sábado, 16 de abril de 2011

F1 2011 - GP DA MALÁSIA

Para conseguir realizar as muitas trocas de pneus necessárias
durante a corrida, a Ferrari contratou um contingente extra
de mecânicos para garantir a agilidade. Não deu certo e, para
o GP da China, a estimativa é dobrar o número de mecânicos.



Com dias de atraso, finalmente consegui achar uma brecha para falar sobre o GP da Malásia.

Segunda pole do Vettel em duas corridas, a prova prometia ser mais um passeio do alemão, mas a certeza de que iria chover serviu de incentivo na hora de sair da cama de madrugada.

Largada dada, enquanto o Vettel mantinha a liderança, o 3º lugar Webber caia pra 10º, enquanto o piloto da Renault Lotus fazia uma largada espetacular e subia de 6º para 2º.

Atrás dele, a dupla da McLaren, com Hamilton e Button, e a da Ferrari, com Massa e Alonso (que havia largado mal pra dedéu).

O começo da corrida teve pressão inconclusiva de Hamilton sobre Heidfeld, que sustentava a segunda posição com competência. Nem a famosa “asa móvel” conseguiu dar ao inglês a oportunidade de passar o alemão e isso significava que o conterrâneo de Heidfeld - Vettel - ia abrindo lá na frente.

Mas tudo bem. A chuva poderia mudar tudo.

Logo na volta 11, o Webber abriu as trocas de pneu, seguido por Hamilton na 13 e praticamente o resto da tropa toda na 14, embaralhando as primeiras posições (e provavelmente as posições lá atrás também, mas francamente quem liga?)

Aí veio a chuva. E foi embora.

Foram alguns poucos pingos aqui e ali, nada que fizesse nem o mais cascão dos pilotos contemplar a possibilidade de parar para efetuar uma troca para intermediários.

Em outras palavras, a corrida prosseguiu melancólica, sem grandes emoções, e com o Vettel na liderança.

A única coisa que parecia acontecer bastante durante a prova eram as PARADA NOS BOXES. Os pneus Pirelli parecem não durar nada mesmo, e ao todo, foram 59 paradas ao longo da corrida.

Pensando que quase 30% dos corredores haviam abandonado antes da metade da prova, a quantidade de trocas poderia ter facilmente chegado a OITENTA.

Dizem que os pneus menos resistentes foram uma ideia para tornar a corrida mais dinâmica e ágil, assim como a tal asa móvel e o KERS. Mas na prática esse tipo de artifício só causou CONFUSÃO.

O que um espectador quer ver ao assistir a uma corrida de Fórmula-1 é uma corrida, em que os mais rápidos são premiados pela sua velocidade e ganham. Não um emaranhado de barreiras impostas aos pilotos para subverter a ordem natural das coisas e garantir uma falsa competitividade.

Você assiste à corrida e de repente não sabe mais onde está tal piloto, o que aconteceu com o outro, por que aquele que estava na frente se encontra lá atrás... em linguajar popular, ficou uma zona.

Como resultado, a corrida apresentou poucos bons momentos. Um deles foi uma briga entre Hamilton e Alonso (o inglês em 3º e o espanhol em 4º), que só foi boa porque a tal asa móvel do asturiano estava quebrada. Se ele estivesse com o dispositivo funcionando, com certeza a briga não teria chegado a ser briga e o Alonso teria conquistado a posição com facilidade (lembrem-se que só quem está ultrapassando pode usar o recurso, não quem está se defendendo).

Aliás, a briga foi tão boa que ocasionou uma asa dianteira danificada e obrigou o Alonso a parar nos boxes para fazer a troca. Isso explica a classificação final, com ele atrás do até agora insosso companheiro de equipe Felipe Massa.

Mais um momento de espantar o sono foi o acidente do Petrov que saiu pulando para tudo quanto é lado com sua Renault Lotus, que aparentou ter uma coluna de direção quebrada (o mesmo motivo apontado pela perícia que levou a Williams de Ayrton Senna direto para o muro da Tamburello). Pensr que o piloto reserva da Renault Lotus é o sobrinho do mártir causa algumas perguntas filosofo-etéricas...

Enfim, o resultado foi mais uma corrida em que ninguém viu o Sebastian Vettel, mas que terminou com ele no degrau principal do pódio. O sempre competente Button chegou em segundo e, completando os 3, o bom e velho Nick Heidfeld, que acrescenta mais um pódio ao seu inacreditável recorde de 13 SEM VITÓRIA, superando assim o outro piloto que ostentava a incômoda macra de "mais pódios conquistados sem vitória": Stefan Johansson.

Será que este ano o alemão finalmente ganha a primeira? Ou estaremos nós presenciando uma espécie de segunda vinda do glorioso Cris Amon?

E vamos à China, país de origem da mãe deste que vos escreve.

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