quarta-feira, 21 de outubro de 2009

F1 2009 - GP DO BRASIL


Post MUITO atrasado, mas de coração. Espero que me perdoem.

Ando muito atarefado, mas, como tenho um pacto de sangue com meus leitores – inclusive aqueles que dizem que este é o único lugar em que lêem sobre Fórmula-1 e depois se esquecem disso e me mandam informações de OUTROS BLOGS SOBRE FÓRMULA-1 – não teria como deixar de postar sobre a corrida mais importante da temporada.

Conforme eu tinha previsto, Jenson Button saiu de Interlagos com o título de Campeão Mundial de Fórmula-1.

Muita gente criticou o inglês por uma suposta falta de arrojo na segunda metade do campeonato, mas eu discordo disso. O regulamento tá aí pra ser usado.

O Button tinha ganho 6 das primeiras 7 corridas da temporada. Quando o até então imbatível carro da Brawn começou a perder terreno pra concorrência, ele fez o certo: poupou equipamento, foi prudente, não cometeu erros, foi ganhando seus pontinhos aqui e e ali...

E o resultado tá aí pra mostrar que ele estava mais do que certo em fazer o que fez.

Lembram de como crucificaram o Hamilton por demonstrar um excesso de arrojo no final de 2007 e dar o título de bandeja pro Raikkonen? Pois o Button não correu riscos. Jogou com o regulamento, de forma inteligente, fria e, no final das contas, altamente eficiente.

Título mais que merecido, mas vamos à corrida. Afinal, é pra isso que eu NÃO sou pago pra escrever.

Primeiro o treino.

O Barrichello fez um treino realmente muito competente. Deu sorte do surpreendente Kobayashi não tirar o lugar dele na última sessão de classificação e aproveitou a chuva para cravar a pole. O companheiro de equipe e rival na luta pelo campeonato Jesnon Button largava num inexpressivo 14o lugar. O outro pretendente ao título, Sebastian Vettel, só em 15o.

Aí, o Barrica fez uma largada correta, se manteve em primeiro e foi abrindo pro segundo colocado.

Claro que o “foi abrindo” durou pouco porque a quantidade de batidas que ocorreu nas primeiras voltas deu a impressão que todo mundo tinha se chocado de propósito só pro Button se dar bem. E foi exatamente isso que o inglês fez: pulou 5 posições.

Nem tudo foi um mar de rosas pra ele, claro. Porque o impressionante estreante Kamui Kobayashi estava na prova, substituindo o Glock na Toyota.

Este japonezinho realmente fez com que o Button suasse para tentar garantir o título em Interlagos. Ele ultrapassou gente, impediu ultrapassagens, deu X no próprio Button, mostrou um incrível arrojo e controle do carro e até se envolveu em um incidente com seu compatriota Nakajima que podia ter sido grave para o filho do bom e velho Satoru, mas que felizmente não teve nada mais sério.

O fato é que, independente de ter errado ou acertado, o Kobayashi deixou sua marca. Ele deve correr em Abu Dhabi para encerrar a temporada (caso o Glock não se recupere) e talvez até consiga um lugar para correr em 2010 pela própria Toyota.

O Barrichello, que o Galvão apontava como principal candidato à vitória, já tinha avisado antes da prova que estava incrivelmente leve. Aí, simplesmente não conseguiu abrir o suficiente pro Webber até sua parada nos boxes. Quando voltou, MAIS PESADO, não deu pra continuar com os tempos que ele estava fazendo MUITO MAIS LEVE. E o Webber foi embora na frente dele.

Neste momento da corrida, muita gente devia estar pensando que a Brawn PREJUDICOU o Barrica de propósito para evitar que ele ganhasse a corrida (o que é completamente SEM SENTIDO) e mudou a estratégia dele para fazer com que o carro dele rendesse menos.

Quero falar sobre isso, mas acho que vale um post só pro assunto, então não vou ficar tricotando aqui. Mas o fato é simples: a Brawn não tem mais aquele carrão de outros tempos, que poderia dar ao Barrichello a chance de ser campeão. E, se tivesse, o BUTTON TERIA O MESMO CARRO, o que anularia a vantagem do brasileiro.

Pra muito fã do Barrichello, é duro ler isso, mas é muito simples. Se ele quisesse mesmo ter sido campeão, não teria deixado o Button abrir 6 vitórias em 7 corridas no começo da temporada. Deixou? Deu no que deu. Paciência.

Voltando à corrida, outra coisa bacana foi o fato do até então inexistente Robert Kubica aparecer de novo (tudo bem que pouco, dada a disputa para o campeonato acontecendo lá atrás), subindo ao pódio pela primeira vez no ano.

Os pit stops proporcionaram um momento realmente diferente quando o Kovalainen saiu arrastando a mangueira de combustível bem na frente do Raikkonen, jorrando gasolina nas partes quentes da Ferrari e fazendo com que o Homem de Gelo se visse envolvido numa impressionante bola de fogo durante alguns instantes. Talvez por ele ser de gelo, isso não resultou em nada sério.

Outra coisa interessante da corrida foi ficar ouvindo as vinhetas da Nova Schin enquanto víamos o carro do campeão Button e do piloto da casa Barrichello patrocinados, pela concorrente Itaipava. Se eu fosse o diretor de marketing da Schincacriol, caia matando na Globo.

De resto, ficou constatado que a Mariana Becker é DE LONGE a reporter mais chata de todos os tempos na Fórmula-1, conseguindo interromper o igualmente insuportável Galvão Bueno sempre nos momentos mais inadequados da corrida. Deve haver algum tipo de técnica para conseguir errar na mosca assim EVERY FUCKING TIME.

Enfim, título decidido e bora pra Abu Dhabi. Mas, antes, vamos pensar numa coisa bem interessante:

Presenciamos um piloto inglês sendo campeão em cima de seu rival brasileiro, justamente na casa do rival, o Brasil. O inglês corre com um carro de número 22, num campeonato em que o regulamento dita que os números mais altos são para as piores equipes do ano anterior. O piloto inglês usa um capacete quase todo amarelo, assim como o grande ídolo braileiro Ayrton Senna. O inglês alcança, com este resultado, o primeiro título de sua carreira, mesmo sem ganhar a corrida.

O que tem de interessante nisso? Se este fosse um post falando do campeonato de 2008 (aquele que o Hamilton ganhou em cima do Massa) eu não teria que mudar UMA ÚNICA palavra.

EXPLICA ESSA, PADRE QUEVEDO!

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