sexta-feira, 13 de junho de 2014

COPA 2014 - BRASIL x CROÁCIA

Pragmático e obstinado, Marcelo percebeu que sua melhor chance de gol 
seria contra sua própria meta. E deu certo: 10 minutos de jogo e era dele 
o primeiro gol da Copa do Mundo de 2014.


Entrando em campo como uma das equipes favoritas ao título e atual campeã da Copa das Confederações, o Brasil pegava uma pedreira logo no primeiro jogo (algo que promete virar rotina a partir das oitavas). Talentosa e veloz, a Croácia deu indícios de que iria pra cima do Brasil e, para sorte da Seleção, o eficaz centroavante do Bayern de Munique – Mario Mandžukić – estava cumprindo suspensão automática depois do cartão vermelho que ele recebeu em novembro passado.

Felizmente para a Croácia, o Brasil tinha Marcelo, que supriu a falta de Mandžukić ao marcar contra, logo aos 10 minutos de jogo, para a explosiva e inesperada alegria de um cara que mora no prédio vizinho ao meu, que ficou urrando como se fosse o Galvão Bueno na final de 1994. Talvez ele tenha visto o Marcelo fazendo o gol e não se tocou que foi contra, sei lá. De qualquer forma, foi um momento histórico na competição porque este foi o primeiro gol contra do Brasil numa Copa do Mundo, EVER.

Naquele momento, o Brasil tinha então -1 no saldo gols, o que significa que o gol do marcelo foi tecnicamente um gol negativo. Como foi o primeiro gol da copa e único até então, o que isso fez na prática foi elevar todos os outros 725 jogadores à posição de artilheiros da competição por terem um gol a mais do que ele: zero. Pensando bem, ignorem este parágrafo e voltemos ao jogo.

O que se seguiu foi um jogo até que equilibrado, com a Croácia chegando, mas não levando muito perigo, e o Brasil com aquele bigodinho do Luiz Gustavo, tão inexplicável quanto os gritos de alegria do meu vizinho. Veloz e muito habilidoso, o time da Croácia incomodava, e o Dani Alves parecia não conseguir acompanhar o Olić, que sempre achava alguma forma de chegar à linha de fundo.

Felizmente para o Brasil, às vezes a equipe croata parecia não estar levando o jogo muito a sério, demonstrando um excesso de individualismo e preciosismo que não costuma ser uma boa ideia quando se está jogando contra times que já ganharam a competição, tipo, CINCO VEZES.

E de fato o castigo veio aos 30 minutos com um gol-quase-trave do Neymar (claro). Pouco antes, ele havia levado o primeiro cartão amarelo da Copa ao tentar deslocar o gogó  do Modrić com seu cotovelo.

No segundo tempo, mais do mesmo, até o árbitro Yuichi Nishimura se dar conta de que, com o Marcelo em campo, a Croácia jogava com 12, o que é estritamente contra as regras da FIFA. Então, para equilibrar um pouco mais o jogo, ele decidiu integrar o time do Brasil e foi para o ataque. Fred viu Nishimura livre e aproveitou a presença do zagueiro Dejan Lovran por perto para se jogar no chão e deixar o caminho livre para que o árbitro nipo-brasileiro apitasse pênalti. Nem com muita boa vontade daria pra ver um pênalti no ocorrido. Aliás, nem com a Legião da Boa vontade inteira usando canhões de boa vontade para bombardear o país com doses maçiças boa vontade daria pra ver um pênalti.

Mas o que vale no final do dia é o resultado. E Neymar chutou e quase não fez, mas fez. Brasil 2x1.

No final do jogo, a Croácia foi pra cima e dava pinta de que talvez conseguisse uma reação, mas um contra-ataque fulminante de Oscar (que foi o melhor brasileiro em campo depois do juiz) selou a vitória da Seleção Canarinho que, por mais prematuro que possa soar, praticamente carimbou seu passaporte para a segunda fase.

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