domingo, 1 de agosto de 2010

F1 2010 - GP DA HUNGRIA

No momento mais emocionante da prova, O Barrica tem sua
Williams espremida entre o muro e o Schumacher enquanto
urra "BASTARDO!" a plenos pulmões.


Quem diria que algum dia teríamos um Grande Prêmio da Hungria divertido? Quer dizer, pra mim foi MAIS OU MENOS divertido porque estava na agência trabalhando, mas pelo menos deu para assistir à corrida antes de pegar pesado no batente.

De cara o que impressionou foi a gritante superioridade das Red Bull ao longo da prova toda. Chegou a lembrar a McLaren de 1988 (que só não ganhou uma corrida na temporada) e, não fosse a punição que o Vettel levou, ele teria se firmado como líder do campeonato.

Só que a punição veio e foi por um dos motivos mais bizarros de que me lembro ter visto: exceder 10 carros de distância do safety-car na relargada. Nem sabia que existia isso no regulamento e, pelos gestos do Vettel ao pagar o drive-thru, nem ele. De qualquer forma, custou a vitória ao piloto alemão, que pelo menos parece estar se sentindo mais à vontade com o carro deste ano.

O fato é que, quando não era o Vettel dominando a prova, era seu companheiro Webber, que ganhou à la Jenson Button – usando mais a cabeça que o pé direito.

Enquanto todo mundo aproveitou a entrada do safety-car por causa de um PEDAÇO DE CARRO do Vitantonio Liuzzi na pista, o australiano se manteve na pista e retardou ao máximo a troca dos pneus.

Com isso, na relargada ele conseguiu fugir do resto do pelotão e abriu a vantagem necessária para fazer a troca e voltar ainda em primeiro.

Aliás, por falar em troca de pneus, a parada generalizada na hora em que o safety-car entrou foi muito divertida. Começou com a roda traseira do Rosberg, que se soltou no pitlane e foi quicando pra cima dos mecânicos das outras equipes, que o driblavam com uma surpreendente tranquilidade enquanto tentavam fazer seu trabalho.

Aí foi a vez do mecânico da Renault conseguir a proeza de liberar o Kubica no exato momento em que o Sutil entrava na vaga logo em frente para fazer a sua troca. Não me lembrava de ter visto uma batida assim dentro dos boxes e os dois pilotos envolvidos não devem ter acreditado na hora que aconteceu, mas a culpa foi toda do “cara do pirulito” da Renault. Ele nunca poderia ter permitido a saída do polonês.

Falei que o Webber ganhou à la Jenson Button, mas curiosamente o Button em si fez uma corrida à la Rosberg de 2009 – não existiu. Largou em 11º e nada fez ao longo da prova toda. Pelo menos não abandonou como seu companheiro de equipe Lewis Hamilton, que com isso deu a liderança do campeonato para o Webber.

E quem diria que um Grande Prêmio da Hungria seria lembrado por uma ULTRAPASSAGEM, evento este que raramente acontece neste circuito esquecido por Deus.

Tudo bem que a maior de todos os tempos (que providencialmente anexo aqui embaixo para vossa apreciação) aconteceu na Hungria, mas, fora esta, o circuito sempre se caracterizou pela inacreditável falta de emoção e de ultrapassagens.



Pois bem, felizmente nosso bom e velho amigo RRRRRRRRRRRUBINHO mudou esta escrita com uma ultrapassagem ousada pra cima de um inconformado e altamente, digamos, agressivo Michael Schumacher.

A briga era pela 10ª posição, mas o insuportável Galvão Bueno narrava como se fosse uma disputa pelo campeonato mundial. A sorte dele é que toda o exagero na emoção que ele alocou à perseguição do Barrica foi premiada com um momento verdadeiramente emocionante – quando o brasileiro colocou o carro por dentro no final da reta para ultrapassar o alemão.

O Schumacher jogou a Mercedes dele para a direita e não sei como não aconteceu um acidente de proporções épicas. Praticamente esmagado entre o muro e o Schumacher, o Barrichello não tirou o pé e conseguiu uma surpreendente ultrapassagem que deixou todo mundo sem respirar durante alguns segundos.

Pela atitude anti-desportiva, o alemão foi punido em 10 posições no grid da próxima corrida (que vai ser no belíssimo circuito de Spa). O Barrica chamou o Schumi de bastardo pelo rádio (ofensa que tantas vezes foi proferida à pessoa do Meu Amigo Zoca* no passado) e o alemão se defendeu dizendo que “o Barrichello podia ter passado pelo outro lado”. Muito bom.


* Para preservar o indivíduo em questão de prováveis danos à sua reputação em virtude de suas quase sempre questionáveis atitudes éticas e morais, o nome de Mark Damian Ament será substituído neste blog pelo pseudônimo “MEU AMIGO ZOCA”.

Um comentário:

Mark disse...

Ah... o bom e velho "Ei, BASTARDO... Você não tem mãe?" Saudades desse tempo...