quarta-feira, 18 de maio de 2011

F1 2011 - GP DA TURQUIA

Esse moço aqui é Memet Ali Talhat - presidente da República Turca
do Chipre do Norte. Por causa dele, talvez este tenha sido o último
GP da Turquia de Fórmula-1. Ou seja, por causa do presidente de
um país que oficialmente NEM EXISTE, pode deixar de existir também
uma das melhores corridas da temporada. Bacana né?


Com atraso indesculpável, aqui alguns comentários sobre o que pode vir a ser o último GP da Turquia. Apesar de alegarem que o motivo é financeiro, na verdade a semente da causa foi plantada lá em 2006, quando Felipe Massa ganhou a corrida (não por culpa dele, que se diga de passagem).

No pódio, o brasileiro recebeu o troféu do presidente da República Turca do Chipre do Norte, um país que tecnicamente NÃO EXISTE. O residual do episódio foi que a Turquia teria usado a transmissão mundial do evento como forma de demarcar publicamente sua zona de influência, algo condenado pela FIA.

Como resultado, multa pesada na organização da corrida e o afastamento do dinheiro público turco para sediar o evento, uma vez que era justamente este tipo de exposição que fazia com que o GP da Turquia interessasse ao governo.

Com isso, a corrida se tornou inviável para investimentos privados e a tendência é que teremos de dar adeus a uma das melhores pistas da temporada, com seu espetacular complexo de mini-curvas que formam a deliciosa Curva 8 – a chamada “Diabolica”.

É um pecado, mas este ano ainda teve corrida, e teve Sebastian Vettel. Mais uma vez, ele correu sozinho a prova toda, mostrando que dificilmente alguém vai tirar o bicamepeonato dele. Pelo visto, vitórias como a de Lewis Hamilton – ocorrida na China – vão ser raridades nesta temporada.

A largada prometia algo interessante, com o cada vez melhor Nico Rosberg assumindo a segunda posição com propriedade, seguido por Webber. Não demoraria para que a tal ASA MÓVEL desse de volta o segundo lugar ao australiano e aí, como nas outras corridas deste ano, a prova se resumiu a pit-stops e ultrapassagens.

A quantidade de paradas durante a corrida quebrou o recorde: foram 82 ao todo, superando a antiga marca de 75 – no GP da Europa de 2007. Vale lembrar que aquela corrida foi uma que começou seca e depois CHOVEU PRA DEDÉU, então não pode ser considerada uma prova típica. Já no GP da Turquia deste ano, não choveu uma única gota - foi uma corrida rigorosamente normal. Isso indica que teremos que nos acostumar a assistir mais a pit-stops do que corridas propriamente ditas...

Como resultado, ficou quase impossível entender o que de fato estava ocorrendo durante a prova, porque a impressão era que os pilotos paravam a cada 3 voltas.

Além deesta "imprevisibilidade" na classificação, o que este excesso de pit-stops causou também, claro, foi uma grande quantidade de ultrapassagens. Aliás, tantas que a prova igualou o recorde histórico neste quesito – foram 79 ao total.

Para efeitos de comparação, a outra prova com tantas ultrapassagens foi o GP de Long Beach de 1983 (sim, mil novecentos e OITENTA E TRÊS). Vale dizer que aquela prova terminou com a dupla da McLaren John Watson e Niki Lauda em primeiro e segundo lugares, tendo largado nas duas últimas posições do grid. Ou seja, mais uma corrida ATÍPICA.

Enfim, por mais confuso que tenha sido, o GP da Turquia foi divertido de assistir. Nem as famosas estratégias bizarras do Jenson Button conseguiram ser vantajosas para o piloto, que perdeu muito tempo por ter feito uma parada a menos, tendo a dirigibilidade de sua McLaren completamente comprometida.

Quem mostrou serviço, por outro lado, foi Fernando Alonso, que terminou a corrida em terceiro após uma (na verdade algumas) belas disputas com Webber, e conseguiu dar à Ferrari seu primeiro pódio da temporada.

E, graças ao atraso deste post, daqui a muito pouco já teremos outro GP - o de Barcelona! Viram como é bacana ser relapso?

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