domingo, 10 de julho de 2011

F1 2011 - GP DA GRÃ BRETANHA

Sebastian Vettel fez uma simpática homenagem a seus mecânicos
no seu capacete e eles agradeceram jogando a liderança da prova
no colo de Fernando Alonso. Após a prova, o alemão saiu do
carro enfurecido e pegou uma caneta para fazer uma rápida
homenagem ao mecânico responsável pelo macaco hidráulico.


Só não podemos dizer que o GP da Grã Bretanha foi a melhor corrida da temporada porque neste ano aconteceu também o fantástico GP do Canadá, mas chega a ser uma pena, porque a prova em Silverstone foi um espetáculo.

Confesso que, quando a corrida começou, com pista molhada e previsão de que não voltaria a chover, cheguei a ficar um pouco decepcionado, especialmente com as duas Red Bull dividindo a primeira fila. Imaginei que os dois sumiriam no horizonte e que esta seria a corrida mais monótona da temporada.

Felizmente, me enganei.

Na largada, o pole Webber foi ultrapassado por Vettel, que assumiu seu habitual primeiro posto. Lá atrás, um ótimo Paul Di Resta brigava com Lewis Hamilton, que acabou ultrapassando o escocês e logo na sequência ainda viria ultrapassar seu companheiro de equipe, assumindo a 5ª posição.

As primeiras voltas foram um constante troca-troca de posições, mas quando os carros finalmente se assentaram, a ordem era Vettel, Webber, Alonso, Massa, Hamilton e Button nas primeiras 6 posições.

Na pista, muitas disputas – Webber e Alonso, Massa e Hamilton, Schumacher e Kobayashi – até que vimos o heptacampeão alemão entrando nos boxes na volta 10 para trocar seus pneus intermediários por slicks. Na verdade, a parada não foi exatamente o que poderíamos chamar de uma troca programada, porque ela aconteceu em decorrência de um toque entre Schumacher e Kobayashi, em que o alemão destruiu mais um aerofólio dianteiro na temporada.

Isso acabaria ainda rendendo um stop & go de 10 segundos ao alemão, mas o fato é que ele voltou da troca muito rápido, fazendo volta mais rápida após volta mais rápida. O resultado foi que todo mundo decidiu seguir o exemplo e trocar seus pneus pelos de pista seca. Nisso, tivemos um bizarro acidente entre Kobayashi e Maldonado nos boxes, em que o japonês, liberado pela sua equipe, voltou para o pitlane bem na hora em que o venezuelano entrava nos boxes à sua frente, e os dois colidiram. Sem consequências mais graves, mas, assim como Schumacher, Kobayashi teve que pagar um stop & go pelo ocorrido.

Na pista, Hamilton era muito veloz e ultrapassou Alonso, abocanhando a 3ª posição. Com uma sequência de voltas mais rápidas – seguido de perto por Alonso – o piloto inglês rapidamente se aproximou da dupla Red Bull.

Mas os pneus do piloto da McLaren começavam a se desgastar, e o espanhol da Ferrari aproveitou para passar utilizando o insuportável DRS, mais conhecida como ASA MÓVEL.

Na volta 26, Kobayashi aparecia abandonando a prova devido a algo que pouco se viu nesta temporada até agora: problemas de motor. Logo depois, o escocês Paul Di Resta (isso lá é nome de escocês?), que corria muito bem em 7º, via sua corrida ir por água abaixo graças a uma trapalhada nos boxes, em que a equipe não conseguia se decidir quanto a quais pneus colocar no seu carro, resultando numa perda de mais de 40 segundos. Um pecado pela boa corrida do rapaz.

Dos líderes, Hamilton foi quem inaugurou a segunda rodada de paradas e, como havia feito na parada anterior, voltou muito rápido. E aí aconteceu o momento-chave da prova. Vettel e Alonso entraram juntos nos boxes. Os mecânicos da Red Bull se atrapalharam com o macaco hidráulico e Vettel perdeu a posição para Alonso, que não tinha nada com isso e saiu dos boxes liderando a prova.

Então na metade da corrida, tínhamos Alonso liderando, seguido por Hamilton, Vettel, Webber e Button. A expectativa era de que Vettel reagiria e retomasse as duas posições, mas o que se via era Alonso muito rápido, aumentando a diferença a cada volta.

Hamilton e Vettel brigaram muito até que o alemão decidiu entrar nos boxes para voltar com pneus novos, na expectativa de tirar tempo de Hamilton e Alonso. Conseguiu passar o inglês quando a McLaren parou, mas Alonso estava muito à frente.

Nessa rodada de paradas, mais uma trapalhada nos boxes – desta vez com Jenson Button. Esqueceram de fixar a porca na sua roda dianteira direita, e o inglês estacionou com a roda solta logo na saída dos boxes. Lembrou um episódio parecido com o inigualável Nigel Mansell em 1991. Pena que o Button é mais contido e não socou o volante enfurecido como o bom e velho Leão...

Aí com Alonso indo embora, parecia que a corrida estava decidida, mas, se isso era verdade para o espanhol, da 2ª posição pra trás a prova se incendiou.

Hamilton havia corrido tão rápido ao longo da corrida que o consumo de combustível havia se tornado um elemento crítico para que ele pudesse chegar ao fim. Como resultado, ele foi obrigado a reduzir o ritmo e, não demorou muito, ser ultrapassado por Mark Webber numa belíssima ultrapassagem por fora.

Webber chegou em Vettel, que também não conseguia manter um bom ritmo de corrida, enquanto Hamilton agora sofria pressão de Felipe Massa.

As últimas 3 voltas foram uma delícia de assistir. Webber chegou em Vettel e foi para o ataque. O mesmo acontecia com Massa para cima de Hamilton, e dava vontade de acompanhar as duas disputas simultaneamente, porque cada curva era disputada no limite. Quase perdemos a bandeirada de Alonso.

Na última volta, a Red Bull pediu a Webber que não ultrapassasse, o que foi meio broxante, e o australiano teve que se contentar com o 3º lugar.

Logo atrás, Massa vinha com tudo para tentar passar Hamilton e os dois fizeram as últimas curvas lado a lado, se tocando inúmeras vezes, mas o inglês conseguiu manter a posição numa chegada de tirar o fôlego, com os dois separados por míseros 24 milésimos. O Reginaldo Leme achou que a disputa mais, como direi, “física” entre os dois merecia punição para Hamilton, mas eu discordo. Foi uma briga na pista, à la Fórmula-1 de outros tempos. Não acho que seria bom para o esporte que se punisse esse tipo de disputa. Mas vamos ver...

E agora nos resta esperar o GP da Alemanha, daqui a duas semanas, para ver se a Ferrari se encontrou de fato, se a McLaren tem poder de reação e se o Vettel vai em algum momento da temporada terminar uma prova em uma posição que não seja 1º ou 2º.

Nenhum comentário: