Copa no Brasil, jogo do Brasil, a festa só poderia ser Mexicana. |
Terça-feira, dia de jogo do Brasil e também
de fechar essa primeira rodada da fase de grupos.
O Grupo G começou com a estreia da seleção
que vinha com pinta de se tornar a grande sensação do torneio: a Bélgica.
Motivos para isso não faltavam, porque o time é repleto de estrelas do futebol
internacional, como Courtois, Kompany, Fellaini, Witsel, Hazard e Van Buyten,
então a expectativa pela estreia dos “diabos vermelhos” era enorme.
Tanto que meu filho, Tony, já deixou claro
que sua torcida seria por eles:
“Eu vou torcer pros belgos.”
“Belgos? Não, Tony... o termo correto é
‘belga’.”
“Claro que não. São HOMENS. Você por acaso torce para os jogadores ALEMÃS?”
Lógica incontestável, então lá vamos nos
torcer para os belgos. Curiosamente, a profecia de que a Bélgica iria
surpreender nesta Copa de fato se concretizou. Porque ao 25 minutos do primeiro
tempo, estava 1x0 PARA A ARGÉLIA.
Esse é o tipo de resultado que aquela sua
tia que não entende nada de futebol coloca no bolão, contrariando até as mais
otimistas expectativas.
“Não tia... isso não vai acontecer. A
Bélgica tem um timão e a Argélia não existe como time. Os belgas têm o
Fellaini, o Courtois, o Hazard...”
“Então! Se eles têm azar, mais motivo pra perderem! Bota aí: 1x0 pra esse outro time que você falou!”
E não é que sua tia tinha razão? Aí estava a Bélgica tentando se achar em campo
contra uma Argélia mais fechada que banco em feriado. Um time nitidamente superior à Argélia, mas que não atacava com
objetividade. E aí, num dos raros momentos em que a Argélia foi pra frente,
Vertonghen tentou impedir o avanço de Feghouli e fez pênalti. O próprio
Feghouli bateu e fez. Argélia 1x0.
E, por incrível que pareça, nem isso acordou
a Bélgica. O time parecia desesperado, dando muitos chutes a gol, mas nada muito ameaçador.
Só que, aos 15 minutos do segundo tempo, a
entrada de Fellaini mudou o jogo. Mal ele entrou e 5 minutos depois a Bélgica já fazia 1x1. E aí, sem o peso de uma derrota iminente, o time finalmente
começou a jogar de maneira mais organizada.
Como resultado, 10 minutos depois, o placar
já estava 2x1 e a Bélgica pôde respirar aliviada por ter voltado de forma
vitoriosa à elite do futebol, 12 anos depois de sua última participação.
Acredito que, passada a tensão da estreia, a equipe ainda pode mostrar a que
veio. Tem muita gente boa no time deles, e os belgos têm tudo pra repetir a
campanha de 1986 (quando contavam com o genial e inigualável goleiro fanfarrão
Pfaff).
E aí veio o jogo do Brasil, contra a temida
seleção do México. Por que temida? Curiosamente, não existe uma resposta muito
lógica para esta pergunta, porque o México não é exatamente uma das maiores
potências do futebol mundial. Mas o Brasil costuma ter uma incrível dificuldade contra a
equipe mexicana. Assim como tem com a França e contra (juro que é verdade) a
Noruega.
Então o clima era de expectativa para o
jogo, apesar do otimismo de todos os locutores esportivos que narravam a
partida, que contavam com uma vitória e classificação antecipada para a
Seleção.
Claro que os locutores não contavam com
duas coisas: a falta de organização do time brasileiro e a excelente atuação do
goleiro mexicano Ochoa.
Quando vemos as estatísticas do jogo,
tem-se a impressão de que o jogo foi bem parelho, mas para quem assistiu, a
sensação era claramente de que o México era superior. É claro que o Brasil tinha
suas armas, mas o time parecia desorganizado e apático. O melhor em campo no jogo contra a Croácia - Oscar - nem existiu neste jogo.
E, quando o Brasil chegava com perigo,
parava no excelente goleiro Ochoa, que pegava tudo. A sorte do Brasil foi que o
goleiro Julio César, que nem na segunda divisão do futebol inglês joga (ele foi
emprestado pelo Queen’s Park Rangers ao Toronto, do Canadá), demonstrou firmeza
durante a partida e impediu o México de conseguir o que teria sido uma justa vitória.
Com lances lá e cá, o jogo foi muito mais emocionante
do que o placar de 0x0 sugere, e o empate pouco fez para tirar as chances do
Brasil de ir para as oitavas. Com os mesmos 4 pontos do México e um saldo
melhor, o Brasil tem a vantagem de ter um jogo teoricamente fácil contra
Camarões, enquanto o México pega a pedreira que é a Croácia (agora com o
matador Mandžukić de volta à equipe). Só um desastre de proporções vesúvias tira o Brasil das oitavas.
E aí tivemos o último jogo do dia, com as
duas equipes que ainda faltavam jogar: Rússia e Coreia do Sul, pelo Grupo H. O
jogo foi marcado pelo maior frango da Copa até agora, do goleiro Russo Akinfeev,
que parecia ter recheado suas luvas com maria-mole antes de tentar rebater o chute relativamente fácil de Lee Keunho.
Deu dó do goleiro, que chorava copiosamente e precisou da ajuda dos
companheiros para se recompor e voltar ao jogo.
Felizmente para ele, minutos depois, Dzagoev chutava contra o
gol coreano obrigando o goleiro Sungryong a rebater a bola, deixando-a livre
para Kerzhakov, que empatou a partida.
A Rússia ainda teria uma última chance no
finzinho, mas o jogo terminou 1x1, com ambas as equipes ocupando a
segunda posição, atrás dos belgos.
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