sábado, 24 de março de 2012

F1 2012 - GP DA AUSTRÁLIA

De acordo com Charles Darwin, o bico de pato e baixa velocidade da nova
Ferrari nada mais é do que uma evolução natural da espécie. A equipe de
Maranello vem tendo uma temporada ruim atrás da outra e parece
estar se especializando em conseguir piorar ainda mais a cada novo ano.


E começou mais uma temporada de Fórmula 1, a de número 62.

Depois de dois anos de domínio absoluto da Red Bull (e um de domínio absoluto do Vettel), os treinos da pré-temporada indicavam que haveria algum equilíbrio em 2012.

O regulamento obrigava os carros a terem um bico mais baixo, o que criou uma legião de horríveis carros-ornintorrinco, com seus bicos mais baixos que a estrutura do carro e um ar meio remendado. As apresentações de começo de temporada foram um verdadeiro show de horror e os carros pareciam ter sido montados com peças Lego.

Mas um carro que não cedeu ao efeito ornintorrinco foi a McLaren, que veio com um bico bonito e linear, argumentando que o projeto do seu carro em anos anteriores sempre havia sido mais baixo do que os outros, o que permitiu que a equipe de Woking não precisasse rever todo o design do carro para baixar o seu bico.

Ficou bonito, mas era um cisne em meio a patinhos feios. E, como se sabe, quando um único indivíduo nada contra a maré, ou ele acerta em cheio ou ele fica em último.

E a classificação mostrou que a tendência é que a McLaren tenha acertado. Hamilton pole, Button em segundo. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde o GP da Europa em 2009, com Hamilton de novo na pole, mas com Heikki Kovalainen em segundo.

E já que estamos falando sobre finlandeses, tínhamos também outra presença ilustre no grid – Kimi Raikkonen, que voltava de sua aventura no Rali e assumia a Lotus preta (ex-Renault). Com isso, o número de campeões em atividade subiu para 6 neste ano – Schumacher, Alonso, Vettel, Raikkonen, Hamilton e Button. Promessa de bons pegas.

Riakkonen, por sinal, largava lááááááá atrás porque a Lotus errou a hora de mandá-lo sair para a pista para fazer seu tempo no Q3 e, por alguns segundos, o finlandês perdeu a chance de fazer um tempo que o elevasse ao Q2.

O grid de largada da primeira prova do ano ficou assim:


Com Fernando Alonso em 12º e Felipe Massa em 16º, a Ferrari deu claros sinais de que este vai ser um ano para esquecer. O problema é que ele acaba de começar, então DÁ-LHE CALVÁRIO na equipe de Maranello.

A Red Bull mostrou que evidentemente não tem o carro dos anos passados (ao menos não por enquanto) e os dois pilotos da equipe simplesmente não conseguiram acompanhar as McLaren.

A Mercedes, em clara evolução, parece ter desenvolvido um carro que pode render vitórias. E Schumacher parece ter finalmente se habituado de volta à Fórmula-1 com uma ótima posição de largada.

Enfim, quando deu-se a largada. Hamilton não largou mal, mas Button largou melhor, e assumiu a ponta logo na primeira curva. Schumacher largou bem e assumiu a terceira posição de Grosjean, companheiro de Raikkonen na Lotus.

A corrida do francês duraria pouco e ele foi ablaroado por Pastor Maldonado, sendo obrigado a abandonar a prova.

As duas McLaren abriam na frente e Schumacher seguia à distância, até que o alemão abandonou na volta 11, com problemas de câmbio.

Depois da primeira rodada de paradas, a ordem era Button, Hamilton, Vettel, Alonso, Rosberg, Webber, Maldonado, Massa e Raikkonen.

Maldonado, com a Williams que era de Barrichello no ano passado, mostrava que talvez a equipe de Grove tinha acertado o modelo para este ano. O venezuelano corria bem e se aproximava do pelotão à frente, trazendo com ele Raikkonen. Pelo histórico, imagino que a Williams vai fazer bonito neste ano – o Barrichello tem o talento ímpar de estar no lugar certo, na hora errada.

Enfim, embora bons pegas lá e acolá, a corrida estava mais ou menos desenhada, com Button na frente e Hamilton atrás. Na volta 35, começaram a segunda rodada de paradas, com Felipe Massa, seguido por Button e Hamilton.

E aí, duas voltas depois, entrou o Safety Car, graças a uma parada no Vitaly Petrov, agora na Caterham (antiga Lotus verde).

O resultado foi que todo mundo correu para os boxes e isso acabou sendo prejudicial para Lewis Hamilton, que de repente se via atrás de Sebastian Vettel.

Antes da relargada, a ordem era: Button, Vettel, Hamilton, Webber, Alonso, Maldonado, Perez, Rosberg e Raikkonen.

Na 42ª volta, o Safety Car voltou para os boxes e a corrida pôde recomeçar, sem incidentes, sem ultrapassagens e consolidando o que viria ser o resultado final da prova.

Um curioso toque aconteceu na volta 47 entre Bruno Senna e Felipe Massa, causando o abandono dos pilotos da Ferrari e da Williams.

Curiosamente, lá na frente, brigavam os seus companheiros de equipe, Alonso e Maldonado. Para a alegria de ambos (pelo menos naquela hora) não houve toques entre os dois.

Hamilton tentava chegar em Vettel e a percepção geral da prova era que alguma coisa iria acontecer uma hora ou outra. Porque estava todo mundo meio embolado, cortesia do Safety Car.

E o que aconteceu foi uma rodada de Maldonado na última volta, enquanto ele tentava ultrapassar Alonso de tudo quanto é jeito. Foi uma porrada espetacular, mas sem consequências mais sérias para o venezuelano. O problema é que o lixo que ele deixou na pista decorrente de sua Williams em desintegração acabou prejudicando quem vinha atrás e tirando Nico Rosberg da prova.

Resultado: Button leva a primeira do ano. Vamos ver mais algumas provinhas antes de fazer previsões, né?

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