E lá vamos nós pra parte mais séria desta
Copa do Mundo: a rodada final da fase de grupos e as lágrimas copiosas dos que
deixam o Brasil de volta para casa (tipo a Espanha, por exemplo).
Nessa última rodada, os jogos dos grupos
acontecem simultaneamente, para impedir que alguém “jogue pelo resultado do
outro jogo” e garantir que todos os times entrem em campo dispostos a lutar com
todas as forças por aquelas vaguinhas que ainda restam.
Não foi o caso para Espahna e Austrália,
uma vez que os dois países já haviam carimbado o passaporte de volta para casa
ao fim da segunda rodada, mas para muitos países, a classificação para as
oitavas ainda é um sonho (às vezes meio IMPOSSÍVEL, como é o caso de Portugal
com o MELHOR DO MUNDO, Cristiano Ronaldo).
O jogo entre Austrália e Espanha não valia
nada a não ser uma saída mais honrosa do Brasil, e os espanhóis ao menos
conseguiram isso. Venceram o jogo contra a boa, mas altamente desmotivada,
Austrália por 3x0. Com isso, a Espanha se livra do risco de replicar a péssima
campanha da campeã França em 2002, em que ela entrou como detentora do título
da Copa passada e não conseguiu marcar um golzinho que fosse, sendo eliminada
logo na primeira fase.
A Espanha se esforçou para isso, mas no
final das contas, conseguiu 3 golzinhos contra a já eliminada Austrália,
conseguindo ao menos encerrar sua participação na Copa vencendo.
Outra coisa digna de nota deste jogo foi o
fato de que a Espanha jogou com seu segundo uniforme – o preto. Como havia
usado o terceiro – branco – contra a Holanda e o titular – vermelho – contra o
Chile, a Espanha agora se junta à França como país que jogou uma Copa do Mundo
usando 3 uniformes diferentes. Claro que, no caso dos franceses, não foi algo
que havia sido premeditado.
Eles haviam jogado os dois primeiros jogos da Copa
com seus uniformes titular e reserva, mas chegaram no estádio para encarar a
Hungria no terceiro jogo trazendo apenas suas camisas brancas, as mesmas que os
húngaros haviam trazido. A atitude dos franceses foi para protestar (claro) contra
a má arbitragem da Copa, mas até hoje me pergunto o que eles esperavam que
fosse acontecer.
O que aconteceu de fato foi que o juiz da
partida (por sinal o Arnaldo Cézar Coelho, aquele mesmo que comenta a
arbitragem na Globo), falou que "isso não pode" e ele não iria começar o jogo enquanto os franceses
não arranjassem camisas de outra cor. A solução foi pegar emprestado um jogo de
camisas listradas em verde e branco, pertencente ao time amador argentino
Kimberly.
Curiosamente, ambas as equipes que jogaram
com 3 uniformes não tiveram a chance de repetir nenhum deles na Copa, porque
tanto França em 1978 quanto Espanha em 2014 foram eliminadas logo na primeira
fase.
Enquanto isso, Holanda e Chile se enfrentavam
num jogo difícil, porém com poucas chances de gol. A impressão era que os times
estavam se estudando e evitando correr riscos, o que me pareceu uma atitude
sensata já que o segundo do grupo já pegava a pedreira que é o Brasil logo nas
oitavas.
Como a Holanda liderava o Grupo B, jogava
pelo empate, o que colocava a responsabilidade de ir atrás do resultado nas
costas do Chile.
Após um primeiro tempo morno, os times voltaram
mais agressivos na segunda etapa, mas com a Holanda conseguindo atacar mais.
Até que, aos 32 minutos do segundo tempo, Fer cabeceou na área, sem defesa para
o goleiro Bravo (Bravo é o nome do goleiro, não um adjetivo que estou usando
para descrever como ele ficou ao levar o gol, apesar de ele ter, sim, ficado bravo).
Ao Chile não restava alternativa senão ir
pra cima da Holanda, mas a bola cismava em não entrar. E quem muito ataca
sempre acaba proporcionando espaço para contra-ataques, o que não costuma ser
muito recomendado quando se tem gente como o Robben no time adversário.
E os chilenos sentiram isso na pele quando o veloz atacante do Bayern de Munique saiu
em disparada pelo campo e cruzou a bola na área para que Depay marcasse o
segundo da Laranja Mecânica, aos 45 do segundo tempo.
Resultado: Holanda primeira do grupo, Chile segundo. A "honra" de ter que pegar o Brasil nas oitavas sobrou para os chilenos.
E falando de Brasil, às 17h00 tivemos o
término da fase de grupos para o Grupo A também.
O Brasil pegava a já eliminada seleção
camaronense, enquanto Croácia e México se digladiavam para ver quem ficaria com
a segunda vaga.
O jogo entre croatas e mexicanos começou
com a Croácia esperando pelo México e buscando definir o jogo num contra-ataque.
Até a metade do segundo tempo, o jogo foi assim,
com o México atacando e a Croácia tentando o contra-ataque. Mas aí, durante uma
desses ataques mexicanos, aconteceu algo que não estava nos planos dos croatas:
o México fez o gol. Aí fez de novo. E aí fez de novo.
Num período de 10 minutos, os mexicanos
haviam feito 3x0, aniquilando as chances croatas de ainda sonhar com a vaga. Desesperada,
a Croácia ainda conseguiu fazer um golzinho de honra no final do jogo, mas a fatura
estava liquidada. Croácia fora da Copa e México agora tendo que encarar a
Holanda nas oitavas.
No outro jogo do grupo, a previsão era de
um jogo relativamente fácil, com Camarões já de malas prontas para voltar pra
casa e, para piorar para eles, desfalcados de suas estrelas Eto’o e Song.
Então não foi surpresa nenhuma quando
Neymar abriu o placar aos 17 minutos. O que FOI surpresa foi ver Matip empatar
a partida minutos depois, aproveitando um cruzamento na área brasileira que ninguém cortou.
Neste instante, por incrível que pareça,
Camarões jogava mais do que o Brasil e já havia até mandado uma bola na trave.
Alguns começavam a fazer cálculos, pensando nos riscos do país acabar a
primeira fase na segunda posição, na perspectiva de pegar a Holanda, etc., etc.
Mas estava claro que o Brasil era o time superior na partida e que era só acertar a mão (ou neste caso o pé) que o gol sairia logo.
Não só isso acabou acontecendo aos 35 do
primeiro tempo, como também viria acontecer mais duas vezes no segundo tempo.
Ao todo foram 2 gols de Neymar, um de Fred (que agora ostenta um bigodón à la
Lenny Killminster, emblemático vocalista do Mötorhead) e um de Fernandinho, que
havia acabado de entrar.
Não sei se podemos dizer que o Brasil
proporcionou uma exibição de gala, mas o fato é que a Seleção evidentemente não
jogou tudo que podia. Agora contra o Chile, a história vai ser outra e a
seleção andina já mostrou que é forte e talentosa.
Se ela tem forças pra ganhar do Brasil,
honestamente acredito que não. Meu palpite é para um Brasil x Holanda nas
quartas. Repeteco de 2010.
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