Dia decisivo para o chamado “Grupo da Morte”,
o Grupo D. Apesar de todos terem afirmado que as chances da Inglaterra eram
puramente matemáticas, na realidade era um pouco menos trágico que isso. “Bastava”
aos ingleses torcer por uma (até que viável) vitória da Itália sobre a Costa
Rica, torcer que a Azzurra ganhasse do Uruguai no terceiro jogo. Acontecendo
isso, a Inglaterra teria apenas que ganhar da Costa Rica, de preferência por um
bom placar, para conseguir a segunda vaga no saldo de gols. Ou seja, difícil,
mas não IMPOSSÍVEL.
Quer dizer, não ERA impossível, até o jogo
da Itália contra a Costa Rica. Imaginei antes do jogo que a Itália iria se
fechar, como é sua característica, e aproveitar para matar o talentoso e ofensivo
time da Costa Rica num contra-ataque.
De fato os italianos se fecharam, mas os
tais contra-ataques não se mostraram eficientes porque a Costa Rica tinha uma
tática parecida, e isso obrigou a Itália a tentar ir pra cima, abrindo espaço
para contra-ataques costa-riquenhos.
E aí o jogo começou a ter ares de Costa
Rica x Uruguai, e a classificação inglesa parecia cada vez mais distante. Ainda
mais quando, aos 44 do primeiro tempo, Ruiz acertou uma cabeçada na trave, a
bola desceu e o reloginho do juiz vibrou, indicando que ela havia cruzado a
linha. O replay confirmou a tecnologia e a surpreendente Costa Rica abria o
placar.
Os italianos se olhavam (assim como as
outras 2 bilhões de pessoas assistindo à partida ao redor do mundo) e
se perguntavam o que estava acontecendo. E o que estava acontecendo é que a Costa
Rica tinha um timaço.
O segundo tempo teve a Itália partindo pra cima
dos costa-riquenhos, mas a bola se recusava a entrar e, no final do jogo, os
italianos já demonstravam cansaço, indicando que uma reação seria impossível. E
de fato foi. Placar final: Costa Rica, líder do grupo D e garantida nas
oitavas, 1x0. Inglaterra oficialmente fazendo companhia à Espanha no longo
caminho de volta a casa (de repente eles até têm desconto se fretarem um avião
juntos).
O segundo jogo tinha a França, que havia
ganho sem convencer muito o primeiro jogo, e a Suíça, que havia ganho sem
convencer NADA o primeiro jogo. Pra quem esqueceu como foi, aqui tem um
resumo.
Eu honestamente esperava um jogo meio
truncado, com o poder defensivo suíço segurando a França o jogo todo. Talvez
Benzema conseguisse furar o bloqueio numa bobeada suíça, fazendo um golzinho
que fosse, então o placar mais otimista que eu conseguia prever era de 1x0 pros
Bleus (que jogavam com o segundo uniforme, então tecnicamente eram “Les Blancs”
neste jogo).
O que se viu, no entanto, prova que eu não
entendo um cazzo de futebol mesmo. Primeiramente eu havia acreditado que a
Inglaterra tinha uma chance de se classificar, e isso foi demolido com
requintes de crueldade no primeiro jogo do dia. Depois, minha previsão de um
jogo fechado e com poucos gols foi por água abaixo com um verdadeiro massacre
francês.
A França foi pra cima da Suíça desde o
primeiro instante de jogo. E logo aos 17 minutos, o jogo já estava 1x0 pros
franceses, com um belo gol de Giroud. 1 minuto depois, Benzema fez boa jogada e deixou a bola
com Matuidi para que este fizesse o segundo da França.
Perdida em campo, a Suíça tentou
contra-atacar, tendo até um gol de Xhaka anulado por impedimento, mas a França
era visivelmente melhor e jogava como queria. E isso ficou ainda mais crítico
para os suíços quando, aos 40 minutos, Valbuena ampliava ainda mais. França
3x0.
De volta depois do intervalo, a Suíça
decidiu ir pra cima, mas o time parecia nervoso e os ataques paravam em Lloris.
E o castigo veio aos 22 minutos com o gol de Shia La Boeuf Benzema, seu
terceiro na competição.
Aos 4x0, com certeza o jogo já estava
encerrado, mas pelo visto esqueceram de avisar a França, porque 6 minutos
depois era a vez de Sissoko fazer o 5º.
Como é do seu feitio, a Suíça decidiu
atacar com objetividade no finalzinho do jogo. Haviam marcado um gol nos
últimos segundos de jogo contra o Equador, e agora marcavam 2 gols nos últimos
10 minutos. Mas não foram o suficiente. Benzema ainda teve um golaço
injustamente anulado pelo juiz, que havia apitado fim de jogo instantes antes do chute do
francês. Teria sido França 6x2, mas oficialmente o jogo já havia acabado, então
ficaram nos 5 mesmo. Pena, porque teria sido um lindo gol (e colocado o francês
na artilharia da Copa).
O que mais impressionou nesse jogo foi o
fato de que foram 5 gols de 5 jogadores diferentes, o que demonstra que a
França tem um ótimo conjunto e várias opções ofensivas. De repente pintou como
uma das seleções candidatas ao título. Medo.
O último jogo do dia foi o fechamento deste
grupo, com o embate entre Equador e Honduras. Honestamente, não há lá muito o
que comentar sobre este jogo. As duas equipes eram relativamente parecidas e
entraram em campo buscando a vitória, com o Equador mostrando mais volume de
jogo. Mas quem abriu o placar foi justamente Honduras, com um gol de Costly. Se
o jogador não tivesse feito o gol, ele seria lembrado apenas por estar sempre
mascando um chiclete azul de aspecto repulsivo durante os jogos. Agora, pelo
menos, ele será lembrado como o cara do chiclete azul de aspecto repulsivo que
fez o gol contra Equador. Upgrade!
Só que o gol não intimidou os equatorianos,
que empataram apenas 3 minutos depois, com o bom jogador Enner Valencia (que
não mascava chiclete de nenhuma cor). O mesmo Valencia ampliaria aos 20 do
segundo tempo, e depois o Equador apenas administraria o jogo.
Honduras até que tentou, mas o resultado
ficou nos 2x1. Com este resultado, o Equador empata com a Suíça em pontos, mas
ultrapassa a equipe europeia no saldo de gols, assumindo assim a segunda
posição no Grupo E. Apesar de QUASE classificada para as oitavas, nem a França
tem 100% de certeza de que passará de fase. Mas cá entre nós, realisticamente
falta só definir quem será o segundo colocado do grupo, porque a França já tá
lá.
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