domingo, 12 de julho de 2009

F1 2009 - GP DA ALEMANHA

Mark Webber vence o GP da Alemanha e deixa a Austrália onde
apenas os próprios australianos cismavam em colocar: no topo do mundo.

O australiano Mark Webber tinha apenas 4 anos na última vez que um compatriota seu ganhou um GP de Fórmula 1 – Alan Jones, no GP de Las Vegas de 1981. Por isso, imagino a felicidade dele ao cruzar a linha de chegada em 1o neste GP da Alemanha.

Foi uma vitória incontestável de um piloto que já merecia subir ao topo do pódio há tempos. Com isso, o Webber consegue uma marca interessante: ele agora é o piloto que mais corridas levou até conquistar a primeira vitória na F1 (130), deixando o SEGUNDO LUGAR neste ranking pro – não precisa nem dizer, né? – que precisou de 124 participações até ganhar uma.

Aliás, a corrida foi a melhor deste ano até agora, do tipo que quase irrita por não proporcionar momentos tranquilos para ir preparar um café na cozinha sem medo de perder alguma coisa.

A começar pela volta de apresentação, que teve o Alonso rodando antes mesmo da prova começar. Puxando da memória, a última vez que vi algo parecido foi no GP de San Marino de 1991, em que dois carros também sairam rodarando na volta de apresentação. E antes que classifiquemos o incidente do Alonso de barbeiragem (não que não tenha sido), vale lembrar que os dois pilotos que rodaram naquela ocasião foram o Alain Prost e o Gerhard Berger (ambos não exatamente os piores pilotos de toda a história).

Mas se o Alonso rodou, ele conseguiu voltar para a pista, fazer a volta mais rápida e terminar em 7o, o que provavelmente sepulta definitivamente a carreira do Nelsinho Piquet na escuderia. O Piquet tem no contrato uma cláusula que permite ao Briatore mandá-lo embora caso ele não tenha no mínimo metade dos pontos do Alonso até a metade da temporada. Se já era difícil antes da corrida começar (o brasileiro teria que fazer um pódio e o asturiano não pontuar), os 2 pontos do Alonso parecem ter sido mesmo a pá de cal nessa história. Mas vamos ver o que acontece.

A largada foi divertida pelo chega-pra-lá que o Webber deu no Barrichello. Tinha que ser punido mesmo, dados os riscos da manobra, mas foi divertido e mostrou que o Webber faria o necessário para vencer a corrida. Aliás, a punição acabou valoriazando ainda mais a primeira vitória do australiano, que se beneficiou de uma estratégia atipicamente esdrúxula da Brawn e de um Felipe Massa inspirado para recuperar o tempo perdido e ganhar o que tinha cara de uma vitória fácil do Barrichello.

A Brawn pecou porque insistiu numa tática de 3 paradas quando o resto das equipes optaram por apenas 2. Esse tipo de tática é muito arriscada e só dá certo em situações muito específicas. Não foi o caso e ambos os pilotos da Brawn ficaram pra trás, deixando o caminho livre pras Red Bull.

Em relação ao Massa, ele mereceu o pódio pela corrida consistente que fez. A Ferrari em si, diga-se de passagem, não estava fazendo muito feio, porque o Raikkonen acompanhou o Massa grande parte da corrida até ser atropelado pelo Sutil quando este saía dos boxes. Mas o grande mérito do Massa foi ter segurado o Barrichello durante um período crítico da prova, em que o piloto da Brawn tinha que acelerar tudo para conseguir se beneficiar da tática de 3 paradas da equipe. Ele não conseguiu ultrapassar o piloto da Ferrari e viu o Webber ir embora, jogando fora todo o tempo que tinha ganho com a punição que obrigou o piloto da Red Bull a fazer uma passagem extra pelos boxes.

Esta atitude do Massa foi preciosa porque impediu qualquer chance do Barrichello ir ao pódio, o que deve ser muito comemorado por todos que, assim como eu, sofrem de vergonha alheia quando pessoas se colocam voluntariamente em situações de altíssimo constrangimento. Porque é isso que estava previsto para o caso de um pódio do Barrica. No seu blog, ele informou que, caso isso acontecesse, ele prestaria uma homenagem ao Michael Jackson FAZENDO O MOONWALK EM PLENO PÓDIO. Não sei quanto a vocês, mas coloco esta cena na mesma categoria que as fotos do acidente dos Mamonas Assassinas e da depilação definitiva que Meu Amigo Zoca* fez nos tempos de escola: são coisas que eu sinceramente prefiro passar o resto da minha vida sem ter que ver.

Outro destaque da corrida foi o alemão-filho-de-finlandês Nico Rosberg, que levou sua Williams a uma surpreendente 4a posição. Habitual “rei das sextas”, o Rosberg foi discreto nos treinos livres deste GP, ocupando a 7a posição nos treinos da manhã e a 13a nos da tarde. Pelo visto, o piloto finalmente entendeu que é preferível gastar seus cartuchos na corrida (que vale ponto) do que nos treinos da sexta (que não valem absolutamente nada para o campeonato).

A corrida protagonizou outro momento curioso, que foi com a dupla Barrichello-Button. O inglês se aproximava cada vez mais do brasileiro no trecho final da corrida e estava com problemas de aderência nos pneus, que esfriavam rápido demais. Para tentar resolver o problema, o Button ziguezagueava nas retas, afim de esquentar os pneus. Só que na frente dele tinha o Barrichello e a impressão que deu foi que o Button estava tão mais rápido que o brasileiro que estava “se divertindo” atrás dele. Deve ter sido meio irritante pro Barrica ver o piloto inglês dançando pra lá e pra cá atrás dele enquanto ele se esforçava para correr atrás do prejuízo numa corrida que ele tinha tudo para vencer.

Pra finalizar, confesso que não conhecia o hino australiano. Quando os pilotos se preparavam para ir ao pódio, fiquei na dúvida se iam tocar “God Save The Queen” ou “Waltzin’ Matilda”. Não tocaram nem um nem outro: o hino australiano é a música “Advance Australia Fair”. Eu não sabia, confesso, mas pelo menos não estou sozinho em minha ignorância. Em 1977, o Alan Jones ganhou, de forma inesperada, o GP da Áustria. Os organizadores da prova quase colocaram o hino da Áustria, mas perceberam o erro a tempo e, como não tinham um disco com o hino correto, improvisaram com um trompetista que encontraram por lá. O próprio Jones descreve o resultado: “Algum bêbado local tocou ‘Parabéns A Você’ no trompete”.


* Para preservar o indivíduo em questão de prováveis danos à sua reputação em virtude de suas quase sempre questionáveis atitudes éticas e morais, o nome de Mark Damian Ament será substituído neste blog pelo pseudônimo “MEU AMIGO ZOCA”.

Nenhum comentário: