não matando alguém. Apesar das acusações de
Bernie Ecclestone, a equipe Toro Rosso nega que isso tenha sido

uma jogada de marketing para o novo thriller de cinema "Rubber",
em que um pneu assassino aterroriza uma comunidade local.
(O pior é que o filme existe mesmo... google it)



Para não correr o risco de perder a prova devido ao ingrato horário - 4 horas da matina - fiquei acordado, rezando para não adormecer logo após a largada.

Felizmente, o GP da China foi uma corridaça e o sono não veio.

Indícios de que a corrida poderia ser interessante já apareciam na classificação no grid, com o Vettel na sua habitual pole e o seu companheiro Webber amargurando uma bizarra 18a posição.

Na largada, o KERS de Vettel pareceu não funcionar e Button e Hamilton passaram pela Red Bull como se ela estivesse parada. O alemão quase perdeu a terceira posição também para um combativo Nico Rosberg, mas conseguiu se manter.

Atrás dos líderes, as Ferrari, com Massa pulando à frente de Alonso.

Aí, como tem ocorrido em todas as corridas desta temporada, mal começou a corrida e já se iniciaram as paradas nos boxes.

O primeiro a entrar foi o Alguersuari, na volta 11, mas o primeiro dos líderes foi o Rosberg, que àquela altura já sofria uma boa pressão de Massa.

A parada do alemão foi uma boa jogada da Mercedes, porque ele voltou com pista livre e pôde tirar o máximo proveito dos pneus novos enquanto o resto dos líderes já perdiam desempenho.

Lá na frente, Hamilton e Button protagonizavam um bom duelo caseiro, tocando rodas e lembrando (um pouco) os pegas de Pironi e Villeneuve (pai) quando ambos eram companheiros na Ferrari.

Na cola dos dois, o Vettel, que eventualmente conseguiu pegar o Hamilton e, logo na sequência, entrou nos boxes para fazer sua troca. Naquele momento, o líder Button também parava, e parava errado. O inglês entrou nos boxes da Red Bull e por pouco não causou uma confusão no pitlane. Sorte que o box da McLaren era o próximo e o Button só precisou acelerar um pouco para fazer sua parada.

O problema foi que, com isso, o Vettel conseguiu efetuar sua troca mais rápido que o piloto da McLaren, e voltou na frente.

Na pista, o Massa seguia rápido, aproveitou os pneus desgastados do Hamilton para passar o inglês e, como Vettel, parou imediatamente nos boxes. O Hamilton fez o mesmo, entrando na cola do brasileiro, mas a vantagem foi de Massa, que saiu na frente.

Estabelecidas as trocas, quem liderava era o Rosberg, se beneficiando de uma parada na hora certa e conseguindo abrir uma boa vantagem para o segundo colocado Vettel.

Enquanto isso, o companheiro de Rosberg - Schumacher - brigava com Alonso pela sexta posição. O espanhol tentou de tudo, mas só conseguiu passar o heptacampeão na 25a volta, quando já havia começado a segunda rodada de pit-stops.

O ponto-chave da corrida foi a estratégia. A dupla da McLaren e a Mercedes apostaram numa estratégia de 3 paradas enquanto a Red Bull e a Ferrari optaram por apenas duas.

O resultado foi que, depois de todas as paradas, a ordem era: Vettel, Massa, Rosberg, Hamilton e Button, com apenas 8 segundos separando o primeiro do quinto.

As últimas voltas da prova foram muito interessantes, com Vettel e Massa perdendo terreno para um veloz Hamilton de pneus novos.

Mas o mais interessante mesmo estava lá para trás, com o Webber se beneficiando da sua péssima classificação (que frase estranha) porque, como ele não havia participado da Q2 e Q3 no sábado - tinha pneus macios novinhos em folha, o que proporcionou ao australiano ser muito veloz na etapa final da corrida.

Com isso, Webber foi passando todo mundo como se estivesse correndo em outra categoria.

Foi divertido. Hamilton ia passando os líderes e Webber ia abrindo terreno lá atrás, se aproximando dele. A corrida terminou com Hamilton em primeiro, Vettel em segundo e o surpreendente australiano em terceiro, a menos de 8 segundos do líder.

A impressão foi que, tivesse mais algumas voltas, Webber teria papado todo mundo e levado essa, mas não foi isso que aconteceu, e o australiano teve que se contentar com a terceira posição.

Foi bom para o campeonato termos uma vitória de alguém que não seja o Sebastian Vettel, e melhor ainda que o Webber tenha conseguido anular a péssima posição de largada para ganhar pontos e não permitir uma escapada muito grande do alemão. Seria terrível se chegássemos à metade da temporada com o Webber tendo que se contentar em ser segundo piloto do Vettel.

A corrida foi espetacular e a vitória do Hamilton merecida. A festa toda só foi maculada pela ASSOMBROSA "BARBA" que o inglês decidiu cultivar. Ô coisa feia...

Enfim, acabaram as corridas noturnas e agora vamos para a Europa daqui a 3 semanas, quando poderemos assistir às corridas num horário DE GENTE.

sábado, 16 de abril de 2011

UM BALCÃO DE BAR DE FÓRMICA VERMELHA



Meu grande amigo e guru André Sant'Anna me contava do Arrigo Barnabé numa época em que ainda não existia P2P ou YouTube. Entre uma cerveja e outra no "pé sujo", ele cantava alguns trechos da obra do artista e eu achava muito esquisito.

Na hora, imaginei que talvez o André não tivesse lá muito jeito pra coisa, porque os temas musicais que ele cantava me pareciam desconexos, desprovidos de uma linha melódica identificável e, por falta de uma palavra melhor, BIZARROS.

Aí a tecnologia permitiu que eu finalmente ouvisse as músicas que até então eu só conhecia na voz a cappella do André, em especial esta que postei aí em cima - "Diversões Eletrônicas".

Finalmente entendi que o André havia sido, de fato, muito preciso na sua interpretação. Só que a música só fez sentido de verdade para mim quando ouvi todo o resto - o baixo, a guitarra, a bateria, os sopros, os backing vocals, etc.

E, como eu tinha imaginado da primeira vez, a música era mesmo esquisita. Só que era inacreditavelmente awesome.

Complexa, musicalmente instigante, com refrão hipnótico e pesado, uma levada progressiva e um riff que beira o genial, a música é para mim um dos maiores exemplos do talento musical brasileiro, algo delicioso que infelizmente vai acabar sendo degustado por poucos.

Por não ser algo mainstream, a música requer uma certa "boa vontade" para ser digerida, mas uma vez que isso ocorre, a sensação de prazer que ela proporciona é inigualável.

É mais ou menos como o Allan Holdsworth. Você ouve a música pela primeira vez e acha que ele simplesmente jogou um monte de notas no seu ouvido. Aí ouve mais uma vez e começa a entender o que está acontecendo. Depois de um tempo, percebe que chegou ao nirvana.

Genial.

E viva a Música Impopular Brasileira.

F1 2011 - GP DA MALÁSIA

Para conseguir realizar as muitas trocas de pneus necessárias
durante a corrida, a Ferrari contratou um contingente extra
de mecânicos para garantir a agilidade. Não deu certo e, para
o GP da China, a estimativa é dobrar o número de mecânicos.



Com dias de atraso, finalmente consegui achar uma brecha para falar sobre o GP da Malásia.

Segunda pole do Vettel em duas corridas, a prova prometia ser mais um passeio do alemão, mas a certeza de que iria chover serviu de incentivo na hora de sair da cama de madrugada.

Largada dada, enquanto o Vettel mantinha a liderança, o 3º lugar Webber caia pra 10º, enquanto o piloto da Renault Lotus fazia uma largada espetacular e subia de 6º para 2º.

Atrás dele, a dupla da McLaren, com Hamilton e Button, e a da Ferrari, com Massa e Alonso (que havia largado mal pra dedéu).

O começo da corrida teve pressão inconclusiva de Hamilton sobre Heidfeld, que sustentava a segunda posição com competência. Nem a famosa “asa móvel” conseguiu dar ao inglês a oportunidade de passar o alemão e isso significava que o conterrâneo de Heidfeld - Vettel - ia abrindo lá na frente.

Mas tudo bem. A chuva poderia mudar tudo.

Logo na volta 11, o Webber abriu as trocas de pneu, seguido por Hamilton na 13 e praticamente o resto da tropa toda na 14, embaralhando as primeiras posições (e provavelmente as posições lá atrás também, mas francamente quem liga?)

Aí veio a chuva. E foi embora.

Foram alguns poucos pingos aqui e ali, nada que fizesse nem o mais cascão dos pilotos contemplar a possibilidade de parar para efetuar uma troca para intermediários.

Em outras palavras, a corrida prosseguiu melancólica, sem grandes emoções, e com o Vettel na liderança.

A única coisa que parecia acontecer bastante durante a prova eram as PARADA NOS BOXES. Os pneus Pirelli parecem não durar nada mesmo, e ao todo, foram 59 paradas ao longo da corrida.

Pensando que quase 30% dos corredores haviam abandonado antes da metade da prova, a quantidade de trocas poderia ter facilmente chegado a OITENTA.

Dizem que os pneus menos resistentes foram uma ideia para tornar a corrida mais dinâmica e ágil, assim como a tal asa móvel e o KERS. Mas na prática esse tipo de artifício só causou CONFUSÃO.

O que um espectador quer ver ao assistir a uma corrida de Fórmula-1 é uma corrida, em que os mais rápidos são premiados pela sua velocidade e ganham. Não um emaranhado de barreiras impostas aos pilotos para subverter a ordem natural das coisas e garantir uma falsa competitividade.

Você assiste à corrida e de repente não sabe mais onde está tal piloto, o que aconteceu com o outro, por que aquele que estava na frente se encontra lá atrás... em linguajar popular, ficou uma zona.

Como resultado, a corrida apresentou poucos bons momentos. Um deles foi uma briga entre Hamilton e Alonso (o inglês em 3º e o espanhol em 4º), que só foi boa porque a tal asa móvel do asturiano estava quebrada. Se ele estivesse com o dispositivo funcionando, com certeza a briga não teria chegado a ser briga e o Alonso teria conquistado a posição com facilidade (lembrem-se que só quem está ultrapassando pode usar o recurso, não quem está se defendendo).

Aliás, a briga foi tão boa que ocasionou uma asa dianteira danificada e obrigou o Alonso a parar nos boxes para fazer a troca. Isso explica a classificação final, com ele atrás do até agora insosso companheiro de equipe Felipe Massa.

Mais um momento de espantar o sono foi o acidente do Petrov que saiu pulando para tudo quanto é lado com sua Renault Lotus, que aparentou ter uma coluna de direção quebrada (o mesmo motivo apontado pela perícia que levou a Williams de Ayrton Senna direto para o muro da Tamburello). Pensr que o piloto reserva da Renault Lotus é o sobrinho do mártir causa algumas perguntas filosofo-etéricas...

Enfim, o resultado foi mais uma corrida em que ninguém viu o Sebastian Vettel, mas que terminou com ele no degrau principal do pódio. O sempre competente Button chegou em segundo e, completando os 3, o bom e velho Nick Heidfeld, que acrescenta mais um pódio ao seu inacreditável recorde de 13 SEM VITÓRIA, superando assim o outro piloto que ostentava a incômoda macra de "mais pódios conquistados sem vitória": Stefan Johansson.

Será que este ano o alemão finalmente ganha a primeira? Ou estaremos nós presenciando uma espécie de segunda vinda do glorioso Cris Amon?

E vamos à China, país de origem da mãe deste que vos escreve.

sábado, 9 de abril de 2011

H IS FOR HERO


Genial esta maneira de ensinar o alfabeto para a molecada da maneira mais GEEK possível.

Por que é que "A" tem que ser de "apple" quando pode ser de "AQUAMAN"?

Aos que querem uma cola, aí vão todos os heróis retratados:

Aquaman
Batman
Cyclops
Daredevil
Elektra
Flash
Green Lantern
Hulk
Ironman
Justice
Kick-Ass (do filme)
Lion-o (Thundercats)
Mandrake
Nightcrawler
Orion
Punisher
Quicksilver
Rorscharch (Watchmen)
Superman
Thing
Ultraboy of the Legion
Vision
Wolverine
Xavier (Charles)
Yukk! the Dog (do desenho Mighty man and Yukk!)
Zorro

domingo, 3 de abril de 2011

PRÉVIA DO NOVO SYMPHONY X

99% dos leitores deste blog definitivamente não estão nem aí, mas em junho estreia o novo disco da banda de prog-metal Symphony X, - "Iconoclast".

Aos poucos, a banda vai dando alguns teasers do que vem por aí e o último deles foi a capa acima, ilustrada pelo mesmo cara que fez a belíssima capa do disco "Paradise Lost" - Warren Flanagan.

Divulgaram também a lista de músicas:

01. Iconoclast
02. The End Of Innocence
03. Dehumanized
04. Bastards Of The Machine
05. Heretic
06. Children Of A Faceless God
07. Electric Messiah
08. Prometheus (I Am Alive)
09. When All Is Lost

Pela quantidade de músicas, me parece que este disco não tem nenhuma das características músicas ÉPICAS de mais de 10 minutos, como as fenomenais "Divine Wings Of Tragedy", "Through The Looking Glass" ou "The Odyssey", o que não é necessariamente uma coisa ruim.

O guitarrista Michael Romeo divulgou que o disco será mais "sombrio" do que seus antecessores, o que me deixou um pouco curioso, uma vez que nenhum disco do Symphony X pode ser descrito como uma experiência leve e colorida.

De qualquer forma, aqui vai uma prévia - a música "The End Of Innocence" - gravada num show dos caras em Barcelona há algumas semanas. Esperemos...

... AND SHE'S BUILDING A STAIRWAY TO NOTHING


Estava eu passeando com minha família neste fim de semana quando me deparei com esta cena.

Queria tanto, mas TANTO, entender todo o processo que acabou resultando nisso...