Habitualmente sofro pela impossibilidade de xingar as pessoas de tudo quanto é ofensa. Nem sempre dá pra fazer isso, seja por uma questão de educação ou, como na maioria das vezes, por receio das consequências que tal ato poderia me render (em outras palavras, por mais simpático e agradável que eu seja com você, é bem possível que por dentro eu esteja querendo mandar você pros quintos dos infernos, mas só não o faço por medo mesmo).
É por isso que achei absolutamente genial o texto do Tutty Vasques no Estadão de domingo passado (pelo menos acho que foi domingo) que traz uma nova e elitizada forma de mandar as pessoas praquele lugar. Apesar de não considerar isso particularmente criativo de minha parte, vou replicar o texto na íntegra para os que não tiveram a oportunidade de ler.
Divirtam-se. De quebra, taí uma ótima sugestão de destino para as próximas férias do Meu Amigo Zoca*!
“A idéia original é da Hillary Clinton! Foi a secretária de Estado dos EUA que, à certa altura da mediação da crise em Honduras, mandou todo mundo pra casa do Oscar Arias em busca de um acordo para o impasse. Oscar Arias, pra quem não sabe, é presidente da Costa Rica, Prêmio Nobel da Paz e o escambau, mas nada disso vem aqui ao caso. O que vale é o seguinte: ao despachar os dois lados do conflito praquele lugar - “a casa do Oscar Arias” -, a patroa do Bill criou involuntariamente uma corruptela de xingamento tão singela quanto putzgrila. Quem de nós nunca teve vontade de mandar uns e outros pra casa do Oscar Arias e só não o fez por falta de recurso linguístico que tornasse nosso insulto socialmente aceitável. Vem a calhar com a falta de imaginação de Brasília, onde os homens públicos deram esta semana pra chamar uns aos outros de “pizzaiolo” quando querem ofender a mãe de determinado adversário político. Só não é a desmoralização total do palavrão porque temos agora a possibilidade de fazer chegar ao governo e à oposição, ao apagar das luzes do recesso parlamentar, esse troço que está engasgado há tempos na garganta de todo brasileiro honesto e educado: “Vai todo mundo pra casa do Oscar Arias, vai!” Com todo respeito ao dono do nome que deu origem a esse trocadilho do Oscar Arias.”
* Para preservar o indivíduo em questão de prováveis danos à sua reputação em virtude de suas quase sempre questionáveis atitudes éticas e morais, o nome de Mark Damian Ament será substituído neste blog pelo pseudônimo “MEU AMIGO ZOCA”.
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