Espectadores vibram com um dos muitos momentos
EMOCIONANTES da corrida de Abu Dhabi, como,
por exemplo, ehm... o pôr do sol.
EMOCIONANTES da corrida de Abu Dhabi, como,
por exemplo, ehm... o pôr do sol.
E vamos lá para a última corrida da temporada. Depois das surpresas que 2009 reservou pra gente, nada mais justo que a corrida de fechamento – no novo e impressionante circuito de Abu Dhabi – seguisse o script e nos proporcionasse com um grande espetáculo. Infelizmente, a vida não é justa.
A corrida foi de longe uma das mais monótonas e chatas que já assisti em toda minha vida. Sou obrigado a concordar com o Galvão Bueno quando ele diz que a pista mais parece um circuito de kart, com um monte de curvas de 90o sucedidas por retas longas que não oferecem emoção nenhuma à corrida.
O culpado por isso é o arquiteto que projetou o circuito – o alemão Hermann Tilke. Este mesmo arquiteto foi o responsável pelo “novo” traçado da até então belíssima pista de Hockenheim, que perdeu completamente suas características mais marcantes: as longas retas que cruzavam a Floresta Negra. Vejam abaixo as retas que foram suprimidas do circuito (em cinza) e como ele ficou agora. Muito triste. A parte mais divertida do circuito não existe mais e até meu filho Tony, de 6 anos, ficou irritado ao constatar que tinham tirado a graça da pista (cortesia do Playstation).
Enfim, não estou aqui pra falar da corrida da Alemanha, coisa que já fiz aqui, mas para tentar encontrar ALGUMA COISA a dizer sobre o monótono GP de Abu Dhabi.
Esta coisa até que poderia ser a saída dos boxes, que ficou parecida com a saída de um estacionamento de shopping. De fato, ficou interessante, mas imagino que se algum barbeiro conseguir rodar na saída, a pista estreita e sem área de escape pode acabar ocasionando um congestionamento enorme no pitlane.
Poderia ter sido interessante e dado um molho na corrida, mas infelizmente isso não aconteceu. O que aconteceu, por outro lado, foi um erro bizarro do impronunciável piloto da Toro Rosso, Jaime Alguersuari (a parte do impronunciável é o Alguersuari, não o Jaime. Eu sei falar Jaime). O espanhol entrou para fazer seu abastecimento e troca de pneus, mas ERROU O LUGAR DA PARADA, estacionando no boxe da Red Bull. Na hora percebeu a burrada e saiu acelerando de volta para a pista para, alguns instantes depois, parar com pane seca, já que estava no limite do combustível. Isso que dar ter duas equipes com o mesmo patrocínio e carros praticamente idênticos no pitlane.
Outro destaque foi a boa corrida, de novo, do Kobayashi, que optrou por fazer uma parada apenas e terminou num expressivo 6o lugar, marcando seus primeiros pontos na carreira. E isso tudo logo na segunda corrida. Nada mal.
Como tentativa de afugentar a sonolência que o circuito causava, tivemos boas (e poucas) disputas entre o Kubica e o Buemi, o Button e o Glock, e, nas voltas finais, entre o Button e o Webber. As disputas quase fizeram a gente esquecer o quão CHATA a prova havia sido, mas QUASE.
De resto, nada aconteceu. O Vettel ganhou tranquilamente, assegurando assim o título de vice-campeão de 2009. O campeão, Jenson Button, correu bem e chegou colado no Mark Webber, fechando o ano onde começou: no pódio.
O pole, Lewis Hamilton, abandonou com problemas na sua McLaren (pela primeira vez na carreira, como informa muito bem o Capelli em seu blog), mas isso não comprometeu o terceiro posto da escuderia inglesa, uma vez que o Raikkonen não conseguiu arrastar sua lenta Ferrari até a zona de pontuação.
Agora é esperar até o ano que vem para ver o que a temporada nos oferece de interessante.
De cara, damos adeus ao reabastecimento durante a corrida, recurso este instituido em 1994 para dar mais equilíbrio ao campeonato e que, agora, sai de cena para dar mais equilíbrio ao campeonato, pelo menos até alguém decidir trazê-lo de volta para dar mais equilíbrio ao campeonato.
Teremos muitas mudanças nas equipes, coisa que não aconteceu de forma expressiva de 2008 para 2009, com a maioria dos pilotos permancecendo em suas equipes. Para 2010, muda bastante coisa.
A Ferrari perde Raikkonen, mas ganha Alonso, a Renault fica sem o espanhol e terá o polonês Robert Kubica, provavelmente acompanhado pelo bom Timo Glock, que se despede da antipática Toyota. A McLaren deve dar um pé nas nádegas finlandesas do Kovalainen e, se tudo der certo, teremos a volta de outro finlandês – o Raikkonen – à equipe em que começou a ganhar corridas na categoria. A Williams vai ser a casa do Barrica, que deixa seu cockpit na Brawn para o bom Nico Rosberg.
Ou seja, pelo menos diferente 2010 promete ser. Vamos aguardar os primeiros testes e ver o quanto.
Um comentário:
Nossa... Esse post deu tanto sono quanto a corrida que não assisti... Mas aguentei... Cheguei ao final...
E 2010 é o ano de Kimi!
VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS (apropriada para o post): boust
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