quarta-feira, 18 de junho de 2014

COPA 2014 - ALEMANHA x PORTUGAL - IRÃ x NIGÉRIA - EUA x GANA

"Faz alguma coisa cegueta! Não estás a ver que estão a marcar um pá de goulos?!"




E chegamos finalmente à esperada (esperada para mim, pelo menos) estreia da Alemanha na Copa. A seleção alemã, apontada como uma das favoritas ao título, havia batido na trave nas últimas 3 Copas (vice em 2002, 3ª em 2006 e 3ª em 2010) e havia feito uma fase de classificação muito positiva.

Mas a teoria era uma coisa, e a parada era muito dura. Portugal contava com o melhor jogador do mundo, o insuportável Cristiano Ronaldo, que havia sozinho demolido as chances da Suécia durante a repescagem. Quando fez um dos gols contra a forte seleção de Ibrahimovic, o “CR7” fez questão de apontar para si mesmo e urrar em alto e bom som: “EU TÔ AQUI! EU TÔ AQUI!”, o que traduzindo para português brasileiro seria algo do tipo “Se não fosse por mim e pelo fato de eu ser o melhor jogador do mundo, vocês nunca iriam para o Brasil, entenderam, putardos?!”

Não é dos mais simpáticos gajos esse tal de Cristiano Ronaldo, mas apesar de estar se recuperando de uma lesão, ele era sempre perigoso, e seu Real Madrid havia CURRADO o poderoso Bayern na Champions League. Então ele mesmo havia comentado durante uma entrevista que achava perfeitamente normal fazer o mesmo contra a seleção alemã. Ahã.

Veio o jogo, com Portugal todo de vermelho e a Alemanha jogando toda de branco, sua clássica combinação com shorts pretos aparentemente PROIBIDA pela FIFA. Mas não vou falar disso agora. Prometo fazer outro post sobre o assunto algum dia desses.

Curiosidade que pouca gente comentou: ao tocar o apito do juiz, a Alemanha se sagrou o primeiro país a jogar 100 partidas em Copas do Mundo. Não deixa de ser um número de respeito quando pensamos que a equipe deixou de jogar duas Copas (a de 30 porque simplesmente não estavam afim e a de 50 como consequência da 2ª Guerra Mundial) e que existe o pentacampeão BRASIL, que jogou todas. Até o começo da competição, o Brasil tinha “só” 97 jogos em Copas.

Mas voltemos ao jogo. Até os 13 minutos do primeiro tempo, o jogo até que estava ligeiramente equilibrado, apesar da Alemanha estar visivelmente mais organizada do que Portugal. Cristiano Ronaldo estava sendo eficientemente marcado por Boateng (o Boateng da Alemanha, não o de Gana, claro) e pouco conseguia fazer. 

Aí no 13° minuto, Götze entrou com perigo na área portuguesa e sofreu falta de João Pereira. Müller converteu o pênalti e abriu o placar: Alemanha 1x0.

A partir daí, o domínio da Alemanha foi crescendo. Portugal até que tentava, mas nada dava certo. E aí deu menos certo ainda quando Toni Kroos cobrou escanteio e o zagueiro Hummels cabeceou, fazendo 2x0.

E as coisas desandaram de vez quando o brasileiro radicado português Pepe perdeu a cabeça durante uma discussão com Müller e, quando a encontrou, usou-a para bater na cabeça do atacante alemão (sem muita força, vamos ser honestos, mas usou). O juiz viu, não gostou do que viu e solicitou que Pepe fosse tomar uma ducha para pensar na vida e sobre como não se deve dar cabeceadas nos outros durante jogos de Copa do Mundo, ainda mais quando o juiz está vendo.

Com Portugal agora com 10 jogadores, o jogo deixou de ser um jogo e se transformou num treino para a Alemanha, que ainda marcou mais dois gols, mas claramente puxou o freio de mão no segundo tempo para poupar seus atletas no alto calor da Bahia.

Saldo final: Alemanha 4x0 Portugal, e nenhum “EU TÔ AQUI!” do Cristiano Ronaldo. Talvez ele achasse que se não gritasse isso pra todo mundo, ninguém perceberia que ele havia participado da pior derrota da história de Portugal em Copas do Mundo.

Uma outra curiosidade sobre a equipe da Alemanha. Contando com esta Copa, desde 2006, ela sempre começa a competição marcando 4 gols na estreia. O padrão foi quebrado em 2002, quando marcou... ehm... OITO contra a Arábia Saudita, mas imagino que seja algum tipo de recorde uma equipe estrear em 4 copas consecutivas marcando no mínimo 4 gols no jogo de abertura... vou pesquisar e informo aqui.

Aí veio o segundo jogo do dia: Irã e Nigéria. Vou confessar que acompanhei o jogo meio que de canto de olho, porque eu tinha certeza que, se eu olhasse para a tela durante mais do que um minuto inteiro, eu iria dormir e acordar só no dia seguinte. Honestamente não tem muito o que falar sobre esse que foi disparado o pior jogo da Copa até agora, e o fato de ele ter terminado em 0x0 acho que já é resenha suficiente para os 90 minutos que os COITADOS que pagaram ingresso foram obrigados a assistir in loco.

Acho que a única coisa digna de nota sobre esse jogo foi o fato do Irã ter um jogador chamado MEHRDAD. Leia em voz alta e veja as reações das pessoas à sua volta. O cara deve ter passado jogo inteiro achando que estava sendo chamado cada vez que alguém xingava depois de um arremate errado. Se bem que, pensando bem, acho que não teve chutes a gol no jogo, então ele deve ter até ficado orgulhoso ao ouvir os torcedores do estádio comentando que aquilo havia sido um verdadeiro “JOGO DE MEHRDAD”.

Já o último jogo da segunda foi bem diferente. Gana e EUA fizeram um bonito jogo, com duas equipes buscando a vitória até o último instante. Curiosamente, ambas as equipes integram o mesmo grupo da Alemanha, e ambas têm laços inusitados com o país. Para início de conversa, o técnico americano é o Jurgen Klinsmann, aquele, campeão pela Alemanha na Copa de 1990. Ele era o técnico da Alemanha até passar o comando para seu assistente Joachim Low em 2006, hoje o técnico dos alemães. Agora, os dois estão no mesmo grupo e Klinsmann se vê na incômoda situação de ter que ganhar do seu próprio país.

A outra coincidência é com Gana, do jogador Prince Boateng, que é nada menos que irmão do Jerome Boateng, jogador da Alemanha. Ambos têm dupla nacionalidade, só que um decidiu integrar a equipe alemã e o outro a ganesa. O engraçado é que, por mais improvável que pareça o fato deles se encontrarem durante a Copa, isso já ocorreu na Copa passada quando os dois países se enfrentaram também na fase de grupos (ê sorteiozinho mequetrefe esse, hein? Fora Alemanha x Gana, teremos repetecos entre Espanha x Chile e Argentina x Nigéria. Será que dá pra dar uma sacudida melhor nas bolinhas na Copa que vem?)

De qualquer forma, o jogo foi tudo que Irã x Nigéria não foi (pra começar, teve jogo). Gana havia sido o algoz dos EUA nas duas últimas Copas. Em 2006, venceram por 2x1 no último jogo da fase de grupos e forçaram os americanos a ir para casa mais cedo. Aí, quatro anos depois, fizeram o mesmo placar nas oitavas e forçaram os americanos a ir para casa mais cedo, mas pelo menos um pouco mais tarde do que 4 anos antes. Então o jogo tinha um certo ar de vingança.

E, para mostrar que a história não se repetiria, logo de cara Clint Dempsey marcou o gol mais rápido da Copa (e o 5º mais rápido da história das Copas), aos 32 segundos.

Após o choque inicial, Gana não se intimidou e foi para o ataque e, com os EUA partindo pra cima também, o jogo foi lá e cá, com boas chances, boas defesas e os dois times fazendo de tudo para tentar a vitória. O jogo era equilibrado, mas com Gana atacando mais e, aí, a 8 minutos do final do jogo, Gyan fez belíssima jogada com Andre Ayew, que empatou o jogo. E o fantasma de 2006 e 2010 começou a rondar a Arena das Dunas. Com pressão total do time africano, a única pergunta era se os ganeses iriam ter tempo de marcar seu tradicional 2x1 no pouco tempo que restava.

Só que de repente, 4 minutos depois, foi a vez dos americanos partirem para o ataque e, para a surpresa de todos, John Brooks meteu a cabeça na bola no meio da área ganesa e fez o gol. Não daria tempo para uma reação e, mais uma vez, o placar de 2x1 foi mantido entre os dois times. Só que desta vez a favor dos americanos. Vida complicada agora para Gana, que pega a Alemanha na próxima fase. Vamos ver o que acontece.


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