O Aço da Véia, produzido pela minha mãe, teria sido a inspiração
para o famoso episódio "Flaming Moe", dos Simpsons. Tanto, que o
ingrediente original utilizado para fazer o drink no desenho era
um tal "GRANNY'S STEEL". Minha mãe, porém, não quis vender
os direitos do mé para os estúdios Fox, por achar que o licor
era uma "manifestação artística, e não comercial". Não restou
aos produtores outra alternativa senão mudar o ingrediente
no desenho para xarope contra tosse. True story. Google it.
para o famoso episódio "Flaming Moe", dos Simpsons. Tanto, que o
ingrediente original utilizado para fazer o drink no desenho era
um tal "GRANNY'S STEEL". Minha mãe, porém, não quis vender
os direitos do mé para os estúdios Fox, por achar que o licor
era uma "manifestação artística, e não comercial". Não restou
aos produtores outra alternativa senão mudar o ingrediente
no desenho para xarope contra tosse. True story. Google it.
Do ponto de vista etílico, minha mãe teve duas contribuições para minha vida.
A primeira foi há cerca de 15 anos (acho), quando ela decidiu fazer um licor caseiro. A ideia partiu em decorrência de uma safra de laranjas muito azedas, impossíveis de comer ou de transformar em sucos “bebíveis”. Tendo em seu amplo acervo de livros culinários a receita para licor de frutas, ela logo incumbiu meu pai de comprar os ingredientes para realizar a alquimia culinária de transformar frutas azedas no mais doce licor.
Seguindo a receita à risca, algum tempo depois lá estava o licor, que minha mãe acomodou em garrafas vazias de Jack Daniel´s. Quando perguntamos o que ela tinha achado, ela confidenciou que considerou o licor um pouco forte demais. Experimentamos e o negócio praticamente evaporava na boca. Com a ajuda de seu isqueiro, meu irmão Uncle Bugz confirmou que o licor era além de tudo MUITO INFLAMÁVEL. Achamos estranho um livro de culinária dar a receita para um produto tão MADE IN ALCATRAZ e fomos averiguar a receita.
Aparentemente, minha mãe tinha seguido tudo à risca e usado o álcool de cereais conforme indicado. Porém, descobrimos depois que o álcool usado na produção de licores é de 40º GL e o que minha mãe havia usado era de 98º. Ou seja, ficou duas vezes mais alcoólico do que deveria.
Ela ameaçou jogar fora, mas tanto eu quanto meu irmão nos apoderamos das valiosas garrafas antes que ela pudesse fazer algo. Aliás, foi do meu irmão o nome que batizou este néctar dos infernos: AÇO DA VÉIA. Pena que já acabou e minha mãe se recusa a fazer uma nova leva...
Aí, este fim de semana, tive mais uma contribuição etílica da minha mãe. Tendo passado alguns dias na casa dos meus pais, entre um jogo da Copa e outro, decidi preparar uma caipirinha de tangerina. Vi na cozinha metade de uma mexerica (confesso que não sei a diferença entre mexerica e tangerina) e perguntei se tinha mais. Ela me informou que eu teria que ir pegar no pé. Vendo a preguiça estampada na minha cara, ela sugeriu que eu usasse a metade de tangerina e acrescentasse metade de um limão. Acatei a sugestão e o resultado ficou muito bom. Com certeza será uma receita a ser replicada em outras ocasiões. Bebe aê.