domingo, 26 de julho de 2009

F1 2009 - GP DA HUNGRIA

A camiseta do Mr. Happy com a qual Rubens Barrichello foi ao
treino de sexta durou pouco. Depois da corrida, em que amargou
mais uma prova sem marcar pontos, ele foi imediatamente à loja
e trocou por um modelo mais adequado.

Em meio a toda a preocupação com o estado de saúde do piloto brasileiro Felipe Massa, a corrida em si ficou numa espécie de “segundo plano” neste GP da Hungria. Em todo caso, a corrida aconteceu e teve alguns pontos interessantes.

A destacar, claro, a vitória do Hamilton, primeira deste ano. Confesso que não esperava vê-lo no topo do pódio nesta temporada, mas não se deve duvidar nunca do poder de reação da McLaren. A equipe fez bonito e não deu chances aos adversários. Se isso vai se repetir até o fim da temporada, precisamos esperar para ver, mas os indícios são de uma clara melhora da equipe de Woking. Isso deve estar dando uma certa tranquilidade pro outro britânico da F1 – o líder do campeonato Jenson Button. Afinal, tudo que contribuir para tirar pontos da dupla da Red Bull – vai sempre ser muito bem-vinda, thank you very much.

Seu até então grande rival pelo título deste ano – o Sebastian Vettel – teve uma largada ruim e desperdiçou o segundo lugar no grid, o que se torna ainda mais grave pelo fato de que o pole Fernando Alonso largava com tão pouco combustível que perigava nem conseguir dar a primeira volta. Depois de largar mal, o alemão fez uma corrida apagada até abandonar com problemas na sua Red Bull, perdendo ainda a chance de diminuir a diferença de pontos que o separa do Button na classificação do campeonato.

Por sinal, a largada em si foi um dos poucos momentos verdadeiramente interessantes da prova, com um Raikkonen completamente alucinado, dando chega-pra-lá em todo mundo. Pode ser que pinte punição pro piloto da Ferrari, mas seria uma pena, porque ele fez uma boa corrida, chegando em segundo e levando mais 8 pontos pra escuderia, o que coloca a Ferrari em 3o no campeonato. Um breve consolo pros italianos depois do susto com o Massa.

Aliás, por falar em posição de corrida, como são as coisas, não? Em determinado momento da prova, estavam na sequência: Hamilton com McLaren, Alonso com Renault, Webber com Red Bull e Raikkonen com Ferrari nas primeiras 4 posições. Ano passado, a surpresa seria ter uma Red Bull no meio das equipes grandes. Hoje, a surpresa é justamente o contrário: ter a McLaren, Ferrari e Renault se metendo nas primeiras posições. Mondo bizarro, não?

A Brawn teve mais uma participação discreta e, não fosse o 7o lugar do Button, nada teria feito. Nosso amigo Barrichello – que foi ao autódromo com uma camiseta do Mr. Happy na sexta, só apareceu no jornal porque foi do carro dele que se soltou a peça que acertou a cabeça do Massa, naquele momento “Lee Harvey Oswald” do treino.

Durante a corrida propriamente dita, a impressão que eu tive foi que todo mundo que saía dos boxes era ultrapassado pelo Barrica. Foram (chutando por baixo) umas 4 ou 5 vezes em que a gente via alguém saindo dos boxes e sendo ultrapassado na curva seguinte pelo piloto brasileiro. Isso acabou dando a impressão de que ele estava subindo vertiginosamente na classificação, mas de fato ele se mantinha sempre lá atrás. Não sei como alguém que ultrapassa todo mundo consegue não ganhar posições, mas ele conseguiu. Foi quase como aquela caverna secreta dos Sleestaks, na série “O Elo Perdido”, que parecia pequena por fora, mas era enorme por dentro. O Barrichello distorce as leis da física.

A corrida teve ainda um momento meio angustiante quando o Alonso saiu dos boxes com uma das rodas mal fixada. Acompanhamos a volta do espanhol esperando que ela se soltasse e, quando finalmente isso aconteceu, a roda saiu pulando pela pista, dando aquela incômoda sensação de que algo trágico iria acontecer. Felizmente, foi só impressão e a roda não causou estragos.

Sou obrigado ainda a dar um ponto positivo pra Toyota (não sei porque, mas tenho uma antipatia pela Toyota), em especial ao bom Timo Glock, que correu bem e marcou 3 pontos, e outra menção honrosa ao Rosberg Jr., que levou a Williams a um excelente 4o lugar.

Agora, resta aguardar até o GP da Europa para ter uma sensação mais real de como será a parte final deste campeonato, sempre acompanhando de perto, claro, as notícias sobre o Massa e torcendo por uma recuperação plena.

E, por último, muita gente deve estar se perguntando o que catso o Plácido Domingo estava fazendo na premiação do GP. Eu também não entendi na hora, mas um pouco de pesquisa me esclareceu o que o tenor espanhol estava fazendo no pódio magiar.

Pelo seu envolvimento com a Orquestra Sinfônica da Hungria e pelo seu carinho pela música húngara, o tenor recebeu, em 2005, a Estrela da Ordem do Mérito da República Húngara. Logo, faz um certo “sentido” ele estar no pódio, apesar de pessoalmente eu acreditar que um pódio de Fórmula 1 seria uma boa vitrine para personalidades do próprio país. Mas, claro, isso é só a minha OPINIÃO.

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