A DESCONCERTANTE BIPOLARIDADE DE NOSSO ONIPRESENTE E ONIPOTENTE SENHOR E CRIADOR (a.k.a. DEUS)

Filmes como o “Naked Truth” do Jordan Maxwell ou o já cultuado "Zeitgeist" mexem no vespeiro que é a religião o que, pra mim pelo menos, é profundamente divertido.

Não sei se pela influência de filmes deste tipo ou se pelo simples aumento na disponibilidade de informação que temos hoje em dia, percebo que o número de conhecidos que não acreditam na história “oficial” contada pela Bíblia só tem aumentado.

As pessoas parecem estar menos dispostas a aceitar uma "verdade" sem algum tipo de argumentação que faça sentido de fato.

Com isso, o número de ateus-praticantes tem crescido consideravelmente, o que particularmente eu acho um dado muito animador em um país que se auto-denomina católico. Isso significa que as pessoas estão buscando aprender mais, entender o mundo que os cerca, desafiar dogmas que foram implantados neles numa idade em que eles ainda nem tinham a maturidade suficiente para questionar o que estavam aprendendo.

Nada contra os “princípios” cristãos (entre aspas porque uma coisa é o que a igreja prega e outra coisa é como ela age de fato), mas vamos combinar que, se você leu a Bíblia e nunca se perguntou “como é que é?!” então é porque você não leu direito ou não prestou atenção.

Por exemplo, vamos começar com o bom e velho Deus.

Antes de mais nada, é um Deus só na Bíblia? Ou são vários “Deuses” diferentes ao longo da história? Se for um só, então estamos falando de alguém com sério problema de distúrbio bipolar. Porque ele age de uma forma no velho testamento e de repente dá uma guinada de 180º no novo.

No velho testamento, ele é uma espécie de tirano sanguinário que não é muito chegado em demonstrações de compaixão. Foi só ficar puto que mandou um dilúvio pra matar todo mundo menos o truta dele Noé e a bicharada toda.

Depois, quando não gostou do que estava rolando em Sodoma e Gomorra, decidiu incinerar a cidade toda. Não contente com isso, falou pro Lot e pra esposa dele “Corre, nego... corre... mas se alguém olhar pra trás eu TRANSFORMO EM ESTÁTUA DE SAL!”

Parece até coisa de traficante carioca.

E por aí vai. Mandou Abraão matar seu filho como prova de lealdade, abriu a terra pra engolir povos que ele não curtia muito, mandou 7 pragas pra castigar o Egito e (essa eu particularmente acho o máximo como exemplo de misericórdia) impediu Moisés – que havia dedicado a vida toda para servir a ele e a seu povo – de entrar na Terra Prometida por BIRRA.

“Depois de ANOS, chegamos na Terra Prometida, Moisés! Parabéns! Mas lembra aquele dia quando você ficou bravo e bateu nela com seu cajado? Por causa disso, você NÃO PODE ENTRAR na Terra Prometida. Vai é ficar aqui e morrer SOZINHO NO DESERTO!”

!UY QUE NIERVOS! Pois é. o Deus do velho testamento definitivamente faz jus à expressão “Temente a Deus”. Mas e aí? E no novo testamento? Mais uma carnificina sanguinária?

Nah. Primeiro ele engravida a Maria e cai fora, ainda por cima mandando seu aspone Gabriel ir dar a notícia que ela está grávida no lugar dele (acho que é o equivalente bíblico de dar um pé na bunda em alguém por e-mail). Aí, o coitado do José acaba tendo que criar o filho junto com a Maria sem recursos (tanto que o menino nasce num ESTÁBULO) sendo que o pai de verdade é o DONO DO MUNDO TODO. Se ele faz isso hoje em dia, a lei cai matando em cima dele.

Aí, no momento em que ele (que tudo vê e está em todos os lugares) percebeu que os romanos iam encher o filho de porrada e pregar ele numa árvore, o que teria custado ter dado uma mãozinha pro garoto? Pra quem já tinha transformado gente em sal, criado dilúvios e dizimado povos inteiros, dar um chega-pra-lá no Pilatos teira sido fichinha, não?

Sei lá. Pra mim a história tá mais furada que Jesus (com o perdão do trocadalho) e o fato de tantas pessoas aceitarem a Bíblia como uma doutrina ou livro de regras pelas quais basear suas ações e atitudes me assusta um pouco. Quem é esse Deus a quem tantos atribuem o controle total de suas vidas? O tirano do velho testamento? Ou o omisso do novo?

Independente de qual a resposta, com essas duas opções, será que não vale mais a pena acreditar em si mesmo? Afinal de contas, pelo menos a sua própria existência você tem como comprovar.