Pragmático e obstinado, Marcelo percebeu que sua melhor chance de gol
seria contra sua própria meta. E deu certo: 10 minutos de jogo e era
dele
o primeiro gol da Copa do Mundo de 2014.
Entrando em campo como uma das equipes favoritas ao título e atual campeã da Copa das Confederações, o Brasil pegava uma pedreira logo no primeiro jogo (algo que promete virar rotina a partir das oitavas). Talentosa e veloz, a Croácia deu indícios de que iria pra cima do Brasil e, para sorte da Seleção, o eficaz centroavante do Bayern de Munique – Mario Mandžukić – estava cumprindo suspensão automática depois do cartão vermelho que ele recebeu em novembro passado.
Felizmente para a Croácia, o Brasil tinha
Marcelo, que supriu a falta de Mandžukić ao marcar contra, logo aos 10 minutos
de jogo, para a explosiva e inesperada alegria de um cara que mora no prédio
vizinho ao meu, que ficou urrando como se fosse o Galvão Bueno na final de
1994. Talvez ele tenha visto o Marcelo fazendo o gol e não se tocou que foi
contra, sei lá. De qualquer forma, foi um momento histórico na competição porque este
foi o primeiro gol contra do Brasil numa Copa do Mundo, EVER.
Naquele momento, o Brasil tinha então -1 no
saldo gols, o que significa que o gol do marcelo foi tecnicamente um gol negativo.
Como foi o primeiro gol da copa e único até então, o que isso fez na prática
foi elevar todos os outros 725 jogadores à posição de artilheiros da competição
por terem um gol a mais do que ele: zero. Pensando bem, ignorem este parágrafo
e voltemos ao jogo.
O que se seguiu foi um jogo até que
equilibrado, com a Croácia chegando, mas não levando muito perigo, e o Brasil
com aquele bigodinho do Luiz Gustavo, tão inexplicável quanto os gritos de
alegria do meu vizinho. Veloz e muito habilidoso, o time da Croácia incomodava,
e o Dani Alves parecia não conseguir acompanhar o Olić, que sempre achava
alguma forma de chegar à linha de fundo.
Felizmente para o Brasil, às vezes a equipe
croata parecia não estar levando o jogo muito a sério, demonstrando um excesso
de individualismo e preciosismo que não costuma ser uma boa ideia quando se
está jogando contra times que já ganharam a competição, tipo, CINCO VEZES.
E de fato o castigo veio aos 30 minutos com
um gol-quase-trave do Neymar (claro). Pouco antes, ele havia levado o primeiro
cartão amarelo da Copa ao tentar deslocar o gogó do Modrić com seu cotovelo.
No segundo tempo, mais do mesmo, até o árbitro
Yuichi Nishimura se dar conta de que, com o Marcelo em campo, a
Croácia jogava com 12, o que é estritamente contra as regras da FIFA. Então, para equilibrar
um pouco mais o jogo, ele decidiu integrar o time do Brasil e foi para o
ataque. Fred viu Nishimura livre e aproveitou a presença do zagueiro Dejan
Lovran por perto para se jogar no chão e deixar o caminho livre para que o
árbitro nipo-brasileiro apitasse pênalti. Nem com muita boa vontade daria pra ver um pênalti no ocorrido. Aliás, nem com a Legião da Boa vontade inteira usando canhões de boa vontade para bombardear o país com doses maçiças boa vontade daria pra ver um pênalti.
Mas o que vale no final do
dia é o resultado. E Neymar chutou e quase não fez, mas fez. Brasil 2x1.
No final do jogo, a Croácia foi pra cima e dava pinta de que talvez conseguisse uma reação, mas um contra-ataque fulminante de Oscar (que foi o melhor brasileiro em campo depois do juiz) selou a vitória da Seleção Canarinho que, por mais prematuro que possa soar, praticamente carimbou seu passaporte para a segunda fase.
No final do jogo, a Croácia foi pra cima e dava pinta de que talvez conseguisse uma reação, mas um contra-ataque fulminante de Oscar (que foi o melhor brasileiro em campo depois do juiz) selou a vitória da Seleção Canarinho que, por mais prematuro que possa soar, praticamente carimbou seu passaporte para a segunda fase.
Nenhum comentário:
Postar um comentário