quinta-feira, 15 de julho de 2010

F1 2010 - GP DA GRÃ BRETANHA

A BMW Sauber de De La Rosa foi soltando pedaços pela pista, mas
o piloto
espanhol seguiu firme e forte na corrida alegando que
"se a Hispania e a Virgin
são praticamente lixo na pista
e ninguém reclama deles, por que eu não
posso continuar na corrida
com um carro caindo aos pedaços?"




Domingo passado teve GP da Grã Bretanha, no reformulado circuito de Silverstone. Já havia postado aqui sobre como profanaram o templo sagrado de Silverstone, ao incluir uma parte nova e desnecessária no circuito, então não vou repetir aqui minha indignação. Por isso vamos à corrida.

As Red Bull dominaram os treinos e a McLaren, que teoricamente viria forte, viu o atual campeão Jenson Button amargar uma 14ª posição no grid de largada. Seu companheiro Hamilton largou mais à frente, em 4º, mas já se via que os carros de Vettel e Webber dariam mais um passeio neste temporada, e a pole de Vettel, seguido pelo seu companheiro de equipe australiano, só reforçaram esta sensação.

Na largada, o Webber partiu para cima do Vettel e os dois dividiram a primeira curva, até que o alemão inexplicavelmente saiu da pista, sem dirigibilidade. O motivo foi um toque do aerofólio de Hamilton na sua roda traseira, ocasionando um pneu furado e praticamente tirando o combativo piloto alemão da corrida.

A largada viu ainda uma outra boa briga entre companheiros de equipe, com Alonso e Massa chegando a tocar rodas. Pior para o brasileiro que, assim como Vettel, se viu obrigado a parar nos boxes para trocar um pneu furado.

Com a sua Ferrari não afetada pelo toque com Massa, Alonso continuava na briga mais à frente e atacava a Renault de Robert Kubica. O polonês se defendeu como pôde até que Alonso tentasse uma ultrapassagem agressiva na chicane. Kubica não deu espaço e o Alonso se viu obrigado a ir para a grama, cortando caminho pela chicane e, com isso, ultrapassando o piloto da Renault. Àquela altura, todo mundo esperava que o espanhol devolveria a posição ao polonês, para evitar uma possível punição, mas não foi isso que aconteceu, e o piloto da Ferrari seguiu abrindo da Renault, como se tivesse feito uma ultrapassagem válida.

Os comentaristas da Globo acharam a manobra normal, mas eu confesso que discordo deles. O Alonso claramente cortou caminho pela chicane para ultrapassar o Kubica. A argumentação de que ele fez isso porque ficou sem espaço para fazer a curva não se sustenta porque o Kubica estava à frente dele e não tinha obrigação nenhuma em tirar o pé ou sair do traçado.

Felizmente, a direção de prova concordou comigo e o piloto da Ferrari foi punido com um drive-thru, o que em si só já seria um belo dum revés, mas que acabou se tornando muito pior em decorrência de outro espanhol – o Pedro De la Rosa – e sua Sauber que se desintegrava na pista.

Os pedaços de carro que o De la Rosa deixou pelo circuito obrigaram o safety car a ser acionado para que os fiscais pudessem retirar todo o lixo da pista. Aliás, como deve ser humilhante ser fiscal de pista e ter que remover detritos da pista. Eles sempre parecem apavorados e certos de um atropelamento iminente, porque saem correndo, tropeçam, rolam... é um espetáculo patético ver um fiscal tendo que atravessar uma pista de Fórmula-1.

Mas a entrada do safety car significava que o Alonso teria que esperar até que ele voltasse aos boxes para poder cumprir sua punição. Com todo mundo andando num ritmo muito mais lento, na prática isso acabou jogando o asturiano lá para o final do pelotão, tirando suas chances na prova. Só para tornar a situação mais irônica, o Kubica abandonou algumas voltas depois, o que quer dizer que, se o Alonso tivesse devolvido a posição para o polonês no ato, não só ele não teria sido punido, como também teria ultrapassado o piloto da Renault do mesmo jeito. Bem feito.

Quem fez bonito na prova foi o Jenson Button, que cada vez mais se mostra um especialista em situações adversas. Mantendo a calma e com uma estratégia diferente da maioria dos pilotos (como habitual), o inglês foi ganhando posições até terminar numa ótima quarta posição.

Outro que se viu obrigado a fazer uma corrida de recuperação foi o Vettel, que ainda teve um belo duelo com outro alemão – o Adrian Sutil – até conseguir ultrapassá-lo na marra, na última volta. Boa briga.

Fim de prova e Mark Webber torna-se o primeiro piloto a ganhar 3 corridas nesta temporada. Com ele no pódio, Hamilton e Rosberg, que fez boa e – para não perder o hábito – discreta corrida. E o Webber ainda alfinetou a Red Bull ao comentar que sua corrida não havia sido “nada mal para um segundo piloto”.

Hamilton mantém a liderança, com 145 pontos, seguido pelo seu competente companheiro Jenson Button, com 133. Webber e Vettel vêm logo a seguir e, a não ser que aconteça algum DESASTRE com ambas as equipes, o título deve ficar mesmo com um destes quatro.

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