domingo, 16 de maio de 2010

F1 2010 - GP DE MÔNACO


Durante a prova, uma tampa de bueiro se soltou na pista. Felizmente para
Felipe Massa, a essa altura da corrida Rubens Barrichello já havia se retirado.


O Grande Prêmio de Mônaco deste ano não chegou a ser uma corrida espetacular como em anos passados e nem teve a chuva que foi prometida pela mídia ao longo da última semana. Mas também não chegou a dar sono como o péssimo GP da Espanha da semana passada.

Mônaco é Mônaco e sempre é uma das provas mais aguardadas da temporada. Tudo é meio diferente. Alguns pilotos aproveitam para mudar as pinturas de seus capacetes, como foi o caso do Hamilton – que pintou uma roleta no topo do seu – e do Vettel, que deve estar tentando entrar para o livro Guinness dos Recordes como o piloto que mais vezes mudou seu design ao longo da carreira. Algum dia tento postar aqui todos os modelos já utilizados pelo alemão, mas confesso que vai ser difícil.

Enfim, quanto à corrida, o que se viu foi um verdadeiro show do Mark Webber, que estava tão mais rápido que o resto do pelotão – incluindo seu ótimo companheiro de equipe Sebastian Vettel – que a classificação final, com o australiano meros 400 centésimos à frente do alemão, não fez jus à corridaça que ele fez.

Isso se deve em parte ao fato desta ter sido uma corrida marcada pelos Safety Cars, que entraram 4 vezes na pista. Era só o Webber abrir que o Safety Car juntava todo mundo de novo. Mas isso em nada tira o brilho desta vitória que coloca o Webber como seríssimo candidato ao título de campeão mundial. O Vettel vai ter que suar o capacete para conseguir superar o inspirado piloto australiano.

Na largada, o pole Webber se manteve na liderança e o Vettel, que largou em 3º, conseguiu uma boa ultrapassagem sobre a surpreendente Renault do Kubica. Logo na volta seguinte, o Safety Car entrou pela primeira vez na pista, em decorrência de um acidente do Hulkenberg no túnel, protagonizando o que viria ser o primeiro dos acidentes espetaculares da Williams na corrida.

Com o Safety Car na pista, o Alonso – que havia largado dos boxes em último porque destruiu sua Ferrari antes da qualificação e não pôde fazer tempo – entrou nos boxes para fazer sua troca de pneus. Com o pelotão se movendo lentamente atrás do Safety Car, o asturiano logo se juntou ao grupo, com a vantagem de não ter que parar mais para trocar pneus. Foi a jogada da corrida e acabou rendendo um ótimo 6º lugar para o piloto no final da prova.

Quem teve poucos motivos para comemorar, no entanto, foi o até então líder do campeonato Jenson Button. Ele parou logo na 3ª volta porque os mecânicos esqueceram de retirar uma das tampas das entradas de ar da sua McLaren, causando um superaquecimento do motor . Aliás, a corrida foi marcada por trapalhadas nos boxes, especialmente das equipes novatas, que ainda não aprenderam a trocar um pneu.

Com a saída do Safety Car, o Webber saiu abrindo vantagem para o Vettel, que por algum motivo não conseguia seguir o ritmo do australiano. Num circuito como Mônaco, em que é quase impossível ultrapassar, chegou a ser providencial a largada em último do Alonso, porque pelo menos conseguimos ver disputas e ultrapassagens. Tudo bem que foram ultrapassagens nas novatas, mas pelo menos elas aconteceram.

Enquanto isso, o Schumacher finalmente estava andando na frente do companheiro Rosberg e ainda conseguiu ultrapassar o ex-companheiro de equipe Barrichello na parada para trocar os pneus.

Com todo mundo parando para trocar pneus, lá estava o Alonso em 6º lugar, algo que ele provavelmente não esperava nem em suas expectativas mais otimistas.

Logo depois, o Barrichello protagonizaria o segundo acidente da Williams e, novamente, tivemos o Safety Car na pista. A batida do brasileiro foi mais visualmente impactante que a do Hulkenberg e, quando o carro parou de rodar, ele estava de cara para o pelotão, que vinha pela pista acelerando. Não deve ter sido muito agradável.

Com a saída do Safety Car, a corrida seguiu sem grandes surpresas até que ele tivesse que entrar na pista de novo, desta vez por uma TAMPA DE BUEIRO que supostamente estaria solta no circuito.

Me lembrou aquele filme lastimável do Sylvester Stallone sobre a Fórmula Indy – “Alta Velocidade”. Em determinada cena, dois pilotos saem rasgando pelas ruas da cidade com seus carros de corrida. A velocidade deles é tão ESTONTEANTE que as tampas dos bueiros são literalmente arrancadas e arremessadas para o ar quando os carros passam por cima delas, em uma das sequências mais constrangedoras da história do cinema.

Felizmente, nenhuma tampa foi arrancada em Mônaco e a corrida pôde seguir seu rumo tranquilamente. Realmente, não aconteceu muita coisano decorrer da prova e o Webber só precisou administrar sua vantagem enquanto esperava pela bandeirada final.

Só que o Trulli e o Chandhok tiveram um acidente bem no finalzinho da prova, um típico acidente “à la Jarno Trulli”, com o italiano passando com seu “Lotus” POR CIMA da Hispania do indiano.

Por sorte, nada de mais grave aconteceu com o Chandhok, mas acidente em Mônaco significa Safety Car. Então lá estava o Bernd Mayländer, piloto do Safety Car, justificando o salário e voltando para a pista. Faltavam poucas voltas para o final da prova e parecia que nada mais se alteraria. Só que, por mais bizarro que possa parecer, algo aconteceu.

Na última volta, apareceu na transmissão que o Safety Car entraria nos boxes. Acho que isso foi só para deixar claro que quem levaria a bandeirada seria o Webber, e não o Mayländer no seu Safety Car. Mas aí, na última curva, surpreendentemente, o Schumacher jogou sua Mercedes por dentro e ultrapassou o Alonso, antes do final da corrida, aparecendo na classificação final em 6º.

Na hora, ficou todo mundo da transmissão sem saber se o que o alemão tinha feito era legal ou não, mas tava na cara que não era.

Numa relargada de Fórmula-1, a ultrapassagem só é permitida APÓS a linha de chegada. Ou seja, o que o Schumi fez infringiu o regulamento. Tanto, que ele foi punido pela comissão da prova e terminou em 12º.

Resumo da ópera: Mark Webber novo líder do campeonato, seguido pelo seu companheiro Sebastian Vettel, com a equipe mais forte da temporada finalmente no lugar que merece. Parece que a Red Bull acertou a mão e, a não ser que algo mude muito rapidamente, deve papar este campeonato.

2 comentários:

Mark disse...

Erm... Não é por nada, mas meros 400 centésmios de segundo são meros 4 segundos.
Como diria Borat... NOOOOOOOOOOT.

Anônimo disse...

Eu sempre tenho sono nas corridas de F1. Por isso que continuo dormindo.