Apesar das alegações da Ferrari e da Phillip Morris de que
o código de barras à direita nada tem a ver com o logo da Marlboro
à esquerda, tentar encontrar semelhanças entre as duas é
mais ou menos como "procurar pêlo em Tony Ramos".
o código de barras à direita nada tem a ver com o logo da Marlboro
à esquerda, tentar encontrar semelhanças entre as duas é
mais ou menos como "procurar pêlo em Tony Ramos".
Saiu no na internet a notícia de que a Ferrari estaria sendo investigada por uma suposta propaganda subliminar nos seus carros.
A propaganda de cigarros é proibida na Fórmula-1, mas a indústria tabagista sempre teve forte presença na categoria, a começar pelo patrocínio da Gold Leaf nos até então verdes carros da Lotus.
Ao longo dos anos, tivemos carros que se tornaram emblemáticos justamente por ostentarem as cores de cigarros como a Gitanes, no caso da Ligier, e a John Player Special, que fez com que os carros da Lotus fossem eleitos os mais bonitos da história por 10 em cada 10 fãs de corrida.
E, claro, tem a Marlboro, que transformou os carros da McLaren em pacotões de cigarro durante décadas, até migrar definitivamente para a Ferrari, deixando a escuderia inglesa aos cuidados de outra marca de cigarros – a West.
A influência da Marlboro na Ferrari foi tão intensa que chegaram até a mudar a cor dos carros – do famoso vermelho-Ferrari para um vermelho alaranjado – simplesmente para que os carros (e a marca) se destacassem mais na transmissão pela televisão.
Em 2006, ocorreu a proibição completa do segmento tabagista na categoria, mas a Marlboro decidiu continuar patrocinando a Ferrari
A equipe passou a se chamar Scuderia Ferrari Marlboro e a marca de cigarros assinou um contrato de 10 anos no valor aproximado de 1 bilhão de dólares.
Com a proibição definitiva, o vermelho nos carros voltou a ter aquela tonalidade mais escura, mas na carenagem aparecia um código de barras branco, bem no lugar onde habitualmente se via a famosa marca de cigarros.
Tudo bem que a palavra MARLBORO não aparece escrita em nenhum lugar, mas tá mais do que na cara que o que está estampado nos carros do Cavalino Rampante é uma clara propaganda subliminar da empresa.
São os mesmos recursos que a marca utilizava quando a proibição era parcial e ele só era impedida de aparecer em alguns circuitos.
É inacreditável a cara de pau da assessoria da Philip Morris, ao alegar que o tal código de barras acima faz parte da programação visual da Ferrari e não tem NADA A VER com a Marlboro.
Claro que tem. O que a Marlboro faz é se beneficiar de elementos imediatamente reconhecíveis e vinculados à sua imagem para “aparecer sem aparecer”.
É o que o guru do neuro-marketing Martin Lindstrom classifica como “smashable components” – elementos que por si só causam uma associação imediata à marca, sem que se faça necessária a aplicação do logo.
São coisas como o vermelho-e-branco, a onda ou o formato da garrafa da Coca-Cola. Você não precisa ler a marca COCA-COLA para saber na hora do que se trata.
Agora, independente deste código de barras ser correto ou errado do ponto de vista ético, os caras vierem dizer que ele não tem NADA A VER com a Marlboro é muito CHAMAR A GENTE DE OTÁRIO, né não?
ROUBA NO JOGO, MAS NÃO ME OFENDE.
2 comentários:
Sei lá. Acho que se eu visse essa imagem, sem esse conhecimento prévio de que a Ferrari usou esse símbolo nos circuitos em que não podia fazer publicidade de cigarros, não sei se relacionaria com o cigarro. Mas isso sou eu, né?
Eu acho que essa imagem foi feita para ser vista em movimento. Tenta passar pela tela correndo. Talvez você veja o Logo da Marlboro.
Acho.
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